O HOMEM NÃO
VEIO DO MACACO
"Se o homem veio do macaco, por que
ainda existem macacos?
Cada macaco no seu galho
Por Diogo Antonio Rodriguez
12 set 2017, 15h43 - Publicado em 14 out 2013, 18h46
“Porque, na verdade, não evoluímos do macaco atual, e sim de um antepassado
em comum”, explica Neuza Reja Wille de Lima, professora de biologia
evolutiva da Universidade Federal Fluminense. Ainda não se sabe exatamente como
era esse primata ancestral, apelidado na cultura pop de “elo perdido”. Apenas
que ele existiu há 80 milhões de anos e que, a partir dele, seguindo a teoria da
seleção natural de Charles Darwin (1809-1882), desenvolveram-se paralelamente o
ser humano e todos os macacos que conhecemos. Assim como o homem, os macacos
sofreram uma série de evoluções para chegar às espécies atuais.
Conheça algumas espécies na evolução dos primatas
A árvore da vida
Este esquema, utilizado na biologia, se chama árvore filogenética. Ele
simplifica* o processo evolutivo de uma ou mais espécies. Cada bifurcação na
linha indica um momento (nem sempre definido com precisão pela ciência) em que
indivíduos de uma espécie sofreram uma mutação e, ao longo de milhares de anos,
acabaram gerando outra espécie distinta.
Tatatatatataravô
O Dryopithecus foi um gênero de primatas que viveu há 26 milhões de anos
e originou tanto hominídeos (antepassados do ser humano atual) quanto macacos.
Tinha dentes caninos maiores do que os do homem, mas menores do que os de outros
primatas. Seus membros eram mais curtos e o crânio menos desenvolvido que o dos
macacos atuais. Habitava florestas na África.
O impostor
Provavelmente parecido com o orangotango, o Ramapithecus existiu entre 16
e 5 milhões de anos atrás. Só foi identificado nos anos 60, apesar de seus
fósseis terem sido encontrados em 1932, na Índia. Por causa dos dentes pequenos,
pensou-se que era uma espécie de “transição” entre homens e macacos. Mas essa
distinção só ocorreu entre 6 e 8 milhões de anos atrás.
Quase humanos
O Australopithecus é, provavelmente, o parente mais próximo dos humanos
atuais. Esse gênero de hominídeo englobava diversas espécies que viveram entre 5
milhões e 11 mil anos atrás. Como nós, andavam em duas pernas e tinham caninos
pequenos, mas eram baixos (1,50 m) e seu cérebro era menor. O fóssil mais famoso
se chama Lucy e foi achado na Etiópia, em 1974.
Segunda divisão
Por algumas décadas, cientistas achavam que o Homo neanderthalensis
(acima) também era um Homo sapiens. Após pesquisas, ele foi reclassificado como
outro tipo de hominídeo, que conviveu com o sapiens (e, suspeita-se, até cruzou
com ele). Era baixo (1,64 m, em média), com rosto anguloso e comprido e um
grande nariz. Surgiu há 300 mil anos, na Europa e na Ásia.
Enfim, nós
O Homo sapiens (homem sábio, em latim) foi a única espécie de hominídeos que não
se extinguiu. Sim, somos nós! Os “sabichões” surgiram há cerca de 300 mil
anos e consolidaram os traços físicos atuais há 50 mil anos. Têm o cérebro
altamente desenvolvido, andam em duas pernas, têm dentes pequenos, adoram bacon
e ainda não compreendem as mulheres.
Nossos brothers
Há muitas evidências de que compartilhamos um ancestral com os macacos. Por
exemplo, os chimpanzés africanos têm a mesma disposição de órgãos internos, o
mesmo número de ossos e quase a mesma configuração genética que o homem (98% de
semelhança). E, claro, o polegar opositor, que permite segurar objetos com
precisão e transformá-los em ferramentas.
*Esta é uma árvore filogenética resumida, porque não inclui todas as espécies de
primatas conhecidas.
<https://mundoestranho.abril.com.br/historia/se-o-homem-veio-do-macaco-por-que-ainda-existem-macacos/>
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