A HOMOSSEXUALIDADE FEMININA NA BÍBLIA

- 04/03/2007 -

 

A relação sexual feminina, que recebeu o título de lesbianismo, não recebeu nenhuma atenção por parte das escrituras sagradas judaicas, talvez dada a insignificância da mulher para os judeus. Mas, a parte cristã da Bíblia a condena veementemente. O sexo homoafetivo feminino para os cristãos é algo tão reprovável quanto o masculino.

“O LESBIANISMO SOB A ÓTICA DA BÍBLIA - O CÓDIGO MOSAICO DA SEXUALIDADE
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O lesbianismo é praticamente ignorado nos textos tradicionais judaicos e não é citado na Bíblia. O Talmud faz apenas duas referências ao lesbianismo, e nestas fica claro que os nossos sábios lhe davam pouca importância. O termo usado no Talmud, mesolelot, que Rachi interpreta como "o roçar entre duas genitálias" (levamot), refere-se a um contato sexual sem penetração. Tanto assim que é usado também em outro trecho do Talmud para descrever a mãe acariciando o membro do filho.

Há uma discussão entre os rabis para definir se as mulheres que praticam sexo entre si, são desqualificadas para o casamento com sacerdotes. O rabi Eliezer ben Horquenus, discípulo de Yochanan bem Zacai, da escola rígida de Schamai, disse que a relação sexual com um homem solteiro, feita com o expresso propósito de prazer, sem envolvimento marital, transforma a mulher numa zonah (prostituta). Mas, na relação entre duas mulheres, a violação é menos grave. É uma ofensa menor que a prostituição e não requer punição.

A proibição do Talmud de que duas irmãs dormissem juntas é interpretada não como o desejo de evitar o lesbianismo, mas para não acostumá-las a dormir acompanhadas. Para Maimônides, o lesbianismo é condenável. É um costume dos egípcios e está escrito na Bíblia: Não fareis conforme os costumes egípcios (Lev. 18, 3). E os nossos sábios diziam que os egípcios dormiam homem com homem, mulher com mulher e mulher com dois homens. Embora seja proibido, continua Maimônides, na sua obra Mischnah Torá, os que nele se envolvem não são passíveis de punição, nem mesmo de açoitamento porque não existe nenhum mandamento bíblico contra. As lésbicas não são, assim, desqualificadas para casar com sacerdote. Contudo, ele aconselha aos homens que vigiem rigorosamente suas mulheres impedindo-as de visitar ou receber visitas de mulheres com esses hábitos.

Os movimentos das lésbicas judias são muito ativos nos Estados Unidos. Elas se queixam de uma discriminação, como judias, pelas lésbicas que não o são, porque o judaísmo derrubou o matriarcado e as deusas pagãs. E se queixam da discriminação que sofrem por parte das congregações judaicas conservadoras e ortodoxas. Reclamam, e com razão, por Israel negar-lhes a cidadania a que têm direito pela lei do retorno, concedida a qualquer judeu que deseje emigrar para o país. As lésbicas têm em Rute e Naomi suas heroínas” (do Livro Sexo e Judaísmo - Jayme Landmann - Editora Uerj).

Em relação ao homem, os criadores da lei mosaica foram bem claros: “Não te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação” (Levíticos, 18: 22). “Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse com mulher, ambos terão praticado abominação; certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles” (Levíticos, 20: 13). A pena para o homossexualismo era nada menos que a morte.

Já os cristãos, que formaram a segunda parte da Bíblia, não deixaram de lado as mulheres, expressando sua reprovação à homossexualidade de ambos os sexos, com escreveu Paulo aos cristãos romanos:

Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro... os quais, conhecendo bem o decreto de Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam” (Romanos, 1: 26-28 e 32).   A expressão "semelhantemente" quer dizer que, como disse o apóstolo dos homens, as mulheres também deixando o uso natural do homem, se inflamaram em sua sensualidade umas para como as outras, mulher com mulher, cometendo torpeza. A lei mosaica não falou da homossexualidade feminina, porque a mulher era uma coisa tão inferior, que nem mereceu referência. Para o cristão a prática homossexual feminina é tão abominável quanto a masculina.

Os cristãos primitivos não matavam seus pecadores, mas os destinavam ao suplício eterno, dizendo que eles não terão parte no “reino de Deus”: “Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus” (I Coríntios, 6: 9-10). Na maioria das vezes a menção é só aos homens, porém não resta dúvida, conforme vemos na carta de Paulo aos romanos, que a relação homossexual feminina é sob a ótica cristã tão abominável quanto a masculina.

 

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