Igreja Universal perde ação contra Arnaldo Jabour que é declarado inocente
Publicado por Renato Cavallera em 12 de julho de 2011
O jornalista Arnaldo Jabor foi considerado inocente pelo Tribunal de Justiça de
São Paulo em ação movida pela Igreja Universal contra ele. O processo foi aberto
pela entidade após comentários de Jabor em seu programa de rádio na CBN, no qual
ele discorreu sobre a apreensão de malas com dinheiro, que estavam em poder do
bispo e deputado federal João Batista Ramos (PFL/SP), e que supostamente seriam
usadas para campanha de políticos apoiados pela Igreja.
Com cerca de 10 milhões de reais, as bolsas foram encontradas no dia 11 de julho
de 2005 pela Polícia Federal. Segundo suspeitas, a quantia declarada como doação
de fiéis seria, na realidade, utilizada para prática de lavagem de dinheiro na
Câmara Federal.
Em trecho do programa, o jornalista afirma: “Esse dinheiro sagrado serve para
financiar televisões, palácios de mármore, como em Salvador, para exterminar com
os exus da religião dos negros baianos. Esse dinheiro sagrado serve também para
financiar as campanhas de nossos deputados no Congresso”.
Batista é também ex-presidente da Record e não foi julgado pelo episódio. A
Igreja Universal irá recorrer da decisão, já que acredita que o argumento de
liberdade de opinião, utilizado pela Justiça, não é válido neste caso.
Mais um dos bons exemplos da religião: andar
fora da lei e ainda tentar processar quem falar sobre suas ilegalidades.
Se fosse no Rio de Janeiro, é bem provável que teria aparecido juízes
considerando culpado quem falou da ilegalidade do religioso e inocentando quem
se desviou do caminho legal. Mas, como foi noutro estado, justiça foi
feita. Justiça foi feita, não totalmente, pois o bispo e deputado não foi
julgado pela ilegalidade cometida.