Presos por
atos de 8 de janeiro dizem que igrejas evangelicas
organizaram caravanas e bancaram ônibus
Publicado em16 de março de 2023Autor: RedaçãoDeixe um
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Foto Dida Sampaio – Estadão
Em depoimentos à Polícia Federal (PF), evangélicos
bolsonaristas presos após os atos golpistas do
8/1 relataram que igrejas de
várias regiões do país financiaram ônibus e organizaram
caravanas para o evento. As informações são do
jornalista Aguirre Talento, do UOL.
Os presos são aqueles que se deslocaram para Brasília a
fim de participar do ato golpista ocorrido em 8 de
janeiro e do acampamento golpista na frente do QG do
Exército.
Pelo menos cinco evangélicos informaram aos
investigadores que igrejas financiaram o transporte.
Alguns também mencionaram que empresários participaram
do financiamento e que receberam doações para viajar à
capital federal e participar dos atos antidemocráticos.
Sirlei Siqueira, moradora de Sinop (MT), afirmou à
Polícia Federal que participou de uma “excursão da
Igreja Presbiteriana Renovada”,
mas não forneceu mais informações sobre o financiamento.
Jamil Vanderlino, também residente de Sinop, informou
ter viajado em um “ônibus financiado por
uma igreja evangélica”.
Durante um dos depoimentos, um aposentado de Uberlândia
(MG) mencionou que recebeu uma oferta de um pastor
enquanto participava de uma manifestação em um batalhão
do Exército naquela cidade. No entanto, ele não se
lembrou do financiador nem forneceu detalhes sobre a
denominação religiosa envolvida.
Ademir Almeida da Silva, residente em Maceió e um dos
alvos presos pela PF, afirmou ter uma renda mensal de R$
400 e mencionou o nome do pastor Adiel Brandão de
Almeida, da Igreja Batista,
como um dos financiadores de sua viagem a Brasília. O
pastor confirmou ter viajado com Ademir, mas disse que
apenas “cooperou” durante a viagem porque Ademir estava
com pouco dinheiro, e negou qualquer relação da igreja
com essas despesas.
“Ao longo da viagem, a gente foi cooperando com ele. Ele
pagou algumas coisas, ele estava com pouco dinheiro,
alguns lanches nós rateamos, outros lanches não. Além
disso, nós não tivemos participação em nada disso aí”,
afirmou à coluna. “Isso é financiar a ida de alguém? Não
é. Financiar é quando você está dizendo que todas as
despesas, transporte, comida, almoço e janta eram por
minha conta, aí seria financiar. E mesmo que alguém
fosse financiar, não é da conta de ninguém não”, disse
Almeida.