"Conflitos entre hindus e muçulmanos
deixam 572 mortos na Índia 04/03/2002
Nove pessoas morreram hoje no Estado indiano de Gujarat, fazendo com que o
número total de mortos no pior conflito religioso no país em dez anos subisse
para 572.
Apesar das mortes, ocorridas em vários episódios de violência principalmente em
áreas rurais, a tensão se reduziu hoje em Gujarat (oeste da Índia), e
funcionários do governo disseram que não houve grandes enfrentamentos.
"O pior já passou", afirmou Ashok Narayan, alto funcionário do governo do
Estado. "Não diria que está tudo normal, mas estamos caminhando lentamente nessa
direção."
O número de mortos desde quarta-feira passada, quando um
grupo de muçulmanos ateou fogo a um trem que transportava ativistas hindus,
matando 58 pessoas, subiu para 572.
Os ativistas voltavam de cerimônias religiosas em prol da construção de um
templo no local onde uma mesquita foi destruída em 1992, em Ayodhya.
O incidente provocou a ira de hindus em Gujarat, que realizaram ataques a
estabelecimentos comerciais e residências de muçulmanos. No fim de semana,
membros das duas comunidades passaram a se enfrentar também no Estado de Uttar
Pradesh (norte do país).
Mais de 81% dos indianos são hindus, e 12% são muçulmanos. As minorias
religiosas incluem cristãos (2,3%) e sikhs (1,9%)."
Confrontos entre hindus e muçulmanos deixam 20 mortos na Índia AFP
postado em 26/02/2020 06:07
Ao menos 20 pessoas morreram e 189 ficaram feridas nos confrontos entre
nacionalistas hindus e muçulmanos que começaram no domingo em Nova Délhi,
segundo um balanço atualizado divulgado nesta quarta-feira (26).
Estes são os piores confrontos em décadas em Nova Délhi. O governador da capital
do país pediu ao governo central que decrete toque de recolher e envie o
exército à cidade.
Homens armados com pedras, facas e armas de fogo provocam o caos desde domingo
nas áreas periféricas de maioria muçulmana ao nordeste da capital indiana, a uma
dezena de quilômetros do centro da cidade, onde moram trabalhadores migrantes
pobres.
Os grupos armados hindus atacaram locais e pessoas identificadas como
muçulmanas, informou a imprensa local.
Os agressores gritam "
Jai Shri Ram" ("Viva o
Deus Rama"),
de
acordo com testemunhas.
Nas redes sociais circulam vídeos que mostram um grupo de nacionalistas hindus
subindo no minarete de uma mesquita para colocar a bandeira indiana.
O principal hospital da zona registrou 20 mortes até esta quarta-feira.
"Há 189 pessoas hospitalizadas. Quase 60 pessoas foram feridas a tiros",
declarou Sunil Kumar, diretor do hospital GTB.
Os confrontos são motivados pela polêmica lei de cidadania, que para muitas
pessoas é discriminatória em relação aos muçulmanos.
A nova lei facilita a concessão da cidadania aos refugiados, desde que não sejam
muçulmanos.
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O texto cristalizou o temor de que os muçulmanos podem ser relegados a cidadãos
de segunda categoria, em um país onde os hindus representam 80% da população.
A lei provocou as maiores manifestações na Índia desde a chegada do
primeiro-ministro Narendra Modi ao poder em 2014.
Arvind Kejriwal, o governador de Délhi, estado que inclui a a capital, considera
a situação "alarmante" e pediu ao governo do primeiro-ministro Modi a adoção do
toque de recolher e o envio de militares.
"Apesar de seus esforços, a polícia não consegue controlar a situação e
restaurar a calma", disse Kejriwal.
A segurança em Délhi, território que dispõe de um estatuto particular, é
responsabilidade do governo central.
O primeiro-ministro fez um pedido de paz e fraternidade aos habitantes de Délhi.
"A paz e a harmonia são fundamentais para nosso espírito. Faço um apelo a meus
irmãos e irmãs de Délhi para que mantenham a paz e a fraternidade a todo
momento", afirmou Modi, um nacionalista hindu, em uma mensagem divulgada no
Twitter.
É importante que exista calma e que a normalidade seja restabelecida o mais
rápido possível", acrescentou o primeiro-ministro.
Muitos trabalhadores migrantes começaram a abandonar o distrito dos confrontos
para retornar a seis vilarejos.
"Não há trabalho, vale mais a pena sair do que ficar. Ficar aqui para morrer?",
afirmou um alfaiate que pretende voltar a seu vilarejo natal, no estado vizinho
de Uttar Pradesh.
"As pessoas estão se matando. Há tiros", completou.
A explosão da violência coincidiu no domingo com o início da visita do
presidente americano Donald Trump, que terminou na terça-feira.
Passa o tempo, a humanidade evolui,
mas uma parte continua derramando sangue em nome dos seres imaginados pelo homem
primitivo.
Aí vemos que o deus Yavé/Allah não é o único carniceiro sobrevivente.
Indianos também estão matando em nome de Rama. Embora hoje o mundo
seja bem pacífico em comparação com o de mil anos atrás, podemos concluir que, enquanto houver gente
acreditando em seres imaginários, a paz continuará um pouco rara no mundo.
Pessoas acreditarem em seres imaginários
em nossa época é algo um tanto grotesco, mas não seria nada preocupante se fosse
uma simples crença. O que causa incômodo é as pessoas ainda continuarem matando
e morrendo por esse supostos seres sobrenaturais. Em pleno 2020, pessoas
continuam tirando vidas em defesa de de Rama, assim como os muçulmanos matam
pensando estarem fazendo a vontade de Allah.