INTOLERÂNCIA IRANIANA

 

Segunda-feira, 09 de Agosto de 2010
HOMOFOBIA NO IRÃ


Jovem de 18 anos é condenado à morte por crime de homossexualidade pelas autoridades do Irã
por Redação MundoMais

IRÃ – O advogado ativista dos Direitos Humanos Mohammad Mostafaei denunciou a condenação de Ebrahim Hamidi, 18, por crime de sodomia no Irã. De acordo com a pena, Hamidi seria enforcado.

O advogado Mostafaei denunciou às autoridades dos Direitos Humanos que o juiz que deu a condenação não tem provas conclusivas sobre a suposta homossexualidade do jovem. Apenas se respaldou em uma brecha da lei iraniana.

Após a denúncia, o advogado seguiu para a Noruega, onde conseguiu exílio. Mostafaei também é o advogado da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtian, 43, condenada a morrer por apedrejamento por crime de adultério.

O caso ganhou repercussão no Brasil, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oferecer asilo político a Sakineh, e manter estreitas relações diplomáticas com o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Na defesa do jovem, o advogado diz que seu cliente não é gay. Alega ainda que o juiz não tem como provar nada sobre a orientação sexual de Ebrahim Hamidi. O jovem teve que confessar ser homossexual sob tortura.

A prisão – De acordo com as informações do advogado, Ebrahim Hamidi foi preso há dois anos depois de se envolver em uma briga entre vizinhos. Para condená-lo, um dos envolvidos na confusão o “acusou” de ser gay por tê-lo assediado sexualmente. No entanto, desmentiu em seguida, mas a justiça do Irã não aceitou. Com o advogado Mostafaei no exílio na Noruega, ativistas estão preocupados com a vida de Ebrahim Hamidi.

Intolerância iraniana – De acordo com as leis iranianas, quem cometer o crime de “sodomia” pode ser enforcado ou apedrejado até a morte. Outras penalidades são aplicadas para dois homens que durmam juntos na mesma cama, sob o mesmo cobertor. Quem cometer este “crime”, levará 99 chibatadas. O mesmo procedimento é feito caso algum jovem seja violentado sexualmente e, no tribunal, for constatado que a vítima “apreciou” a experiência.

Solicitação – Nesta quarta-feira, 10, o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) Toni Reis encaminhou um ofício ao presidente Lula no qual solicita o posicionamento oficial do governo brasileiro condenando esta postura do Irã em desrespeito aos Direitos Humanos. Reis pede que o presidente Lula se pronuncie da mesma forma como agiu com Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte a pedradas sob alegação de adultério. Veja o ofício na íntegra:

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Curitiba, 10 de agosto de 2010
Ao: Exmo. Sr. Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República
Palácio do Planalto

Assunto: Solicitação de posicionamento oficial – jovem gay condenado à forca no Irã

Senhor Presidente,
Como é de vosso conhecimento, a ABGLT é uma entidade nacional que congrega 237 organizações de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) de todo o Brasil, tendo como objetivo promover e defender os direitos humanos destes segmentos da sociedade. A ABGLT também é atuante internacionalmente e tem status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas.

Lamentavelmente, chegou a nosso conhecimento através dos meios de comunicação nacionais e internacionais, que o cidadão iraniano, Ebrahim Hamidi, de 18 anos, foi condenado à morte por enforcamento naquele país sob alegação de ter cometido um ato homossexual.

O Irã tem um histórico de violação dos direitos humanos de pessoas homossexuais – entre outras, no que diz respeito a tratamento degradante, perseguição, tortura e morte perpetrados pelo próprio Estado. Não se pode permitir que se ceife mais uma vida desta forma.

Assisti, emocionado, vosso discurso na Boca Maldita, em Curitiba, no dia 31 de julho do presente ano, quando Vossa Excelência pediu clemência no caso da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte a pedradas sob alegação de adultério.

Assim, vimos solicitar, respeitosamente, que o Governo Brasileiro também se posicione formalmente contra a condenação à morte de Ebrahim Hamidi e que tome as medidas cabíveis para evitar mais esta tragédia e desperdício da vida humana.

Na expectativa de sermos atendidos, estamos à disposição.

Atenciosamente
Toni Reis
Presidente

 

É lamentável que no século 21 ainda existam governos bárbaros a esse ponto, e também muito lastimável sermos representados como amigos de quem mantém tal sistema político.

 

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