IR À MISSA COMO CASTIGO!

 

Não podemos negar que seja um castigo.  Mas, em vez de determinar que o jovem infrator regularize sua situação como motorista, mandá-lo ir à missa não me parece uma boa idéia.  Ele certamente continuou dirigindo sem CNH, mantendo o risco de voltar a causar acidente.

 

"Juiz manda jovem infrator ir na missa por um mês.
Posted: 20 Jul 2011 05:04 AM PDT

Me parece que deve sempre ter alguém pensando “Hmmm, como podemos foder com o laicismo hoje?”

O juiz José Brandão, de Maracás, Bahia, “recomendou” a um jovem de 18 anos, que teria batido um carro contra o muro de uma igreja quando tinha 17, que assista missa aos domingos durante um mês como castigo. A primeira missa que ele teve que ir foi neste domingo agora, dia 17 de julho de 2011.

O juiz disse que pretendia obrigar o rapaz a tirar a carteira de habilitação como medida socioeducativa — Hã? Obrigar um cara a fazer uma coisa que eu tenho certeza que ele quer? — mas desistiu porque a mãe dele afirmou não ter dinheiro pra pagar.

Ele tem muito boa intenção. “A reação social das decisões é positiva, eu tenho recebido ligações das pessoas que apóiam medidas de socialização alternativas como essa.”

No entanto, ele está agindo de maneira ilegal ao obrigar o rapaz a ir na igreja. “Como houve incidente contra o templo religioso, achamos que é até uma forma de ressocialização, de inseri-lo em uma religião para pensar na vida”

Apesar de ter dito que a decisão se trate de uma recomendação, trata-se de uma ordem judicial. Ele até designou os padres para fiscalizar o cumprimento do castigo.

Entretanto, ele tentou tirar o dele da reta. “Como vivemos em um estado laico, não tive a pretensão de obrigar o adolescente a seguir uma religião que não seja a sua, apenas sugeri que ele participasse mais da religião da qual disse fazer parte.”

Ao forçar o rapaz a frequentar a missa por um mês, ele está impedindo o direito dele de mudar de religião durante esse mês ou de fazer algo que ele, pessoalmente, não tem o hábito de fazer — que é ir na missa — que o próprio juiz reconheceu que ele não fazia.

E por se tratar de cidade pequena, quem aqui pode dizer que ele não pertence a outra religião — ou é até mesmo ateu — mas tem que esconder o fato para não sofrer preconceito? Quer dizer, ele estando em cidade pequena, o que irá lhe acontecer se ele tentar recusar ir nessas missas?

Em Arapiraca, onde diversos padres foram presos por conta de pedofilia, as vítimas tem receio de fazer denúncias com medo de sofrerem preconceito dos habitantes da cidade — as vítimas!

O juiz teve boa intenção em não querer mandar o rapaz pra cadeia ou pra FEBEM por conta de um crime pequeno, mas mandá-lo ir a igreja fere direitos constitucionais. Este tipo de coisa é horrível. Daqui a pouco, se um ateu que alguma vez tenha sido batizado cometer um crime ele poderá ser obrigado a ir na igreja pra ser “consertado” espiritualmente ou “prepará-lo para a vida”. Isso tudo
sem contar os riscos de abusos sexuais inerentes de se pisar dentro de um prédio onde quem manda é um homem usando vestido, não é?

Fontes: Paulopes, G1.com, JCNET, e Ateus do Brasil.

 

Provavelmente, esse juiz é católico.  Se não fosse, não iria achar que ir à igreja assistir a missas durante um mês o faria tornar-se uma pessoa pessoa melhor e supriria sua irregularidade ante a lei de trânsito.  Fazendo isso, em vez de mandar o jovem regularizar sua situação como motorista, o deixou para continuar dirigindo ser a CNH.  É algo muito estranho procedendo de um aplicador da lei. Isso é só mais um exemplo dos malefícios da fé.

 

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