IRÃ ENFORCA HOMOSSEXUAIS E CONSIDERA DIREITO
Irã afirma
ter o direito de executar homossexuais em público por "valores
morais"
O ministro das Relações Exteriores do Irã,
Mohammad Javad Zarif, tratou com naturalidade a lei que prevê o
enforcamento de homossexuais.
fonte: Guiame, com informações do Jerusalem Post
Atualizado: Terça-feira, 11 Junho de 2019 as 9:39
Pessoas encenam um enforcamento, enquanto protestam do lado de fora
do Conselho Alemão de Relações Exteriores, em Berlim. (Foto: THOMAS
PETER / Reuters)
Pessoas encenam um enforcamento, enquanto protestam do lado de fora
do Conselho Alemão de Relações Exteriores, em Berlim. (Foto: THOMAS
PETER / Reuters)
Em resposta a perguntas feitas em Teerã, capital iraniana, por um
repórter do jornal alemão Bild, o ministro das Relações Exteriores
da República Islâmica do Irã, Mohammad Javad Zarif, reiterou a
justificativa do país em manter uma lei que prevê a execução de
homossexuais e também reforçou sua oposição a Israel e aos EUA.
O repórter da Bild, chamado Paul Ronzheimer, escreveu no Twitter que
fez duas perguntas a Zarif: "1. Qual seu posicionamento com relação
ao direito de Israel existir? 2. Como você lida com as execuções de
gays?"
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Ronzheimer escreveu que Zarif respondeu: "O problema são as
políticas agressivas de Israel e dos EUA".
Sobre a execução de gays do Irã, Zarif disse que: "Nossa sociedade
tem princípios morais e vive de acordo com esses princípios. Esses
são princípios morais com relação ao comportamento das pessoas em
geral. E por isso que a lei é mantida e você deve obedece-las".
Richard Grenell, o embaixador dos EUA na Alemanha, disse ao
Jerusalem Post na segunda-feira: “A Declaração de Direitos Humanos
da ONU deixa claro que essas respostas do regime iraniano estão
violando os princípios básicos da ONU. Os membros da ONU devem
concordar com a Declaração para serem membros. Criminalizar a
homossexualidade viola a Declaração, pura e simplesmente”.
Volker Beck, um político do partido verde alemão e ativista LGBT,
repudiou a afirmação do ministro iraniano.
"Zarif deixa claro o que o Irã defende: o desprezo pelos direitos
humanos de homossexuais, mulheres e minorias religiosas". Beck, que
também é professor do Centro de Estudos em Ciências Religiosas
(CERES) da Universidade de Ruhr, em Bochum, acrescentou que quem
apoia os mulás (doutores da lei islâmica) sabe o que eles
representam. Ele disse que "o enforcamento e apedrejamento de
homossexuais é considerado um princípio moral pelos estudiosos e
adeptos do islamismo em Teerã".
O Jerusalem Post informou em janeiro que o regime clerical do Irã
enforcou publicamente um homem com base em uma lei islâmica
anti-homossexual. O homem não identificado foi enforcado no dia 10
de janeiro, na cidade de Kazeroon, no sudoeste do país.
Contextualização
De acordo com o envio de um WikiLeaks britânico em 2008, o regime
dos mulás do Irã executou “entre 4.000 e 6.000 gays e lésbicas”
desde a Revolução Islâmica de 1979.
Em 2016, o Jerusalem Post também informou que o regime iraniano
havia executado um adolescente gay naquele ano - a primeira execução
confirmada de alguém condenado como jovem na República Islâmica.
Hassan Afshar, de 19 anos, foi enforcado na Prisão de Arak, na
Província de Markazi, no Irã, em 18 de julho de 2016, depois de ter
sido condenado por “sexo anal forçado entre homens e homens” no
início de 2015.
Em 2011, o regime iraniano executou três homens iranianos depois
destes serem considerados culpados de acusações relacionadas à
homossexualidade.
O enforcamento público do regime iraniano em janeiro ganhou espaço
no anúncio feito pelo governo do presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, em fevereiro de que estaria lançando uma campanha para
acabar com a criminalização da homossexualidade em todo o mundo.
Grenell - oficial do governo americano e homossexual assumido -
disse ao Post em fevereiro que “71 países criminalizam a
homossexualidade e oito vão matar pessoas apenas por serem gays. A
administração Trump está lançando um novo impulso com nossos aliados
europeus para acabar com esse ultraje dos direitos humanos”.
“No Irã, onde crianças de até nove anos podem ser sentenciadas à
morte, adolescentes gays são enforcados publicamente para
aterrorizar e intimidar outras pessoas. As terríveis ações do Irã
estão equiparadas à brutalidade e selvageria demonstradas
regularmente pelo Estado Islâmico”, acrescentou.
<https://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/ira-afirma-ter-o-direito-de-executar-homossexuais-em-publico-por-valores-morais.html>
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