JESUS POTTER, HARRY CHRIST
Livro mostra as semelhanças entre Jesus Cristo e
Harry Potter
Postado por Paulo Lopes
Murphy disse que as duas histórias
são construções literárias
Ele é do bem e foi morto por seus inimigos em um ritual de sacrifício, mas
ressuscitou para salvar o mundo porque, afinal, a luz sempre vence as trevas,
conforme se acredita. Ele é Jesus Cristo, que possui milhões de seguidores, mas
também pode ser Harry Potter, que tem tantos devotos quanto o cristianismo.
O livro "Jesus Potter, Harry Christ” se propõe a mostrar
semelhanças como essas entre o Jesus literário e o personagem da saga da
escritora britânica J.K. Rowling.
O ateu Derek Murphy, autor do livro, destacou que a maior semelhança, a mãe de
todas as demais, é que Cristo e Potter são construções literárias, ficção.
Em recente entrevista, Murphy apontou uma ironia: quando o primeiro livro de Potter se tornou best-seller, a Igreja Católica acusou Rowling de estar
incutindo nos jovens a feitiçaria e o satanismo, mas o próprio cristianismo
bebeu nessas fontes.
Críticos literários escreveram em tom de brincadeira que os cristãos deveriam ir
à Justiça contra Rowling por plágio: a morte e a ressurreição de Potter lembram
as de Jesus.
Mas Murphy, no livro, escreveu que o cristianismo já tem muito de plagio em sua
formação porque se inspirou em mitos pagãos como Isis, Sarapis, Hórus e Apolo.
“Jesus é um amálgama dos melhores mitos”, disse.
O livro acaba sendo na verdade – avisaram os editores -- não uma comparação
entre dois personagens, mas um relato da história da cristandade, apontando, por
exemplo, os empréstimos que a crença fez da mitologia e do simbolismo esotérico.
Murphy é um ex-seminarista de Portland, Oregon (EUA). Estudou teologia,
filosofia e línguas clássicas. Seus editores informaram que a paixão dele pela
história religiosa o levou a mais de 30 países, onde participou de rituais e
teve contatos com padre, monges, xamãs e curandeiros.
Como era de se esperar, cristãos acusam o livro de ser uma blasfêmia, mas nele,
a rigor, não há nada que já não tenha sido publicado em uma farta literatura e
ensaios sobre o tema.
O que talvez esteja incomodando os religiosos, além do oportunismo do lançamento
do livro junto com o fim da saga, seja o tom provocador de Murphy. Ele vem
dizendo, por exemplo, não entender como um personagem de ficção como Jesus
Cristo possa ser levado a sério, como se fosse histórico.
<http://www.paulopes.com.br/2011/08/livro-mostra-as-semelhancas-entre-jesus.html>
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