JULGAMENTOS PRECIPITADOS
Quantas vezes já
aconteceu?
Um servidor dedicado, após anos de trabalho
irrepreensível, comete um deslize. Logo, todos os tantos
anos de dedicação são esquecidos.
Sobre ele recaem acusações, desconfianças.
Um amigo de infância, adolescência, juventude, alguém
com o qual rimos, choramos, confiamos, comete uma
pequena falha.
Diz-nos um não. É o suficiente.
Anos de convivência são sepultados de um só golpe.
Um voluntário, que serve dedicada e perseverantemente
meses, anos, sempre sorridente, feliz, um dia, por algo
que lhe ocorre e o perturba, se exaspera, fala mais
alto.
Logo, tudo que fez até então é esquecido e somente
aquele gesto de um momento de irreflexão é apontado,
falado, julgado.
São retratos da vida. Ocorrem em muitos lugares.
E nos fazem recordar de uma história muito interessante.
A de um pai que desejava ensinar aos seus quatro filhos
a respeito de julgamentos.
Assim, a cada um enviou em uma estação diferente do ano
a uma terra distante para observar uma determinada
árvore.
O primeiro filho chegou no inverno, o segundo na
primavera, o terceiro no verão e o quarto no outono.
O primeiro informou que a árvore era feia, além de seca
e toda distorcida.
O segundo disse que, ao contrário, a árvore estava
carregada de botões, cheia de promessas.
O outro filho contestou aos dois irmãos e afirmou que
viu a árvore coberta de flores. Que elas tinham um
cheiro tão doce e eram tão bonitas, que ele arriscaria
dizer que eram a coisa mais graciosa que ele jamais
havia visto.
Finalmente, o quarto filho falou que a árvore estava tão
cheia de frutas, tão carregada de vida, que chegava
estar arqueada.
O pai, ponderado, explicou que todos estavam certos, no
entanto, cada um deles julgara a árvore exatamente pela
época do ano em que a haviam visto.
Na vida, continuou, também é assim. Quase sempre somos
precipitados nos julgamentos.
Para julgar com acerto, compete-nos observar com
atenção, colher informações detalhadas.
* * *
Dessa forma, não julguemos situações e pessoas por um
momento apenas.
Consideremos que todos passamos pelos dias desolados do
inverno. Dias de tristeza, de solidão, de problemas
superlativos.
Nessa estação da vida, parecemos árvores de galhos
retorcidos.
Contudo, quando a esperança faz morada na intimidade,
carregamo-nos de promessas, de botões prontos a
explodirem em flores.
Então, acenamos com cores vibrantes, flores perfumadas,
graciosas que, logo mais, se transformarão em produção
abundante de frutos.
Pensemos nisso e não façamos julgamentos precipitados de
situações, de pessoas, de companheiros, de amigos.
Verifiquemos, antes, em que estação do ano estagia a
alma de quem vamos julgar.
E, se descobrirmos que o inverno envolve aquela
criatura, estendamos a contribuição do sol da nossa
amizade, o adubo do nosso auxílio, a proteção do nosso
carinho.
Pensemos nisso.
Redação do Momento
Espírita, com base
no texto A pereira, de autoria desconhecida.
Em 15.03.2010.
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