O LEÃO
MORDE COM MAIS FORÇA
A defasagem da tabela do Imposto de
Renda alcançará os 62% até o final deste ano.
Ou seja,a diferença do que o contribuinte paga para o que deveria pagar a
desvantagem é do contribuinte, claro crescerá quase três pontos percentuais
em relação a dezembro do ano passado (59,28%).Caso a expectativa do mercado para
a inflação de 2014 se mantenha (5,8%), a tunga do Leão em cima do trabalhador
alcançará os 64% no final do ano que vem, já que a tabela do IR, desde 2011, é
corrigida anualmente em apenas 4,5%.
Há muito tempo que a inflação fica acima da meta (4,5%). Dessa forma a tabela,
que já vem defasada desde 1996, nunca é corrigida. Pelo contrário, o trabalhador
segue perdendo.
No final do ano passado, a defasagem ficou em 59,28%. Com a correção de 4,5% no
início do ano, caiu a 56%. O problema é que a inflação avança e corrói esses
ganhos, a correção some.
Devemos fechar este ano com 62% de defasagem e o ano que vem, caso as previsões
inflacionárias confirmem-se, em 64%, contabiliza Álvaro Luchiezi, gerente de
Estudos Técnicos
do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco
Nacional), responsável pelos cálculos.
Hoje, paga Imposto de Renda quem ganha mais de R$ 1.710,78 por mês.
E A ISENÇÃO?
2,5 salários mínimos É o teto para isenção do IR hoje. Em 1996,
eram nove
salários mínimos.
Se a tabela estivesse corrigida, só pagariam IR os trabalhadores com ganhos
superiores a R$ 2.607,59.
Essa é uma crítica antiga dos especialistas no assunto. Segundo eles, uma tabela
defasada representa uma quantidade enorme de assalariados que não deveriam
estar pagando Imposto de Renda.
Para dimensionar o prejuízo, em 1996, quem ganhava nove salários mínimos, era
isento do Imposto de Renda. Agora, quem ganha 2,5 salários é obrigado a pagar. A
não correção da
tabela fez com que várias pessoas que estavam isentas, por causa da renda baixa,
fossem paulatinamente ingressando na condição de contribuinte.
Os que mais sofrem são os que ganham menos. Estão dando esse dinheiro a mais
para o governo há bastante tempo e recebem muito pouco em troca. Tudo bem que
houve uma
política de valorização do salário mínimo na última década, mas nada justifica
tamanha diferença, diz Luchiezi.
PROPOSTA
Desde 2007, a tabela do IR vem sendo corrigida anualmente em 4,5%, que é o
centro da meta da inflação estabelecida pelo governo pelo Índice de Preços ao
Consumidor Amplo
(IPCA).Aconteceque, neste período, somente em 2007 (4,36%) e 2009 (4,18%) a
inflação ficou na meta ou abaixo dela. A proposta do Sindifisco Nacional é que a
correção
da tabela do IR seja atrelada à evolução de renda do trabalhador. Entraria no
cálculo, por exemplo, o rendimento médio mensal das pessoas com dez anos de
idade ou
mais, obtido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
O objetivo é corrigir essa tabela ao longo de dez anos e mudar o índice da
correção. Queremos que a renda do trabalhador dite essa correção. Em
determinados anos ela pode ficar a baixo da inflação, é um risco que precisa ser
assumido, mas o histórico dos últimos anos mostra que essa é a melhor opção,
defende Luchiezi.
O sindicato também propõe a inclusão de algumas deduções como aluguéis e juros
da casa própria. O Sindifisco Nacional apoia uma campanha para mobilizar a
população sobre a necessidade de correção da tabela. O movimento, batizado de
Imposto Justo, reúne uma série de propostas que tem o objetivo de mudar a atual
legislação do Imposto de Renda. Quem apoia a causa deve entrar no endereço
www.sindifisconacional.org.br e apoiar um abaixo-assinado eletrônico que será
encaminhado ao Congresso Nacional.
Governo arrecada R$ 94,2 bi só em julho
BRASÍLIA
O governo federal arrecadou R$ 94,29 bilhões em impostos e contribuições em
julho. O resultado representa uma alta real (já descontada a inflação) de 0,89%
na comparação com
o mesmo mês do ano passado. Ao longo do ano, a arrecadação registrou crescimento
real em quatro meses (janeiro, abril, maio e julho)
e queda em três meses (fevereiro, março e junho).Segundo os dados divulgados
ontem pela Receita Federal, no acumulado de janeiro a julho, a arrecadação foi
de R$ 638,27 bilhões, um recorde para o período. O valor representa uma alta
real de 0,55% na comparação com os R$ 596,50 bilhões do mesmo período de 2012.
O secretário-adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes, destacou
que, nos sete primeiros meses do ano, foi obtida uma receita extraordinária de
R$ 4 bilhões
referente à arrecadação de Cofins/PIS e do Imposto de Renda Pessoa Jurídica
(IRPJ) e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), em decorrência de
depósito judicial
e da venda de participação societária. Por outro lado, houve uma redução de
48,05% no pagamento do ajuste anual do IRPJ/CSLL, referente a fatos geradores do
ano-calendário
de 2012.
O valor caiu de R$12,24 bilhões de janeiro a julho do ano passado para R$ 6,36
bilhões nos sete primeiros meses deste ano. Esse resultado é reflexo da
arrecadação relativa ao período do ano passado, explicou.
Ele observou, porém, que a Receita tem verificado uma alta nas estimativas
mensais de arrecadação de IRPJ/CSLL. O valor subiu de R$ 48,4 bilhões nos sete
primeiros meses de 2012
para R$57,79 bilhões de janeiro a julho.
Fonte: Jornal A Gazeta - 20/08/2013
http://www.unicon.com.br/noticias/423/Le%E3o+morde+60%25+a+mais+do+seu+sal%E1rio
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