OS LIMITES TEMPORAIS DAS VISÕES DOS PROFETAS JUDEUS
19/01/2007
Você já
observou que os profetas hebreus sabiam nomes de pessoas que viriam a existir
anos ou séculos depois de seus dias, mas esse conhecimento tão detalhado sempre
teve um alcance bem limitado no curso da história? Por que não disseram os nomes
de Roma, Igreja Católica, Inglaterra, ou Estados Unidos? E ainda há tanta gente
acreditando que os capítulos 8 a 12 de Daniel foram escritos nos dias dos
Impérios de Babilônia e Medo-Pérsia.
UM PROFETA VIU E ANTECIPOU O NOME DE JOSIAS?
"E o homem clamou contra o altar, por ordem do Senhor, dizendo: Altar, altar!
assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será
Josias; e qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que sobre ti
queimam incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti" (I Reis, 13: 2). A
Bíblia diz que isso ocorreu nos dias do rei Acabe, e Josias veio a reinar muitos
anos depois, fazendo exatamente o que o profeta predissera.
ISAÍAS PREVIU O NOME DE BABILÔNIA?
"E Babilônia, a glória dos reinos, o esplendor e o orgulho dos caldeus,
será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou" (saías, 13:19). "Pois
eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas
passadas, nem mais se recordarão: Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente
no que eu crio; porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo
motivo de gozo. E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca
mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. Não haverá mais nela
criança de poucos dias, nem velho que não tenha cumprido os seus dias; porque o
menino morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. E eles
edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o fruto delas.
Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam;
porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus escolhidos
gozarão por longo tempo das obras das suas mãos: Não trabalharão debalde, nem
terão filhos para calamidade; porque serão a descendência dos benditos do
Senhor, e os seus descendentes estarão com eles. E acontecerá que, antes de
clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O
lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi; e pó
será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo
monte, diz o Senhor" (Isaías, 65: 17-25).
Está escrito que Isaías teve suas visões "nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, e
Ezequias, reis de Judá" (Isaías, 1: 1). E Isaías antecipou o nome de Babilônia e
sua ascensão e queda. Mas, por que Isaías não sabia que os hebreus iriam
continuar sendo dominados por outros povos depois de Babilônia?
Por que ele não
viu os nomes de Medo-Pérsia, Grécia, Roma, etc.? Por que ele viu foi o reino
eterno dos judeus após a queda de Babilônia? E os crentes nem
desconfiam!!!
DANIEL ANTEVIU OS NOMES DA MÉDIA, DA PÉRSIA E DA GRÉCIA?
"Aquele carneiro que viste, o qual tinha dois chifres, são estes os reis da
Média e da Pérsia. Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande
chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei. O ter sido quebrado,
levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão da
mesma nação, porém não com a força dele. Mas, no fim do reinado deles, quando os
transgressores tiverem chegado ao cúmulo, levantar-se-á um rei, feroz de
semblante e que entende enigmas. Grande será o seu poder, mas não de si mesmo; e
destruirá terrivelmente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os
poderosos e o povo santo." (Daniel, 8: 20-24).
Isso, crêem ter sido dito "No ano terceiro do reinado do rei Belsazar", rei da
Babilônia (v. 1). Observe-se que Daniel teria conhecido, nos dias de Babilônia,
não só os fatos, mas até os nomes dos reinos seguintes, "Média" e "Pérsia" e
depois "Grécia".
Agora, vejam mais detalhes:
"E agora te declararei a verdade: Eis que ainda três reis estarão na Pérsia, e o
quarto acumulará grandes riquezas, mais do que todos; e, tornando-se forte, por
suas riquezas, suscitará a todos contra o reino da Grécia" (Daniel, 11: 2).
"Daniel teve a visão na época do Rei Ciro. Depois de Ciro se levantaram 3 Reis
na Pérsia: 1- Cambises (530- 522AC); 2- Bardiya (522); 3- Dario I (522- 486). O
quarto Rei foi Xerxes (486- 465), ou Assuero , marido de Ester. Reuniu cerca de
300 mil homens na batalha de Salamina (480 AC) e Platéia (479) e perdeu para a
Grécia"
"Depois se levantará um rei poderoso, que reinará com grande domínio, e fará o
que lhe aprouver. Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será
repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem
tampouco segundo o seu domínio com que reinou, porque o seu reino será
arrancado, e passará a outros que não eles" (Daniel, 11: 3, 4).
"O Rei Poderoso é Alexandre O Grande que venceu o Rei Persa Dario III (336-331
AC) em 331 AC. Alexandre morreu em junho de 323 AC. Os seus 4 generais
eliminaram seu irmão demente Filipe e seu filho em 301 AC e dividiram seu reino:
1- Cassandro ficou com a Grécia e a Macêdônia.
2- Lisímaco: Trácia e asia menor (depois usurpada)
3- Seleuco: Turquia, Síria, Babilônia, Pérsia e parte da Índia.
4- Ptolomeu: Egito e Israel. (perderia a Síria)."
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Um pouco mais da história:
"Ainda de um deles saiu um chifre pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e
para o oriente, e para a terra formosa; e se engrandeceu até o exército do céu;
e lançou por terra algumas das estrelas desse exército, e as pisou. Sim,
ele se
engrandeceu até o príncipe do exército; e lhe tirou o holocausto contínuo, e o
lugar do seu santuário foi deitado abaixo. E o exército lhe foi entregue,
juntamente com o holocausto contínuo por causa da transgressão; lançou a
verdade por terra; e fez o que era do seu agrado, e prosperou" (Daniel, 8:
9-12).
O chifre pequeno que surgiu de um dos quatro chifres, segundo outros
intérpretes, se encaixa com exatidão em Antíoco IV, da dinastia de Seleuco, que
travou várias batalhas contra os reis do Sul (Egito) e desencadeou a mais severa
perseguição contra os judeus, profanando seu santuário e destituindo seu sumo
sacerdote Onias III ("o príncipe do pacto") e substituíndo por outro
com quem entrou em acordo. Os capítulos 11 e 12 previram que
após a restauração do santuário, o reino seria entregue aos judeus.
Já no Capítulo 7, fala também de um chifre pequeno, mas esse sai dentre dez
chifres de um animal estranho, que os intérpretes dizem ser Roma.
Agora, pergunto: por que Daniel, nos dias de Belshazar, viu com tantos detalhes
que ainda existiriam quatro reis na Pérsia, vindo a seguir o domínio passar para
a "Grécia"; que, depois da morte do primeiro rei, o império seria dividido em
quatro? Por que ele antecipou a história até os dias da vitória de Judas Macabeu,
mas não viu que os hebreus iriam continuar sob o domínio de outros?
E, por que
os capítulos 8 a 12 prevêem que o domínio seria entregue ao seu povo após a
restauração do santuário por Judas, e o capítulo 7 parece falar do império
Romano que veio depois? E por que em nenhum lugar ele viu Inglaterra e Estados
Unidos?
O QUARTO ANIMAL PODE NÃO SER ROMA
Embora, os intérpretes digam que o quarto animal do capítulo 7 de Daniel seja
Roma, parece mais se referir ao império selêucida após Alexandre.
O quarto animal da visão de Daniel tinha dez chifres e de um deles saiu o chifre
pequeno que causou a destruição dos "santos do Antíssimo", que seriam os judeus
(Daniel, 7: 25).
Em uma relação da Dinastia Selêucida, encontrei o seguinte:
"Seleukos I, Nikator (312-280 a.C.)
Antiochos I, Soter (280-261)
Antiochos II, Theos (261-246)
Seleukos II, Kallinikos (246-266)
Antiochos Hierax (246-227)
Seleukos III, Soter Keraunos (226-223)
Antiochos III, o Grande (223-187)
Molon (222-220)
Achaios (220-214)
Seleukos IV, Philopator (187-175)
Antiochos (175-170)
Antiochos IV, Epiphanes (175-164)"
(http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/Grecia/DinSeleuc.html)
Não sei por que, abrangendo o período de governo de Antíoco IV (175-164 a. C.),
aparece "Antiochos" (175-170). O curioso é que antes do início do governo de Antíoco IV existiram dez reis selêucidas. Não seriam esses dez reis os
dez
chifres, e Antíoco IV o chifre pequeno? Está escrito sobre esse chifre: "...os
santos lhe serão entregues na mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo"
(Daniel, 7: 25). E o capítulo 12, que é uma seqüência do capítulo 11, fala de um
"tempo de angústia tal qual nunca houve", de "um tempo, dois tempos e metade de
um tempo", e "destruição do poder do povo santo" (Daniel, 12: 1, 7). Se essa
interpretação parece tão plausível, é de se deduzir que tudo tenha sido
escrito nos dias
da vitória de Judas Macabeu, e a ponta pequena do capítulo 7 seja a mesma do
capítulo 8. O fato de o animal do capítulo 8 ser um bode e o do capítulo 7 ser
um animal estranho não dificulta esta interpretação; pois na previsão do capítulo 8 a
Média e a Pérsia são representadas pelos chifres de um "carneiro", sendo seu
corpo a união dos reinos (Medo-Pérsia), e no capítulo 7 o animal é um "urso".
DANIEL NÃO VIU O QUE VIU JOÃO
Como acima explicado, os capítulo 8 a 12 de Daniel colocam o fim dos sofrimentos
dos hebreus com a restauração do santuário por Judas Macabeu; mas o capítulo 7
talvez fale de Roma, o que, como acima explicado, pode não ser. E, se fala de
Roma, até se pode dizer que a "grande tribulação" seja a destruição de Jerusalém
do ano 70 e a diáspora. Mas depois disso não poderia haver outro povo gentio
dominando o mundo, devendo o reino passar para os judeus. Todavia, o autor do
Apocalipse Fala de Roma, sem citar o nome, e de um outro poder subseqüente,
sendo esse o último domínio gentio, vindo a seguir um reino eterno comandado por
Jesus, aquele que foi crucificado.
POR QUE NINGUÉM VIU OS NOMES DA IGREJA CATÓLICA, DO
IMPÉRIO OTOMANO, DA
INGLATERRA, NEM DOS ESTADOS UNIDOS?
Embora não reste dúvida que os capítulos 8 a 12 estejam falando do Império Grego
e de sua divisão em quatro, especialmente de Antíoco IV, o capítulo 7 até parece
se encaixar em Roma, mas podendo se referir ao império selêucida, com ênfase em Antíoco IV. Entretanto,
nem Daniel, nem outro nada viu do que ocorreu após o
império Romano.
As minhas perguntas são as seguintes:
Por que Isaías antecipou o nome de "Babilônia" e previu sua queda,
mas não sabia
que os judeus não iriam dominar naquela época e iriam continuar sob o domínio de
outros povos por muitos séculos? Ele viu é o reino eterno dos
judeus, que não veio e eles estão aguardando até hoje.
Por que Daniel previu o nome da "Grécia" e contou em detalhes a história até os
dias dos macabeus, e, em outro lugar, pode até ter falado de Roma,
mas não viu
os outros impérios posteriores a ela?
Por que o autor do Apocalipse, vivendo nos dias de Roma, viu só mais um domínio
gentio depois de Roma?
Finalmente, por que cada profeta enxergou a história até determinado tempo
depois e ninguém viu até os dias de hoje? Os judeus passaram do
domínio babilônico para o medo-persa, depois o grego, depois o seleuco,
de
Antíoco, depois o romano, depois o otomano, no período em que a igreja cristã
romana dominava a maior parte do mundo, depois o inglês, para finalmente ganhar
novo estado sob o apoio dos Estados Unidos e da ONU. Por que os profetas não
relataram isso como relatavam até os dias dos macabeus?
MINHA CONCLUSÃO
Se
Isaías só enxergou até a queda de "Babilônia", dizendo até seu nome,
não acertando nada mais para frente;
Daniel viu até a vitória dos macabeus, mencionando até o nome da "Grécia",
da "Média" e da "Pérsia", e, em
outra parte dizem ter falado de Roma, mas não acertou mais nada após isso;
João do Apocalipse viu mais um poder depois de Roma, podendo ser a igreja
Católica;
MAS
A história nos mostra o domínio passando para outros povos, Império
Otomano, Inglaterra,
depois
Estados Unidos;
O que está bem evidente é que
As profecia de Isaías não foram escritas "nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, e
Ezequias", mas após a queda de Babilônia,
E as de Daniel devem ter sido escritas nos dias da vitórias de Judas Macabeu,
podendo a visão do capítulo 7 até ter sido escrita já no começo do domínio
Romano, se estiver falando de Roma e não de Antíoco IV. Se alguém tivesse previsto fatos e nomes dos dominantes mesmo, eles não se
teriam enganado quando aos acontecimentos posteriores. O
raciocínio lógico não nos deixa enganar.