MAIS MÉDICOS,
MAIS ALGUMA COISA!
Cinco cubanos abandonam programa
Mais Médicos
Segundo o Ministério da Saúde, desde sexta, 90 profissionais são
considerados faltosos
11 de fevereiro de 2014 | 18h 00
BRASÍLIA - O Ministério da Saúde confirmou na terça-feira, 11, que mais três
cubanos, além de Ramona Matos Rodríguez e Ortelio Guerra, deixaram o Mais
Médicos nos últimos dias e não voltaram para Cuba. O desaparecimento dos três
profissionais foi formalmente comunicado à pasta desde sexta-feira passada pelas
prefeituras onde estavam lotados.
Ramona abandonou o posto de Pacajá, no Pará, na terça-feira passada. Guerra
deixou a cidade paulista de Pariquera-Açu há mais de uma semana. Na segunda, em
página de uma rede social, ele disse que estava nos Estados Unidos. Até essa
terça, 24 cubanos haviam abandonado o programa - 22 por motivos pessoais ou de
saúde. Os três profissionais desaparecidos trabalhavam em Rio do Antonio, na
Bahia, em Belém de São Francisco, em Pernambuco, e em Timbira, no Maranhão.
Apesar do aumento da lista de cubanos cujo paradeiro não é conhecido, o ministro
da Saúde, Arthur Chioro, diz não estar preocupado. "Eles vieram ao Brasil
livremente. Nossa relação é de cooperação", disse, quando questionado sobre
eventual risco de o Mais Médicos ser usado como rota de fuga para cubanos. Ele
argumentou que o número de desistências é insignificante diante do número de
profissionais no Brasil.
De acordo com Chioro, Ramona já está formalmente desligada. Além dos três novos
cubanos desaparecidos e de Guerra, que está nos Estados Unidos, há
outros 85
profissionais que abandonaram o Mais Médicos. Do total, 80 são brasileiros e
cinco se formaram no exterior - um espanhol, uma colombiana, um ucraniano, um
argentino e um brasileiro. Os nomes dos 89 profissionais serão publicados nesta
quarta-feira,12, no Diário Oficial da União. Eles terão 48 horas para se
apresentar. Caso contrário, o processo de desligamento formal será iniciado.
Solução. O ministro da Saúde se reuniu duas vezes com o ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, e com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para
discutir fórmulas de estancar a partida de cubanos do País. A primeira reunião
aconteceu um dia após a chegada de Ramona à liderança do DEM. A segunda,
anteontem, mesmo dia em que o Estado revelou a saída de Guerra.
O descontentamento com as bolsas seria um dos aspectos analisados.
Ramona
reclamou de receber US$ 400 (R$ 900), quando os demais participantes recebem R$
10 mil.
Chioro disse que questões para a melhoria das condições de trabalho estão sendo
discutidas com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), que firmou o
convênio entre os governos de Cuba e do Brasil. "É uma negociação permanente,
para que possa funcionar de forma adequada", afirmou o ministro da Saúde.
Ajustes. Chioro disse que amanhã será publicada no Diário Oficial portaria com
regras claras sobre o processo de desligamento de profissionais e prazos para
que municípios regularizem sua situação, sobretudo na contrapartida para auxílio
moradia e alimentação a profissionais.
De acordo com o ministro da Saúde, há regras esparsas e há pontos que precisam
ser detalhados. "É provável que novos problemas apareçam. O programa vem se
consolidando e é inquestionável que novas situações podem surgir."
<http://www.estadao.com.br/noticias/vida,cinco-cubanos-abandonam-programa-mais-medicos,1129199,0.htm>
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