Por Daniela Pessoa
Beijar é muito bom. Apaixonada, ainda melhor. Sem paixão, com tesão, por que não? Tem beijo doce, beijo faminto, beijo-mordida, molhado também, tem beijo até pra selar amizade, o famoso “selinho”. Tem os inesquecíveis, os surpreendentes, os que foram roubados e os que nos deixamos roubar. Tem beijo proibido, beijo ousado, beijo-tabu, beijo lambuzado. A gente quer todos e quantos mais inventarem. A gente quer inventar. E beijar. Você já beijou alguém hoje?
Conversamos com especialistas no assunto e reunimos dicas para você mandar superbem. Porque se o rosto é o cartão de visita, o beijo, meu bem, é a visita em si.
- Olhos fechados ou abertos
“Se estiverem fechados, você concentra a sua atenção mais na sensação do beijo, na boca. Se estiverem abertos, você aproveita para trocar energia também pelo olhar. Então, a escolha é sua, mas o que não vale é beijar olhando para os lados” – Sérgio Savian, especialista em relacionamentos amorosos.
- Explore o ritmo dele
“Vale morder, sugar, roçar… O legal é explorar a boca e são tantos os movimentos que precisaríamos de uma página inteira para demonstrá-los, mas dois são bastante interessantes: experimente roçar lentamente a língua no céu da boca no momento do beijo. Outro é contornar os lábios dele com a língua, lentamente, e, logo depois, beijá-lo profundamente.
Descubra o ritmo dele e imponha o seu também. Deixe ele comandar alguns movimentos, siga-os e, depois, vá fazendo os seus próprios. Um bom beijo é assim, feito por duas pessoas. Outra dica é usar a sua respiração para deixar o cara entusiasmado. Quando estiver no meio do beijo, respire com força e profundamente. Então, estreite-o mais ainda nos seus braços” – Pedro Paulo Carneiro, jornalista, autor de “Dossiê do Beijo: 484 Formas de se Beijar”.
- Use as mãos a seu favor
“As mãos fazem parte de um bom beijo. Enquanto você beija, pode fazer carinho nos cabelos dele, no rosto etc” – Sérgio Savian, especialista em relacionamentos amorosos.
- Mão-boba
“Se você não quer a ‘mão boba’, o ideal é deixar seus braços caírem na lateral de seu corpo e segurar as mãos do outro com delicadeza, fazendo carinho e guiando-as para as áreas de seu corpo onde gostaria de senti-las. Por exemplo: pode guiá-las para a sua cintura ou para as costas. Mas tudo com jeitinho!” – Pedro Paulo Carneiro, jornalista, autor de “Dossiê do Beijo: 484 Formas de se Beijar”.
- Em que lugares os homens gostam de receber beijos e mordidinhas?
“Isso depende muito, mas, em geral, beijos no pescoço, nas orelhas, nas têmporas, na testa, no nariz e até nos olhos são excelentes complementos para o beijo na boca. Ainda assim, alguns podem estranhar, então a minha dica é ir beijando lentamente essas outras áreas, sem pressa, para que você possa sentir se ele está gostando ou não” – Pedro Paulo Carneiro, jornalista, autor de “Dossiê do Beijo: 484 Formas de se Beijar”.
- Beijar chupando bala
Já experimentou com balas de menta ou anis? Coloque na geladeira e ofereça para o seu bem. Depois, grude-se nele, claro. Você não vai nem lembrar que existem calorias. “Sim, é totalmente válido! É até legal você compartilhar com a pessoa a bala, frutas, mel, chocolate, gelo… É divertido introduzir um elemento surpresa no beijo, seja ele um doce, uma técnica ou um jeito diferente de beijar” – Pedro Paulo Carneiro, jornalista, autor de “Dossiê do Beijo: 484 Formas de se Beijar”.
- Batom: ame-o ou deixe-o
“Ajuda a ficar com a boca bonita, atraente. Mas pode atrapalhar porque se espalha pelo seu rosto e pelo rosto dele” – Sérgio Savian, especialista em relacionamentos amorosos. Entre quatro paredes, tudo bem. Em público, é bom tirar o excesso e, se possível, passar só um gloss. Você não vai querer deixar o seu gatão com a cara do Coringa, do Batman, vai? Caso a resposta seja afirmativa (mázinha, você, hein?), leve um lencinho umedecido na bolsa. Ele vai adorar a sua gentil preocupação com o bem-estar dele.
A química
O que dizem dela é que: ou bate, ou não bate. Há estudos científicos tentando desvendá-la. E até matérias em revistas femininas (com a nossa!) abordando o tema como se fosse a oitava maravilha do mundo. Com o beijo não é diferente. Ou encaixa, ou não encaixa. “Imaginem só um beijo sem língua. Pois é, o famoso ‘beijo francês’ de beijo não tem nada, é mais técnico, porque eles não usam a língua. Uma vez beijei um parisiense e foi super sem graça, foi oco, vazio, um horror. O cara chegou a comentar que o meu beijo era diferente e achei muito engraçado. Lógico, né? Eu usava a língua e ele não!”, ri Andréia B*, 20 anos. “Mais tarde, descobri que, para os estrangeiros, beijo é coisa muito íntima. De língua, então, nem se fala! É coisa de namorado mesmo”, conta.
“Treinava o beijo sozinha, no azulejo do banheiro, tentava pegar gelo dentro do copo com a língua e coisas assim”
A questão vai muito além da nacionalidade. O beijo depende de cada pessoa. “Não existe esse negócio de beijo bom e beijo ruim. Existe beijo que encaixa e beijo que não encaixa, pura química, só isso. Tem beijos que, de primeira, não são tão bons e, depois com o tempo ficam excelentes. Quando você gosta da pessoa, você se acostuma, aí cada um adapta naturalmente a sua forma de beijar e rola o encaixe”, diz.
Cláudia Felício, jornalista, autora de um livro voltado ao público adolescente “Tudo sobre meninos… para meninas” (Editora Planeta Jovem) assina embaixo da ‘teoria quebra-cabeças’ de Andreia. “É tudo uma questão de encaixe mesmo. Às vezes o cara quer beijar rápido e a mulher curte um beijo mais lento. Às vezes é do tipo “língua de manivela” e a parceira prefere beijar de outro jeito ou vice-versa. O beijo bom é aquele no qual se chega a um acordo no jeito, no ritmo de beijar, nos carinhos”, afirma Cláudia.
O treino
Hoje em dia, ela acha engraçado, mas quando era mais nova a autora Cláudia Felício já treinou muito. “Treinava o beijo sozinha, no azulejo do banheiro, tentava pegar gelo dentro do copo com a língua e coisas assim. No entanto, acho que isso não adiantou nada. No meu primeiro beijo, quando fui chegando perto do garoto, foi me dando aquele medo de não mandar bem. E depois que nos beijamos foi tudo tão diferente do que eu tinha combinado com o azulejo do banheiro!”, brinca Cláudia. Fica a dica: o melhor é treinar ao vivo!
* O nome foi alterado a pedido da entrevistada