A MÁQUINA DE ESCREVER FOI INVENTADA POR
UM BRASILEIRO
Quando-se fala em furto de invento,
pensa-se em americano. Este foi mais um.
Quando se fala em furto de invento, pensa-se em americano. Pois, Christopher Latham Sholes
não está sozinho nesse negócio sujo. A patente do
telefone, entre algumas outras, foi contestada e muito tempo depois foi
reconhecida a autoria do verdadeiro criador.
140 anos de uma injustiça
Máquina de escrever foi inventada pelo padre paraibano Francisco João de
Azevedo, mas patenteada por estrangeiro
Edição 66
jul. 2001
Durante a Exposição Nacional, no Rio de Janeiro, em 1861, os cariocas se
espantaram com uma máquina diferente, na qual era possível imprimir sinais
taquigráficos apenas pressionando teclas. O invento ficou exposto por 44 dias e
foi um dos nove premiados com uma medalha de ouro, entre 1.136 participantes. O
padre paraibano Francisco João de Azevedo (1814-1880), inventor da
máquina taquigráfica, terminou por transformá-la, com simples modificações, em
máquina de escrever. Mas quem levou a fama e a patente foi o inventor
norte-americano Christopher Latham Sholes. E Azevedo entrou para a
galeria de inventores injustiçados, como Santos Dumont (avião) e Landel de Moura
(rádio).
Entre junho e dezembro de 1872, um estrangeiro, provavelmente norte-americano,
levou o protótipo da máquina de Francisco João de Azevedo para o exterior. O
padre teria sido dissuadido a deixar levarem o protótipo com a promessa de que
havia pessoas interessadas em fabricá-lo. Em março de 1873, Christopher Latham Sholes apresentou como seu um modelo praticamente idêntico à máquina
brasileira para os armeiros Remington, que a industrializaram.
Antes de Francisco João de Azevedo, há relatos sobre outras tentativas de se
construir máquinas de escrever, em 1714 e 1833. A diferença é que o modelo
brasileiro foi o primeiro a funcionar. Azevedo criou seu invento no Arsenal
de Guerra de Pernambuco, no Recife, oficina onde se fabricavam equipamentos para
o Exército.
O padre construiu a máquina taquigráfica pensando em algo prático para registrar
discursos e debates orais rapidamente. Em seguida, transformou-a em uma máquina
de escrever. Seu desejo era levá-la à Exposição de Londres, em 1862, mas a
comissão encarregada vetou o projeto, alegando que não havia mais espaço no
pavilhão brasileiro.
<https://revistapesquisa.fapesp.br/140-anos-de-uma-injustica/>
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