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MEMÓRIA GENÉTICA
O QUE IMAGINAM SER REENCARNAÇÃO
É APENAS MEMÓRIA GENÉTICA
Caracteres anatômicos, isto é, elementos que compõem a aparência física do ser
humano, ao lado de caracteres fisiológicos, ou seja, aqueles que se referem ao
funcionamento de órgãos, aparelhos e sistemas biológicos são determinados por
herança genética.
Em função dos mais elementares princípios da genética, sabe-se ser possível
herdar a cor azul dos olhos do nosso bisavô, ou outro ancestral mais distante,
mesmo que as gerações subsequentes ao mesmo, não tenham manifestado esta
característica. Os genes que ocasionam uma determinada aparência física, ou
fenótipo, neste caso, cor azul dos olhos, embora estivessem presentes em nosso
pai e avô, não expressaram a mencionada característica por terem sido encobertos
por genes de característica dominante. Isto significa, em nosso exemplo, que
pelo fato do gene olhos castanhos estar também presente no genótipo (conjunto de
genes) dos descendentes, o fenótipo azul não se expressou nas duas gerações
anteriores, em função do gene azul ser recessivo, isto é, dominado pelo gene
castanho.
Sem pretendermos qualquer aprofundamento em explicações do mecanismo da
hereditariedade, fica extremamente evidente ser possível herdar peculiaridaade
anatômicas ou fisiológicas de ancestrais longínquos.
Paralelamente aos caracteres morfológicos e funcionais, cuja herança genética
decorre da composição dos genes cromossomas dos pais, não estariam também os
caracteres psicológicos? E, da mesma forma, não seria possível herdar o
psiquismo de antepassados distantes?
Esta é a tese que nos apresentam para questionar as recordações de vidas
anteriores. Conforme a hipótese da "memória genética", uma criança ao "imaginar
recordar-se de sua vida pregressa" estaria apenas expressando informações,
embora reais, arquivadas em seus genes como fruto de experiências vividas por
seus ancestrais e transmitidas hereditariamente.
A princípio, parece não ser destituído de lógica - e raciocínio, mesmo porque,
freqüentemente o processo reencarnatório ocorre na mesma família, e não é raro
na terceira ou quarta geração, ocorrer o renascimento de um indivíduo como
bisneto ou tataraneto dele mesmo. Portanto, as recordações de sua existência
passada são, nada mais e nada menos, que a história do seu próprio bisavô. Para
os céticos, isto parece reforçar ainda mais a hipótese da memória genética.
A teoria da memória genética teve ampla aceitação por parte de fisiologistas,
psicólogos e especialmente psicofisiologistas de formação rigorosamente
materialista, para os quais os caracteres psicológicos são derivados da
fisiologia cerebral do homem. Consideram que o sistema nervoso não é apenas a
sede da alma, mas a própria alma. Portanto, o espírito, com todas as suas
manifestações, seria o resultado das complexas reações físico-químicas operadas
no cérebro, em resposta aos estímulos externos e internos captados pelos
sentidos, ou outros meios, e levados àquele órgão via rede nervosa de todo o
organismo. Diversas teorias psicológicas baseadas no comportamento animal,
especialmente a psicologia animal, trouxeram grande reforço para tais idéias. A
hipótese da herança psíquica, ou memória genética, encontra significativos
alicerces no estudo do comportamento de mamíferos, répteis, pássaros e até
vermes platelmintos. Certos tipos de comportamento, como o de exibição, meneio
de cabeça, incitamento, corte do macho para a fêmea, etc., demonstram sua origem
hereditária.
William C. Dilger efetuou um interessante estudo sobre o comportamento de
periquitos. Conforme pode observar, nos casos de hibridagem, os indivíduos
resultantes do cruzamento herdam as duas formas de comportamento dos pais.
Assim, o periquito de "Fisher" tem o hábito de transportar no bico uma tira de
fibra vegetal de cada vez, visando construir seu ninho. Ao contrário, o
periquito "cara-côr-de-pêssego" carrega várias tiras de cada vez, entre as
penas. "Quando um híbrido começa a construir o seu ninho, pela primeira vez, age
de forma, completamente confusa. Somente após três anos ele fixa o comportamento
de carregar a tira no bico, mas, uma vez ou outra, ele tenta colocar as tiras
entre as penas". (DILGER, W C. 1962).
Considera-se que tais caracteres de comportamento representam uma forma de
memória ancestral que se fixou definitivamente. É provável que a nossa estrutura
cerebral deve nos induzir, mas não determinar, a uma tendência de comportamento
e, talvez, uma maior ou menor facilidade na apreensão da realidade ou maneira de
conduzir o pensamento. Seriam, então, os arquétipos de Jung, oriundos de
experiências pretéritas que arquivar-se-iam nas delicadas estruturas nervosas e
posteriormente transmitidas aos descendentes através de genes ao longo de
gerações. Esta, portanto, é a tese da memória genética.
No entanto, a tese mencionada estaria estribada em alguma experimentação
cientificamente consciente? Para todos nós, estudiosos da Reencarnação é
importante conhecer como filósofos, psicólogos e muitos pensadores tem debatido
este problema. A possibilidade da memória genética ser capaz de transitar ao
longo de várias gerações, para eclodir em forma de recordações simulando
lembranças reencarnatórias, tem sido utilizada para justificar muitos casos.
Analisemos a questão com a maior neutralidade possível.
J. B. Best, em 1963, efetuou interessante trabalho com planárias que são vermes
platelmintos. Nesse trabalho, o autor demonstra a transmissão aos descendentes
dos reflexos adquiridos pelo platelminto, em laboratório. Memória Genética?
Conforme diversas outras pesquisas, uma molécula gigante e muito especial
chamada RNA (ácido ribonucleico) parece ser a responsável pela transmissão e ou
registro da memória. Vejamos a curiosa experiência desenvolvida por William C.
Corning, na Universidade de Rochester:
Como é do conhecimento daqueles que conhecem zoologia, as planárias quando
adequadamente cortadas em fragmentos, regeneram as partes secionadas. Além
disso, até fragmentos menores e sem cabeça podem regenerar uma planária
completa. Observou-se que planárias previamente treinadas em laboratório ao
terem partes cortadas, estas partes não só se regeneram completamente como
mantém todo o aprendizado. Mas o fantástico foi o que se observou na seqüência
da investigação. As planárias regeneradas a partir de pequenos pedaços mantinham
o aprendizado adquirido enquanto que outras, regeneradas dentro de uma solução
aquosa contendo uma enzima que destrói o RNA (ribonuclease), perderam a memória.
Portanto, sérios indícios haviam de que o RNA poderia ser a molécula
transportadora da memória de um aprendizado.
Reforçando ainda mais esta tese, McConnell, Jacobson e a Dra. Bárbar Humphries
desenvolveram o seguinte trabalho:
Planárias não treinadas foram alimentadas com fragmentos de outras planárias
previamente treinadas. O resultado foi incrível: Os vermes não previamente
ensinados passaram a adquirir, em grande parte, o condicionamento dos que lhes
serviram de alimento. Literalmente, comeram o conhecimento ...
Supõe-se que as planárias canibais ao ingerirem as que foram treinadas,
absorveram o RNA e, como este atua na síntese de proteínas, estocaram o reflexo
condicionado adquirido pelos vermes anteriores.
Ratos também foram utilizados em experiências semelhantes por Ungar. Como é
notório, estes roedores têm nítida preferência por locais escuros, onde parecem
se sentir mais protegidos dos predadores. Invertendo esta peculiaridade natural
destes animais Ungar, usando descargas elétricas provocou choque nos mesmos,
ensinando-os a temerem o escuro. Posteriormente, preparou um extrato feito com
cérebro desses roedores e aplicou-o, por injeção, no abdome de ratos não
ensinados. O que sucedeu foi que esses últimos passaram a fugir da escuridão, de
maneira semelhante aos primeiros. À medida que se aumentava a dose do extrato
injetado, maior era o temor a escuridão que apresentavam.
Como vemos, a hipótese da memória genética merece ser analisada com cuidado.
Inicialmente é importante lembrar que o código genético já possue seu mecanismo
básico esclarecido, Não é RNA, a molécula responsável pela transmisssão dos
caracteres hereditários aos descendentes. Considera-se suficientemente
alícerçada em fatos e amplamente aceita a hipótese de que a informação genética
está armazenada em outra molécula gigante: o DNA, (ácido desoxiribonucleico). O
DNA é a molécula mestra de todas as atividades celulares e a única capaz de se
autoduplicar. Um gene corresponde a uma fração de DNA. Através do DNA, e não do
RNA o espermatozóide e o óvulo levam as informações e o código genético para
todas as características de um novo ser. O DNA está localizado no núcleo das
células e envia seu comando ou informações, por uma molécula a ele subordinada
que é o RNA. Este último é o mensageiro que conduz ou transporta as
determinações do DNA. Razão, por isto, enquanto o RNA não se destrói ou não se
perde, funciona apenas como um depósito provisório de informação. Além disto, o
DNA é quem comanda a síntese ou formação do RNA. Este último é o efeito e não a
causa. Como somente o DNA detém o código genético, as informações adquiridas em
função de absorção ou introdução, de RNA carregados de informação, não se tornam
hereditárias.
Como explicar, no caso das planárias a transmissão do reflexo condicionado às
suas descendentes? Não é difícil. Não podemos esquecer que a considerada
transmissão ocorreu quando a regeneração destes platelmintos se efetuou por
seccionamento. Partes que irão gerar outros indivíduos possuem ainda certas
quantidades de RNA - mensageiro, portador de informação. Lembrar que as
planárias regeneradoras em soluções contendo ribonuclease (enzima destruidora de
RNA) não geraram indivíduos portadores dos reflexos. Isto significa que os genes
ou DNA do núcleo das células, não sofreu alterações. Em síntese, não houve
transmissão genética da memória adquirida, significando, portanto, não ter
havido memória genética.
Quanto aos ratinhos que receberam o extrato feito de cérebro de outros treinados
não consta, da referida experiência, que seus descendentes nascessem com aversão
ou temor a escuridão.
Hydén e seu colega Joseph T. Cummins, apresentaram no Congresso Internacional de
Bioquímica, em Moscou, importante trabalho, onde, entre outros temas aborda o
problema do papel do RNA no mecanismo da memória. Considera o cientista que o
desempenho do RNA é muito mais especulativo e é oferecido somente para
incentivar uma posterior discussão. Hydén afirma que "A maioria dos
neurofisiologistas admitirá que está faltando uma satisfatória explicação para a
memória".
Sem dúvida, caracteres de comportamento herdados geneticamente não são o mesmo
que recordações de eventos ou de imagens. Se o mecanismo da memória no que tange
ao seu armazenamento pode estar sendo elucidado, parcialmente, sob o ponto de
vista psicológico deve ser considerado que, processos de recordação de cenas
passadas ainda não podem ser explicados por memória genética.
Parece, também, duvidoso que a questão da memória pode se limitar pura e
simplesmente a questão da estocagem, ao estilo dos computadores, através dos
códigos químicos contidos nas moléculas de RNA e DNA de nosso cérebro, Na
oportunidade, lembramos que na Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos da
América, existem arquivos referentes aos 2000 casos de memória extra cerebral
estudados por lan Stevensen,
Necessário é que sejam valorizadas as experiências com planárias e ratos acerca
das transferências de aprendizado dos mesmos, Destas experiências, derivar-se-ão
outras, importantes para a confecção de modelos teóricos para começarmos a
entender, um pouco mais, o mecanismo da memória. No entanto, cremos que os novos
modelos irão gradativamente incluindo os fatos bem constatados da memória
extracerebral.
Recomendamos para um estudo profundo do tema, a obra do Dr. Hernani Guimarães
Andrade, "Reencarnação no Brasil". Vaio Rosa, também, a citação de Marilyn
Ferguson, no editorial do Boletim BRAIN MINO:
"Nossos cérebros constróem matematicamente a realidade concreta, interpretando
freqüências vindas de outra dimensão, um domínio da realidade primária, ordenada
e significante que transcende o tempo e o espaço. (. . .)"
As lembranças de vidas passadas, tão comuns em infantes, não podem ser
atribuídas, cientificamente, a genes recebidos de antepassados. Tratam-se de
registros energéticos existentes na estrutura extrafísica (espiritual) da
própria criança. Registros estes, decorrentes de fatos efetivamente vivenciados
em outras encarnações. A possibilidade de experiências vividas por ancestrais
longínquos transitar, sem manifestação por muitas gerações para aparecer
subitamente em uma criança (memória genética), simulando lembranças
reencarnatórias, não apresenta nenhuma solidez científica, é apenas uma mera
hipótese.
Ricardo Di Bernardi
http://www.acasadoespiritismo.com.br/Reencarnacao/reencemxeque/o%20que%20imaginam%20ser%20reencarnacao%20e%20apenas.htm
Embora o autor do texto descarte as experiências científicas de memória genética
e persista na idéia registros enegertéticos de estrutura extrafísica, o fato de
um descendente temer situação ruim vivida pelo ascendente parece justificar
muito bem a existência da memória nos genes. Se crianças têm
memórias de avós, bisavós ou outros ancestrais próximos, tudo parece indicar que
essas memórias vieram dos genes, não de algo externo ao corpo. Outro fato
curioso a observar é a existência de pessoas que dizem ser reencarnações de
pessoas que viveram muitos séculos antes e em lugares onde se falava língua
muito diferente. Nunca alguém que diz ser reencarnação de pessoa de
tempo distante e lugar diferente demonstrou conhecimento da língua falada por
aquela pessoa de quem diz ser reencarnação.
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mais CIÊNCIA
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