MENTALIDADE EMPRESARIAL SUICIDA
04/02/2017


Para quem não leva em conta o conjunto da sociedade, pode parecer benéfica coisa que, na prática, é extremamente nociva.  Com a busca de se livrar de medidas sociais, que naturalmente consomem parte dos recursos públicos, empresários podem ser a favor de medidas que indiretamente podem atingir a eles próprios.

 

Recentemente em conversa com um empresário sobre a crise brasileira, principalmente o fato de três dos estados mais ricos estarem em calamidade financeira, este falou da falta de dinheiro do governo do Rio para pagar os professores e e disse: "para que escolas públicas? Se acabassem com elas e deixassem só escolas privadas não haveria esse problema".

 

Eu, que não estava com tempo para discutir o assunto, tendo bastante trabalho pela frente, não questionei a visão dele, mas saí pensando no fato de como essa visão pode levar ao suicídio econômico. 

 

Se, havendo escolas públicas, ainda existe analfabetismo e muita gente segue a vida semianalfabeta, imaginem se toda educação do país tivesse que ser paga pelos alunos! O número de analfabetos seria extremamente maior, muito pouca gente teria boa qualificação profissional, o nível de pobreza seria muito pior.  Sem um bom público com capacidade de consumo, as empresas seriam bem-sucedidas?  Essa mentalidade, que muitas vezes predominam e influenciam a política, é responsável também pela decadência econômica.

 

O empresário na maioria das vezes pensa só na contenção de despesas, sem levar em conta que essa contenção possa resultar também na redução das receitas.  O que empobrece a população empobrece igualmente aqueles cuja riqueza depende do consumo dessa população.  E, um pouco a mais de ajuda aos mais pobres tende a redundar em maiores receitas para os produtores de tudo que essa população consome.  Assim, um capitalismo selvagem, que agrava as disparidades sociais, sempre resulta em crise econômica.

 

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