MULHER CONDENADA POR MATAR ESTUPRADOR
Para um povo bárbaro, que pretende seguir as ordem de um ser imaginário dos
tempos mais primários, um estupro não é tão grave quanto o ato da vítima em
defesa própria.
"Irã vai enforcar mulher por ter matado estuprador
Ela foi condenada à morte em 2009 pelo tribunal do Teerã, e seu veredito foi
confirmado pelo Supremo Tribunal Iraniano
30 de setembro, 2014
Uma iraniana sentenciada à morte pelo assassinato do homem que tentou estrupa-la,
pode ser executada na próxima semana. Reyhaneh Jabbari, 26 anos, foi presa em
2007 por matar em legítima defesa Morteza Abdolali Sarbandi, um ex-funcionário
do Ministério da Inteligência do Irã que tentou estupra-la.
Ela foi condenada à morte por enforcamento em 2009. O caso de Reyhaneh chamou
atenção internacionalmente, e provocou a criação de uma petição pedindo sua
absolvição, que já recebeu mais de 190 mil assinaturas.
A mãe de Reyhaneh fez um post em uma rede social, onde escreveu sobre a condição
da filha e publicou uma carta de despedida da mesma. “Adeus, querida mãe. Todas
as minhas dores terminarão amanhã de manhã cedo. Me desculpe, eu não posso
diminuir sua dor. Seja paciente. Nós acreditamos na vida após a morte. Vejo você
no próximo mundo e nunca vou deixar você de novo, porque estar separada de você
é a coisa mais difícil de fazer no mundo”, diz a carta. A execução de Reyhaneh
estava prevista para a última terça-feira, 30, mas foi adiada em dez dias devido
a pressões internacionais.
Em sua defesa, Reyhaneh afirma que esfaqueou Morteza Sarbandium, mas foi outra
pessoa que o matou. A Anistia Internacional critica o fato da versão da jovem
nunca ter sido investigada. “Essa execução abominável não deve ser autorizada,
especialmente quando há sérias dúvidas sobre as circunstâncias da morte”,
afirmou Hassiba Hadj Sahraoui, vice-diretor da Anistia Internacional no Oriente
Médio e na África do Norte.
Outro caso no Irã
Em 2005, Sakineh Mohammadi Ashtiani foi acusada por manter “relações ilícitas”
com dois homens, entre eles estariam o assassino de seu marido, que morreu
dopado, após receber uma descarga elétrica. A polícia prendeu os dois homens e
Sakineh sob suspeita de que ela tinha um caso o assassino. Quem teria denunciado
o suposto adultério foi a mulher de um colega de trabalho do marido morto. O
primo de Sakineh, supostamente o assassino, foi condenado à morte, mas acabou
perdoado pelos filhos de Sakineh e hoje está solto.
Há quem diga que ela se confundiu na hora de assinar a confissão de culpa por
não compreender o farsi, idioma da Justiça iraniana. Sakineh acabou condenada a
um castigo físico: 99 chibatadas. A sentença teria sido aplicada na frente dos
filhos. Depois, um juiz reabriu o processo e ela foi condenada à morte por
apedrejamento pelo adultério, uma pena que não está no Corão. A partir dai,
ONG’s, governos ocidentais e advogados fizeram uma campanha para salvá-la. Em
2010, o governo Iraniano anunciou que ela não seria apedrejada. No entanto,
Sakineh continua presa até hoje.
Fontes: The Independent-Reyhaneh Jabbari: Iran due to execute woman for murder
of her alleged attempted rapist, Folha-Que fim levou a Sakineh?"
<http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/ira-vai-enforcar-mulher-por-ter-matado-estuprador/