NÃO EXISTE
EVIDÊNCIA DO ÊXODO
Por que há tão poucas evidências históricas do Êxodo?
Moisés teria levado milhares de pessoas à Terra Prometida. Mas, no deserto e em
Israel, não há sinais de uma grande migração
Por Redação Super Atualizado em 25/05/2015
Por Reinaldo José Lopes
A Bíblia está repleta de imagens inesquecíveis, mas pouca gente discorda de que
uma das mais fortes é a de Moisés usando seu cajado para abrir o mar Vermelho e
conduzir uns 600 mil israelitas rumo à liberdade. O consenso entre os
historiadores, no entanto, é que a fuga dessa multidão do Egito nunca aconteceu
ou, pelo menos, deu-se numa escala infinitamente menor. Em vez de serem escravos
libertos e conquistadores de uma nova terra, os israelitas, ancestrais dos
judeus, teriam surgido lentamente na própria Palestina, cristalizando-se a
partir de povos que sempre estiveram naquela região.
De nômades a escravos
Só para refrescar a memória de quem nunca assistiu O Príncipe do Egito, vale
lembrar como o Antigo Testamento relata o surgimento do povo de Israel.
Segundo
as Escrituras, uma família de pastores nômades que vagava pela terra de Canaã
(onde hoje ficam Israel e a Palestina) se refugiou no Egito para escapar da fome
e da seca. Os egípcios os receberam bem porque José, filho de Jacó (o patriarca
da família, também chamado de Israel), era o primeiro-ministro do faraó.
Passaram-se 400 anos e a família se tornou um povo numeroso. Com medo de que
eles tomassem o poder, os egípcios os escravizaram. Inspirado por Deus, um líder
carismático chamado Moisés forçou o faraó a libertar os israelitas e eles
voltaram para Canaã, exterminando os habitantes da terra e tomando-a para si.
Acontece que esse roteiro parece ter mais furos que um queijo suíço. Para
começar, nenhum documento egípcio ou de outros povos do antigo Oriente Médio
traz qualquer menção a José, ao faraó que o “empregou” ou à fuga em massa dos
israelitas. “Isso é um problema grave. O argumento de que os egípcios não
registravam derrotas é falso: a saída de um pequeno grupo nem era um revés, e
eles relatavam derrotas, sim, mesmo quando diziam que tinha sido um empate”,
afirma Airton José da Silva, professor de Antigo Testamento do Centro de Estudos
da Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP). A menção mais antiga a Israel fora da
Bíblia data mais ou menos do ano 1200 a.C., vem – ironicamente – de um documento
egípcio e fala de um povo já instalado em Canaã. Num monumento, o faraó Merneptah diz que “Israel está destruído, sua semente não existe mais” –
nitidamente um exagero da parte do monarca egípcio, que dizia ter vencido
Israel.
Embora a Bíblia diga que Moisés e seu povo passaram 40 anos vagando pelo deserto
do Sinai, os arqueológos não acharam nem sinal deles na área durante a época –
por volta de 1300 a.C. – em que o Êxodo teria ocorrido. O grande problema,
porém, vem dos dados obtidos na própria terra de Canaã. Segundo Israel Finkelstein, arqueólogo da Universidade de Tel-Aviv, os assentamentos que vão
dar origem às cidades israelitas começam a aparecer nas montanhas da Palestina
em torno de 1200 a.C. São pequenas vilas rurais e pastoris que apresentam
exatamente o mesmo tipo de cultura material – cerâmica, ferramentas, maneira de
construir as casas etc. – presente nas cidades costeiras de Canaã. Ora, a Bíblia
diz que os habitantes dessas cidades, os cananeus, eram um povo inimigo e
totalmente diferente dos israelitas.
Mas o que a arqueologia indica é que o próprio povo de Israel era uma
dissidência dos cananeus – gente que teria se estabelecido em novas vilas nas
montanhas por razões que ainda não foram totalmente esclarecidas.
Outros indícios de que a hipótese da origem cananéia está certa são
lingüísticos: o hebraico, língua em que foi escrito o Antigo Testamento, é quase
igual ao idioma dos povos vizinhos. Sem falar no próprio nome
Israel: ele
termina com o nome do deus cananeu
El, enquanto os israelitas adoravam Javé, diz
a Bíblia.
Ainda pairam, no entanto, algumas dúvidas. Por que diabos o povo de Israel
inventaria uma origem escrava e estrangeira para si próprio? E como explicar a
origem genuinamente egípcia do nome de Moisés? Para alguns especialistas, isso
indica que um pequeno grupo de fugitivos do Egito se incorporou, de fato, ao
grupo maior de cananeus que deu origem a Israel, de forma que sua história de
libertação virou parte das narrativas sobre o surgimento dos israelitas.
Refugiados da atual Palestina costumavam ir para o Egito quando havia grandes
secas, o que poderia ser uma inspiração para o Êxodo.
http://super.abril.com.br/historia/por-que-ha-tao-poucas-evidencias-historicas-do-exodo
Ademais, há até quem vê na orgem do
nome Israel três deuses: Ísis, Rá e El.
Após ler toda a matéria, em vez de
"tão poucas evidências históricas do Êxodo", podemos dizer "nenhuma evidência do
Êxodo. Pois, se "os arqueólogos nem acharam sinais deles" (israelitas andando
pelo deserto), e eles seriam, segundo a bíblia, próximo de dois milhões de
pessoas, esses relatos não podem ser verdadeiros. Dois milhões de pessoas
por quarenta anos deixariam um rastro arqueológico enorme.
Ver mais sobre a
ORIGEM DA RELIGIÃO JUDAICA