NOSTRADAMUS E OS EVENTOS CATASTRÓFICOS

 

"Com os atentados terroristas aos EUA e a guerra contra o Taliban, as profecias sobre o final dos tempos voltaram a ganhar evidência, especialmente aquelas baseadas nas Centúrias de Nostradamus. Mas, até que ponto podemos confiar nas interpretações do profeta francês?
Gilberto Schoereder

Nostradamus tem sido muito comentado nos últimos anos. Em 1999, falava-se que o dia 11 de agosto daquele ano teria sido citada por ele como o início de tempos nebulosos para a humanidade. Não foi o fim do mundo, como esperavam alguns catastrofistas de plantão, mas também não se pode dizer que a nova ordem mundial que impera no planeta tenha provocado momentos agradáveis, e não apenas para as nações mais pobres – até os chamados ricos e poderosos têm enfrentado problemas econômicos, com uma série de crises desestabilizando os mercados constantemente.


Na virada do milênio, falava-se igualmente que algumas profecias de Nostradamus diziam respeito a aquele momento especificamente, mas elas nunca foram devidamente esclarecidas. De maneira geral, costuma-se dizer que as Quadras contendo as profecias de Nostradamus foram redigidas de tal forma que abrem inúmeras possibilidades de interpretação. Sempre que surge um acontecimento inusitado, também surge alguém para dizer que o profeta francês já havia previsto aquilo – principalmente se for algum evento violento, capaz de provocar a Terceira Guerra, o Armagedom, o Final dos Tempos, ou como queira se chamar a época em que o planeta seria destruído ou passaria por uma transformação radical.


Os eventos do dia 11 de setembro – com o ataque terrorista aos EUA – tornaram-se um prato cheio para profecias e previsões, ainda mais depois que o presidente Bush declarou que aquilo não se tratava de uma simples guerra ou retaliação, mas de uma batalha entre o Bem e o Mal.


Alguns intérpretes das profecias de Nostradamus afirmaram que o ataque às duas torres ou torres gêmeas havia sido citado nas Quadras. Sobre o Anticristo, figura imprescindível numa época destas, ele viria do Oriente Médio – Saddam Husseim enganou a todos fazendo com que pensassem que ele era o Anticristo, quando na verdade, Bin Laden surgiu como o principal candidato, apesar de muitos não descartarem que esse papel também poderia ser ocupado por George Bush.
Seguindo por um caminho um pouco diferente, mas nem tanto, grupos que estudam a atuação de extraterrestres em nosso planeta já falaram que Bush, o pai, pertencia ao governo secreto, e que o filho seguia pelo mesmo caminho – ou seja, estaria ligado às pessoas e extraterrestres do Mal, que pretendem dominar o planeta ou acabar com ele.

Muitas Visões


A Internet teve um surto de mensagens referindo-se ao ‘início do fim’, entre elas uma imagem da explosão no World Trade Center na qual, em meio à fumaça e ao fogo, formava-se a figura do diabo. Olhando as filmagens quadro a quadro, com boa vontade, seria possível encontrar uma quantidade razoável de figuras, até mesmo de anjos. É como olhar para as nuvens e tentar identificar formações conhecidas. Castelos no céu.


O número de especialistas nas profecias de Nostradamus é grande, e em épocas de crise se multiplicam a tal ponto que se torna impossível diferenciar aqueles que possuem um mínimo de conhecimento dos chutadores profissionais, que parecem encontrar um prazer mórbido na propagação do Armagedom e na diluição da humanidade em dois lados opostos, sem considerar a complexidade da situação. Diziam que Nostradamus havia previsto o Apocalipse para o ano 2000, o que não aconteceu. Quem estava errado: Nostradamus ou as interpretações? E aqueles especialistas que previram o final do mundo para a virada do milênio e, agora, novamente insistem em antecipar o final dos tempos? Por que esse final seria mais verdadeiro do que aquele que não aconteceu?


A verdade é que as interpretações podem seguir em qualquer direção, dependendo do desejo de quem estiver as estiver realizando. Em anos anteriores, muitos diziam que Nostradamus havia previsto o fim do mundo e que isso se daria através do conflito entre EUA e União Soviética. A URSS acabou e o conflito jamais ocorreu. Por outro lado, também existem interpretações falando de uma aliança entre EUA e Rússia. Uma tradução da Quadra 89 da Centúria 2 diz: “Um dia, as grandes potências se tornarão amigas. Seus fortes poderes crescerão. A nova terra (América) estará no cume da força. Para o homem de sangue (o Anticristo), o número é informado” (John Hogue, em Nostradamus e o Milênio, Editora Nova Fronteira). Essa aliança seria benéfica na solução dos problemas do Oriente Médio. Obviamente, a interpretação foi ressuscitada agora, no momento em que EUA e Rússia, pela primeira vez desde o término da Segunda Guerra, participam juntos de uma ação militar contra o Afeganistão. Outra Quadra, segundo essa mesma tradução, diz que os russos invadirão o Afeganistão, e que os muçulmanos “encontrarão essas áreas abertas. Os afegãos tentarão manter o Afeganistão, mas a resistência será destroçada”.


São interpretações que podem nos fazer pensar no que está acontecendo hoje em dia, mas a verdade é que as pessoas que seguiam essa tradução se referiam, na verdade, à invasão soviética do Afeganistão, e não ao momento atual. O que parece é que, a cada importante acontecimento mundial, surge uma nova interpretação das Quadras, adaptando-as ao momento e esquecendo as interpretações anteriores.


A datação dos acontecimentos descritos nas profecias também é extremamente nebulosa, mudando de acordo com o intérprete e o tipo de cálculos realizados – alguns tão complicados que se torna quase impossível seguir sua lógica. Uma Quadra dizia: “O céu queimará a 45 graus. O fogo se aproximará da cidade nova. Depressa um grande incêndio tomará conta de tudo”. E, 1997, dizia-se que a cidade nova a 45 graus era Nova York, e que a profecia se referia a um ataque nuclear naquele ano. Hoje, segundo alguns intérpretes, a mesma Quadra fala sobre o World Trade Center. Amanhã, poderá ser qualquer outra coisa.
Da mesma forma, a ordem dos acontecimentos também já foi invertida, com as Quadras interpretadas em ordem daquela que foram originalmente apresentadas por Nostradamus. Muitos estudiosos afirmam categoricamente que as interpretações sobre os tempos atuais são exageros, uma vez que o médico francês estaria se referindo, na verdade, a acontecimentos de sua época, os séculos XIV e XV.

Fins de Mundo


Por alguma razão nunca bem explicada pelos historiadores, filósofos e pesquisadores da área, o Juízo Final, parece fascinar a humanidade, ressurgindo em diversas regiões e religiões do planeta ao longo dos tempos. Para alguns ufólogos, por exemplo, a idéia do Juízo Final segundo o Apocalipse de São João foi revista por alguns grupos místicos, que entendem que extraterrestres estariam diretamente envolvidos nesse momento crucial da humanidade, arrebatando da Terra os escolhidos, enquanto o planeta agoniza rumo ao seu fim ou a uma transformação radical, quando esses escolhidos poderão retornar e reconstruir uma civilização mais evoluída.


Ainda que o medo constante de uma guerra nuclear nos anos 50 e 60 do século XX tivesse bases sólidas, reais, o fim da guerra fria entre EUA e URSS não eliminou totalmente o pavor do fim do mundo, que ressurge de tempos em tempos nas mais variadas formas. Uma dessas formas foi a AIDS, e outra vez Nostradamus foi citado com tendo previsto uma praga capaz de dizimar metade da população mundial em pouco tempo. Outra profecia errada ou mais uma interpretação forçada e adaptada para os tempos atuais?


O medo do fim por meio de armas nucleares renasce agora, com o conflito no Afeganistão correndo o risco de ampliar as divergências entre Paquistão e Índia, dois países dotados de armamentos nucleares. E o medo é reforçado por alguns boatos, que surgem até mesmo em sites de credibilidade da Internet, dizendo que Osama bin Laden teria uma arma nuclear de pequeno porte, de origem soviética, e poderia agravar ainda mais a complicada situação mundial.


Talvez já esteja mais do que na hora de nos afastarmos das profecias catastróficas para encarar de frente e com racionalidade os inúmeros problemas que ainda precisam ser resolvidos em nosso sofrido e tão belo planeta Terra..

O Ano em que Nova Iorque Tremeu
Alex Alprim

A cada novo evento mundial, surgem as mais variadas interpretações, com as profecias e os profetas virando as estrelas da vez. Com os eventos do dia 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, não foi diferente, e a astrologia também tem o que falar.
Estudos mostram que alguns eventos já estavam surgindo no horizonte há algum tempo, e determinadas configurações nos céus podem resultar em mudanças ainda mais profundas ainda para a humanidade.


No dia do ataque terrorista o céu em Nova Iorque continha uma série de aspectos, como três oposições entre planetas de grande influência. Por exemplo:


Vênus/Leão se encontra em grande tensão com Urano/Aquário. Esse aspecto traz muita energia e tensão, que pode levar a uma ruptura em todas as ilusões e situações que envolvam poder. Carrega ainda uma grande dose de incertezas e instabilidades, pois esse aspecto leva à quebra das estruturas emocionais ligadas à velha era.


Plutão/Sagitário se encontra em forte oposição a Saturno/Gêmeos, o que leva ao desequilíbrio dos ideais de vida; a maneira de ver o mundo deve ser repensada de forma a rever o papel do homem e do seu desenvolvimento social na esfera das relações interpessoais.
Marte/Capricórnio completa esse quadro de tensões, atuando de forma semelhante às anteriores. Aqui ocorre o rompimento final e a geração de um grande conflito entre as emoções provocadas pela tragédia, e uma tendência a ignorar as conseqüências da vingança para o futuro e para o caminho da humanidade na Era de Aquário.

Abrindo um Portal


Um dos aspectos mais interessantes em meio a esses acontecimentos se revela exatamente um mês após os eventos trágicos ocorridos no World Trade Center. No céu surge uma figura que por muitos é vista como sendo a abertura de um portal, de modo que forças astrais e espirituais podem atuar mais fortemente na Terra e levar a humanidade mais longe em seu caminho evolutivo.


Devido às posições dos planetas e astros, o céu forma uma estrela de seis pontas, com seis configurações que na astrologia são chamadas de trígonos, aspectos por onde a energia flui de forma positiva, conferindo qualidades especiais a quem as possui no Mapa Astral.


Essa estrela é formada por Saturno/Gêmeos, Urano/Aquário, Sol/Libra, Lua/Leão, Plutão/Sagitário e o Meio do Céu/Áries. Essas energias conferem aos eventos outra característica, pois a maior parte desses astros estava em posições desfavoráveis durante o ataque terrorista. Mas 30 dias mais tarde eles se encontravam juntos, formando uma grande mandala nos céus do mundo todo.


Isso levou a uma reformulação de vários valores, como a globalização e seus efeitos, o descaso dos EUA para com as outras nações do mundo e, principalmente, levou as pessoas a tentar compreender melhor as nações islâmicas.


No entanto, ainda existe uma série de aspectos tensos entre os diversos astros, como por exemplo:


Sol/Mercúrio/Libra em forte oposição com Meio do Céu/Áries, gerando uma série de incertezas e um alongamento do conflito, podendo inclusive incluir mais países.


Plutão/Sagitário se encontra em forte oposição a Saturno/Gêmeos, o que continua a provocar uma intensa mudança em todas as convenções sociais e morais, levando ao rompimento mais profundo com os ideais do passado. Isso gera não só uma avalanche de incertezas, mas até a chance de se alterar coisas que anteriormente eram impossíveis.


Lua/Leão em tensão com Urano em Aquário, produz um estado emocional que vai além dos sentimentos normais, fazendo as pessoas assumirem mais riscos e deixarem de lado os temores. Se essa energia for devidamente canalizada, é possível inclusive que haja uma mudança mais profunda da sociedade.


Pode-se dizer que a preocupação com a Terra será maior do que nunca, e nosso papel como seres conscientes deverá ser repensado e transformado para irmos além da retórica e em direção de ações práticas de recuperação dos danos causados pela ação do homem na natureza.


Veremos uma mudança geral nas estruturas de governo no mundo todo, com risco de uma contração do desenvolvimento democrático, podendo inclusive surgirem formas de governos tirânicas e populistas em algumas nações. Mas a situação tende a se resolver rapidamente, havendo uma reavaliação dessa posição com um posterior desenvolvimento em prol de uma liberdade, ainda maior do que a que existia antes.

Conclusão
Como podemos ver os eventos do WTC vieram com uma forte carga ligada a destruição do velhos valores da era de peixes, o sacrifício final da libertação, das seguranças relacionadas a um mundo em que o sofrimento era a moeda que pautava o crescimento, indo em outra direção, uma em que o mérito pessoal e as escolhas pessoais é que servirão como parâmetro de crescimento e de evolução.


E isso irá se refletir no fluxo das energias em todo o mundo. O cidadão sairá fortalecido ao fim disso tudo, e a humanidade estará vivendo as intensas transformações que levarão a ver o próximo realmente como um ser humano que deve ter todas as oportunidades de atingir o seu potencial máximo. Para isso, a forma pela qual a globalização tem sido realizada deverá ser reformulada, e retomada com toda a sua força para diminuir a pobreza e as diferenças entre os povos." (Revista Sexto Sentido Especial, págs. 8-14).

 

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