O NÚMERO 3
03/03/2003 - 03:03
Nesta data cheia de três, 03/03/03, lembrei-me deste número, que, embora não
seja muito comum na natureza, é um dos mais falados.
A natureza está cheia de dois e de quatro; mas o número três, por ser ímpar
aparece muito pouco. Nunca encontramos um animal de três pés, por exemplo. Uma
vez ou outra, vemos uma planta com folha dividida em três partes. Em
nosso corpo, temos três ossos em cada dedo. É um número que aparece pouco
naturalmente, mas na matemática ele é importante. Para se medir temos
três dimensões, que em cubo se definem em largura, comprimento e altura.
Quarta dimensão é coisa de misticismo, tão real quanto os deuses.
O número três adquiriu uma importância enorme no meio místico. Os amantes de
simpatias que o digam. Nas religiões, ele é abundante. Os cristãos não são
os primeiros a criar uma trindade para seu deus. Os indianos o fizeram
primeiro, até de forma mais simples.
O problema cristão é conciliar trindade com unidade, por se dizerem monoteístas.
A Bíblia é cheia de coisas expressas com esse número: três foram os filhos de
Noé que repovoaram a terra após o dilúvio; Abraão viu três homens,
que seriam três anjos; os sonhos interpretados por José no Egito falavam
de três dias, representados por três cachos de uvas e três pães;
Moisés trouxe três dias de trevas sobre o Egito; no ritual mosaico
faziam-se “três festas anuais, a saber: na festa dos pães ázimos, na
festa das semanas, e na festa dos tabernáculos”; era muito comum marcarem prazos
de três dias; e escolherem três pessoas para determinadas finalidades; três
amigos teriam vindo consolar Jó; Daniel orava três vezes por dia; na
visão de Daniel, um novo reino eliminou três outros; Afirma que “Jonas
esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe”; que Jesus
ressuscito no terceiro dia após sua morte; que três foram os magos que
trouxeram presentes a Jesus quando ele nasceu; em outra narração, foram
três pastores de ovelhas em lugar de três magos; que Pedro negou Jesus
três vezes; que Pedro teve uma visão, na qual ouviu três vezes uma voz;
o Apocalipse fala de três espíritos imundos saindo das bocas de três
personagens: dragão, besta e falso profeta; que a grande cidade (Roma)
fendeu-se em três partes; que a cidade santa tinha três portas de cada
lado; três anjos deram três mensagens; etc.
Tanto o povo fez misticismo em torno do número três, e ele ficou tão comum,
que até as democracias se constituíram com três poderes.
Belo Horizonte, 03/03/03, 03:03h
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