“O coração alegre serve de bom remédio”. A
sabedoria de Salomão não lhe possibilitou entender que o coração não é o centro
das emoções, mas ele já compreendia o efeito do prazer sobre o organismo.
Devido à repercussão que certas emoções têm sobre o ritmo
cardíaco, o povo da antiguidade elegeu coração como o centro das emoções.
O tempo passou, e a função cardíaca foi desvendada. Não obstante,
permaneceu a figura do coração como a sede do amor. Os
apaixonados vivem
desenhando coraçõezinhos. Ao mesmo tempo que se atribui ao personagem Diabo a inspiração da
cobiça (latim “cupiditia”) da mulher alheia, o inspirador do amor é o
Cupido, aquele anjinho pelado atirando flechas que atravessam os corações dos
enamorados.
Os nossos sentidos estão no cérebro, porém continuamos como se
eles estivessem na nossa bomba biológica, que impulsiona o sangue para levar os
nutrientes a todas as partes do corpo. Não estaria errado Moisés ao dizer que “a
vida de toda carne é o seu sangue”, pois só através dele o oxigênio e os
nutrientes que mantém o corpo vivo podem chegar ao seu destino, e o coração é o
motor que os conduz.
O coração não contém sentimento algum, não determina o
comportamento e não está cheio do que fala a boca, todavia continua sendo
considerado como tal na linguagem popular.
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