O MUNDO VAI
ACABAR MESMO
Nosso planeta
terá fim. Mas não é agora, em nenhuma data das marcadas por visionários.
"Calendário Maia estabelece nova data para o 'fim do mundo'
Poliana Lisboa
"A única certeza que temos", de acordo com o ditado popular, "é o fim". Todos
vão morrer e, eventualmente, o mundo deve acabar, pelo menos da maneira que nós
o conhecemos. As premissas anteriores são aceitas pela maioria, o que causa
divergências é quando isso deve acontecer.
Várias datas anunciadas como "fim do mundo" passaram e ele continua a existir.
Algumas das teorias mais disseminadas é a de que o ano de 2012 seria o último.
Muitos atribuem à civilização Maia a profecia de que 21 de dezembro deste ano
seria o "fim do quinto ciclo". Quem acredita nessa interpretação diz que a Terra
possui cinco ciclos de 1.025 anos cada e que, no solstício de dezembro, o último
se encerraria.
Também existem teorias que repercutem com o auxílio da internet, de que nessa
mesma data o Sol se alinharia com o centro da galáxia e haveria uma inversão
dos pólos magnéticos do planeta, com consequências catastróficas para todos.
Sobre a linha de interpretação Maia, o professor do Departamento de Física da
Universidade Estadual de Maringá (UEM) e membro do planetário Circus Stellariun,
Marcos Cesar Danhoni Neves, não hesita em falar que não passa de uma "grande
bobagem de uma corrente que fez uma interpretação, sob influência de muitas
drogas, do calendário dos ciclos dessa civilização".
Para Neves, que estuda astronomia, o mundo deve acabar em 5 bilhões de anos.
"Quando o Sol já tiver exaurido seus combustíveis principais, hidrogênio e
hélio, e inflar na atmosfera, esquentando a superfície da Terra e fazendo
evaporar toda a água dos oceanos", explicou.
"A inversão dos polos magnéticos não é um evento único. Já deve ter
acontecido em outro momento, mas isso fica perdido na longa história geológica
da Terra. Não é o tipo de evento que acontece do dia para a noite. É um
evento que segue o tempo astrológico e geológico, se for acontecer novamente,
vai levar alguns milhões de anos no nosso calendário", afirmou.
E, quanto ao alinhamento do Sol com o centro da Via Láctea em 21 de dezembro,
Neves destaca que o sistema solar está há 33 mil anos-luz deste ponto.
Não daria tempo de chegar lá até o solstício.
Como se as previsões anteriores não fossem suficientes, outras correntes do
Armagedom dizem que um astro do céu (como um asteroide ou um cometa)
atingiria a Terra e provocaria uma destruição em massa. Essas parecem mais
apropriadas, uma vez que cientistas atribuem a uma colisão semelhante a extinção
dos dinossauros, cerca de 65 milhões de anos atrás.
Outro professor de Física da UEM, Ricardo Francisco Pereira, afirma que dos
corpos que datam da origem do Sistema Solar e gravitam em torno e entre ele, os
asteroides, por serem mais pesados, ofereceriam maior risco de destruição. "Mas
o risco de colisões desses corpos com nosso planeta é pequeno, quase zero.
O cálculo é feito observando se a Terra está próxima daquele local em que o
trajeto do asteroide cruza o nosso. Se dentro desta faixa de imprecisão, há
alguma possibilidade. Mas a dinâmica do Sistema Solar é muito grande. A cada
passagem há uma mudança."
Neves coloca outro aspecto fundamental que não faz da Terra o alvo mais
atrativo. "Somos um planeta pequeno. Nossa gravidade de interação com outros
corpos também é pequena e temos planetas gigantes como Júpiter, Saturno,
Urano e Netuno que acabam funcionando como ’aspiradores de pó’ celestiais. Pela
enorme gravidade que têm, assim como o Sol, 99,9% de todo grande meteorito e
cometa é atraído contra eles", explicou.
O risco pode existir, mas é muito pequeno. Tanto que astrônomos têm uma escala
de risco, chamada de Turim, para classificar corpos celestes pelo risco de
colisão com a Terra. Ela vai de 0 (improvável) a 10 (quase certo). Até hoje,
nenhum alcançou o nível 10. Na verdade, apenas um chegou ao nível 4, o Apophis,
causou muita comoção no meio científico em 2004, mas logo foi rebaixado a 1 e
hoje está em 0.
http://www.odiario.com/geral/noticia/551848/calendario-maia-estabelece-nova-data-para-o-fim-do-mundo/
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PREVISÃO DO FUTURO