"Porventura podes, como
Deus, estender o firmamento, que é sólido como um enorme espelho de bronze?"
(Jó, 37:18). Assim pensou alguém no Oriente Médio da Idade do Bronze.
Na nossa primeira visão
do mundo nos sentimos no centro do universo e tudo que for deixado suspenso no
espaço cai inevitavelmente sobre a Terra. Aquele azul que vemos quando olhamos
para cima é com certeza um teto onde estão pregadas as estrelas. Assim
pensou o homem primitivo, nascendo a crença no domo celeste.
Se a Bíblia tivesse
sido escrita por um povo das ilhas próximas do Polo Norte, com certeza o
salmista teria louvado o criador por ter criado uma cúpula giratória onde o
Sol faz também seu círculo. Mas os que a escreveram viviam no Oriente
Médio, não viam assim o céu. Por isso o poeta de Iavé escreveu: "A
sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até à outra
extremidade, e nada se esconde ao seu calor" (Salmos 19:6).
A imbecilidade humana,
que bem disse Einstein não ter limite, chega ao disparate de, ainda hoje,
sustentar a crença e tentar provar que essa cúpula sólida, esse "domo" é real, e
todas as agências espaciais do mundo se uniram para sustentar uma grande mentira
e fazer a humanidade acreditar no que a ciência diz.
Para
os homens 'inspirados' da Bíblia, o Sol não girava
sobre a Terra como dizem os terraplanistas de hoje, mas começava de manhã seu
trajeto numa extremidade do céu, seguindo seu caminho até a outra, e,
miraculosamente, o deus todo-poderoso o colocava de volta no começo no outro dia
cedo.
Já o domo dos crentes
de hoje é bem diferente, é idealizado sob a perspectiva de quem vive próximo do
Pólo Norte. Nele o Sol circula da no sentido anti-horário passando próximo
às bordas da Terra.
Agora eu fico
imaginando se existem terraplanistas no extremo sul do Chile e da Argentina.
Lá eles, embora não consigam ver o círculo completo, veem o Sol girando no
firmamento no sentido horário. Como vão se entender os
terraplanistas do norte com os do sul?
A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até à outra
extremidade, e nada se esconde ao seu calor.
Sei que muitos dos
criadores de vídeos que dizem provar que a Terra é plana sabem que o que dizem
não é verdade. A forma como eles argumentam nos informa que eles não podem
ser tão imbecis. Eles só estão se aproveitando da imbecilidade de milhões de
pessoas de raciocínio falho e do fato de seus vídeos serem vistos também por
quem sabe que eles mentem, e assim eles lucram com a mentira.
O homem primitivo,
desconhecendo a realidade universal, só poderia imaginar haver uma cúpula sólida
na qual as estrelas estivesse presas para não caírem sobre a Terra. Por
isso, imaginou o domo celeste, que alguns religiosos ainda teimam em acreditar
que seja algo real.