PAÍSES MAIS HOMOFÓBICOS DO MUNDO
Os 15 piores lugares do mundo para ser gay
As penas contra gays são as mais variadas e incluem desde multas até execuções
brutais por apedrejamento ou enforcamento.
por Spotniks 4 de outubro de 2014
Atualmente, existem 76 países hostis com a homossexualidade no mundo.
A maioria deles encontram-se na África e no Oriente Médio
– embora existam países aplicando leis homofóbicas em quase todos os continentes
(a única exceção é a Europa).
As penas contra gays são as mais variadas e incluem desde multas até execuções
brutais por apedrejamento ou enforcamento.
Preparamos uma lista com os 15 piores países do mundo quando o assunto é
tolerância com homossexuais. A lista leva em conta exclusivamente questões
legais envolvendo relacionamentos homoafetivos e não considera países onde a
homofobia existe culturalmente, mas não conta com a apoio judicial.
Maldivas – para homens, exílio ou
chicotadas; prisão domiciliar para mulheres
As Maldivas seguem a lei da Shiria, onde o sexo entre homens é proibido. As
penas variam de 10 a 30 chicotadas até o exílio, que pode durar de 9 meses a um
ano, para homens.
Relações homossexuais entre mulheres também são criminalizadas, mas a pena é
diferente: prisão domiciliar de 9 meses a 1 ano.
Não por acaso, não são raros os casos de homofobia, como a sofrida pelo
blogueiro Hilath Rasheed, perseguido com diversos ataques, incluindo pedradas
que fraturam seu crânio, em 2011, e um corte na garganta, em 2012, que por
poucos milímetros não atingiu uma artéria. Além dos ataques físicos, seu blog
foi fechado há 3 anos pelas autoridades do país.
Tanzânia – detenção de 30 anos à prisão perpétua para homens; multa ou detenção
por 5 anos para mulheres
Homens que praticarem atos sexuais entre si, ainda que consensualmente, podem
ser sentencionados a uma pena mínima de 30 anos de prisão no país.
De acordo com a Human Rights Watch, muitos homossexuais sofrem abusos policiais
no país por serem parte do grupo de risco de transmissão do HIV – não é raro que
se recusem a registrar boletins de ocorrência contra qualquer tipo de crime em
que tenham sido vítimas.
Já as mulheres, podem ser condenadas a 5 anos de prisão, além de pagar uma multa
de 500 mil Shillings (cerca de R$ 735) no estado semiautônomo de Zanzibar. No
resto do país, no entanto, não existem leis específicas criminalizando relações
sexuais entre mulheres.
Qatar – até 7 anos de detenção (e
para muçulmanos, chibatadas ou execução)
No Qatar, a pena para homens que praticarem sexo entre si é de 7 anos caso não
sejam muçulmanos, para os quais se aplica a lei da Sharia.
Segundo a Sharia, um homem que praticar sexo anal com outro homem ou com uma
mulher deve ser punido com a morte. No entanto, a lei costuma depender da
interpretação do governo e dos juízes, os quais podem considerar como pena
“somente” chibatadas.
São Cristóvão e Neves – até 10 anos de trabalhos forçados
As pequenas ilhas caribenhas de São Cristóvão e Neves não são exatamente um
paraíso tropical, principalmente se você for gay. As leis do país descrevem
penas de até 10 anos, que podem ser estendidas a trabalhos forçados, para quem
cometer “o abominável crime da sodomia”, ainda que consensual.
A população do país também é, em geral, homofóbica – o próprio Ministro da Saúde
já chegou a admitir que a homofobia é “excessiva, desenfreada” no país. Ainda
segundo a ONU, as leis que criminalizam a homossexualidade em São Cristóvão e
Neves também tem sido uma barreira para homossexuais infectados com doenças
sexualmente transmissíveis que precisam de tratamento.
Ilha Nauru – até 14 anos de trabalhos forçados
O menor país insular do mundo também é um dos menores quando o assunto é
tolerância.
O país pune homens que praticarem sexo anal com penas que variam de 7 a 14 anos
de trabalhos forçados. Para outros atos sexuais, a pena é de 3 anos de trabalhos
forçados. A lei ainda descreve os trabalhos como “árduos” e coloca a
homossexualidade como algo que vai “contra a natureza”.
Nigéria – pena de morte para homens e chibatadas e/ou detenção para mulheres em
12 estados. No resto do país, até 14 anos de prisão.
As penas para homossexuais na Nigéria variam de acordo com o estado. Pelo menos
12 estados da parte norte do país adotam as leis descritas na Sharia, e
portanto, condenam relações homossexuais com a morte para homens e chicotadas
para as mulheres.
Nos outros estados, as penas são detenção que varia de 3 a 14 anos. Assim como
em Nauru, a legislação nigeriana refere-se às relações homossexuais como atos
“contra a ordem da natureza”.
Além das condenações para atos sexuais, desde janeiro deste ano são proibidos
clubes, boates e qualquer outro tipo de aglomerações sexuais exclusivas para
gays.
Sudão – chibatadas e prisão; caso reincida, prisão perpétua ou execução
De acordo com a seção 148 do código penal sudanês, a sodomia consiste em
“inserir o pênis ou algo equivalente no ânus de uma mulher ou homem”, e penaliza
o ato com 100 chibatadas e prisão por 5 anos na primeira e segunda ocorrência.
Caso haja uma terceira ocorrência, o juiz pode determinar a prisão perpétua ou a
execução do suspeito.
A lei ainda prevê que a pessoa que autorizar a inserção do objeto ou órgão
sexual em seu ânus também seja punida da mesma forma que a pessoa que executou o
ato.
Serra Leoa – prisão perpétua
Além de sofrerem diversas formas de homofobia, os gays de Serra Leoa ainda
enfrentam uma legislação que condena práticas sexuais entre pessoas do mesmo
sexo (em especial o sexo anal) com prisão perpétua.
As mulheres, apesar de não serem condenadas pela lei, também sofrem negligência
e exclusão da sociedade. Um estudo feito com o público LGBT do país revelou que
99% deles contam já terem sofrido pelo menos um tipo de discriminação ou assédio
por causa de sua identidade sexual ou de gênero, muitos deles cometidos por
policiais.
O país ainda passa por um grave crise de contaminação de HIV devido a uma
relutância existente, principalmente nas zonas rurais, em aceitar o tratamento
médico. Muitos dos moradores ainda preferem tratar suas doenças com curandeiros,
pondo em risco a própria vida e a das pessoas com as quais se relacionam.
Emirados Árabes Unidos – prisão, multas e/ou pena de morte
A lei dos Emirados Árabes Unidos sobre sexo entre pessoas do mesmo sexo é
ambígua. Enquanto pode-se interpretar que a legislação cubra somente casos de
sexo forçado, também é possível entendê-la como aplicável para casos de sexo
consensual. Explicitamente, a legislação condena com pena de morte somente o
adultério, mesmo que homossexual.
Apesar disso, algumas regiões dos Emirados, como Dubai e Abu Dhabi, possuem
legislação própria sobre o tema e condenam o sexo consensual entre pessoas do
mesmo gênero. Em Dubai, a pena é de 14 anos de detenção, enquanto em Abu Dhabi o
tempo máximo de encarceramento é de 10 anos.
Irã – pena morte para homens e
chibatadas para mulheres
No Irã, duas pessoas que forem flagradas praticando sexo anal podem ser
executadas. De acordo com o código penal islâmico vigente no país, o tipo da
morte será decidido pela Sharia se ambos foram maiores de idade (a pena
geralmente é o enforcamento); se um dos envolvidos for menor de idade, este será
punido com 74 chibatadas.
Para piorar, a corte pode usar o testemunho de 4 pessoas como prova definitiva
de que o ato ocorreu.
Já as mulheres flagradas em atos homossexuais podem ser punidas com 50
chicotadas; se reincidirem mais três vezes, a pena passa para a execução.
Somália – morte por apedrejamento nas regiões ao Sul e até 3 anos de prisão
no resto do país
A Somália é um dos 4 países que ainda condenadam gays com apedrejamento. Não
bastassem as condenações legais, grupos rebeldes também praticam atos de
homofobia. Em março do ano passado, fundamentalistas mataram um adolescente com
pedradas nodo interior do país e forçaram o vilarejo todo a assistir a
brutalidade.
Na Somalilândia, ao norte, o código penal de 1962 ainda está em vigor e pune a
sodomia, ainda que consensual, com detenção de até 3 anos. Porém, nas regiões
mais ao sul, cortes islâmicas impuseram a Sharia,que oferece como punição o
apedrejamento.
Mauritânia – morte por apedrejamento para homens
De acordo com a International Lesbian and Gay Association (ILGA), a Mauritânia é
um dos países africanos mais intolerantes com homossexuais. Homens que
praticarem atos homossexuais, de qualquer natureza, são condenados à morte por
apedrejamento.
Já as mulheres flagradas em uma relação sexual com outra mulher podem ser presas
pelo período de três meses a dois anos e devem pagar uma multa que pode chegar a
60.000 MU (cerca de R$ 510).
Arábia Saudita – exílio, chibatadas ou morte por apedrejamento
As penas para homossexuais na Arábia Saudita são todas baseadas na Sharia e
variam bastante. Homens casados que praticarem sodomia estão sujeitos a uma pena
de morte por apedrejamento, enquanto um homem não casado recebe 100 chibatadas e
exílio por um ano. Para um não-muçulmano que cometer se envolver com um
muçulmano, a pena é de apedrejamento até a morte.
Assim como em outros países islâmicos, qualquer relação fora do casamento também
é ilegal, mesmo para mulheres.
Iêmen – até 7 anos de prisão, 100 chibatadas e/ou morte por apedrejamento
No Iêmen, homens casados que forem descobertos em um relacionamento
extraconjugal com outro homem podem ser penalizados com execução via
apedrejamento. Para homens solteiros, a pena é de chibatadas e detenção de um
ano.
Já as mulheres lésbicas podem ser condenadas a até 3 anos de prisão caso o ato
sexual em questão tenha sido consensual. Em casos de sexo forçado, a pena sobe
para 7 anos para o autor do crime.
Além das penas descritas pela lei, os gays do Iêmen ainda sofrem com extremistas
que tentam fazer justiça com as próprias mãos, matando homossexuais de maneira
cruel. Mesmo após as pressões internacionais, principalmente por parte da ONU e
da Human Rights Watch, o governo do país reitera que não possui intenção de
alterar as leis e afirma que “não existem gays no Iêmen”.
Só nos últimos 2 anos, pelo menos 316 gays já foram detidos no país e estimasse
que existem 35000 pessoas infectadas pelo HIV. Não existe, contudo, nenhuma
forma precisa de medir quantas delas são gays, devido à repressão do governo.
Uganda – prisão perpétua, tortura e execução
Por fim, Uganda. No país, tanto a atividade homossexual masculina quanto a
feminina são ilegais. Nos termos do Código Penal, a relação entre dois homens
pode acarretar em pena de prisão perpétua. Execuções e rituais de tortura são
permitidos sem obrigações legais para os executores.
De acordo com um relatório da Pew Global Attitudes Project , 96% dos moradores
do país acreditam que a homossexualidade é um modo de vida que a sociedade não
deve aceitar.
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O fator que observamos existir em
todos esses países, é ser eles os mais atrasados do planeta. Nos
países do primeiro mundo há conhecimento suficiente para entender que
homossexualidade não é uma moda, um partido, nem uma filosofia, mas algo inato
em determinadas pessoas. Criminalizar a homossexualidade é bem semelhante a
perseguir alguém por ele ser negro, ser albino, ou ser anão. Mas em um
ambiente extremamente atrasado isso não é compreendido. E, como as
religiões tendem a manter as tradições dos povos mais primitivos, quase todos os
lugares que criminalizam a homossexualidade são governados por muçulmanos.
Onde não são muçulmanos que governam há alguma outra religião influenciando o
sistema jurídico.