PAPA ACIMA DE TUDO
O Papa São Gregório VII, nascido Hildebrando, (Sovana, Itália, circa 1020/1025 —
Salerno, 25 de maio de 1085) foi o 157º papa da Igreja Católica de 22 de abril
de 1073 até à sua morte, tendo sido um dos mais influentes e decisivos
pontífices a se sentar no trono papal ao longo da história.
Vida e carreira eclesiástica
Nascido na Toscana italiana no seio de uma família de baixa condição social.
Segundo o Liber Pontificalis, Gregório figurava entre os “nascidos toscanos,
junto à cidadela de Rovacum, de um pai [chamado] Bonizo”,[1] informação
corroborada pelo biógrafo papal.[2]
Gregório cresceu no ambiente da Igreja romana ao ser confiado a seu tio, abade
do mosteiro de Santa Maria em Aventino, onde fez os votos monásticos. Era,
assim, beneditino.
Em 1045 Hildebrando foi nomeado secretário do Papa Gregório VI, cargo que
ocuparia até 1046 quando acompanhou esse Papa no seu desterro em Colónia depois
de ser deposto num concílio, celebrado em Sutri, e acusado de simonia na sua
eleição.[3]
Em 1046 morre Gregório VI, e Hildebrando ingressou como monge no mosteiro de
Cluny onde adquiriu as ideias reformistas que regeram o resto da sua vida e que
o fariam encabeçar a chamada Reforma gregoriana.[4]
Até 1049 não regressou a Roma, mas é então chamado pelo Papa Leão IX para atuar
como legado pontifício, o que lhe permitiu conhecer os centros de poder da
Europa. Atuando como legado estava em 1056 na corte alemã, para informar da
eleição como Papa de Vítor II quando este faleceu e se escolheu como seu
sucessor o antipapa Bento X. Hildebrando opôs-se a esta eleição e conseguiu que
se elegesse Papa Nicolau II. Em 1059 é nomeado por Nicolau II, arquidiácono e
administrador efetivo dos bens da Igreja, cargo que o levou a alcançar tal poder
que se chegou a dizer que dava de comer a Nicolau "como a um asno no estábulo".
Eleição
A sua eleição é considerada fora do padrão habitual. Não era sacerdote quando
foi eleito Papa, por aclamação popular, em 22 de Abril de 1073. Sendo uma
transgressão da legalidade estabelecida em 1059 pelo concílio de Melfi que
decretou que na eleição papal só podia intervir o colégio cardinalício, nunca o
povo romano. Não obstante, obteve a consagração episcopal em 30 de junho de
1073.
Muito combativo em favor dos direitos da Igreja, enfrentou o imperador Henrique
IV do Sacro Império Romano, em defesa da superioridade do Poder Espiritual sobre
o Poder Temporal. Ao longo do século XX, os historiadores vincularam seu nome a
um vasto programa de reforma da cristandade, movimento que ficaria conhecido
como reforma gregoriana. Todavia, tal vinculação decorre de aspectos
controversos, muitos dos quais já submetidos a um profundo revisionismo. Há
décadas, estudiosos sugerem que o conceito de "reforma" deve ser superado quando
se trata de explicar muitos episódios envolvendo o pontificado gregoriana.[5][6]
Foi monge na Abadia de Cluny, considerada a alma da Idade Média. A pedido da
Condessa Matilde, perdoou Henrique IV que, entretanto, voltou a rebelar-se
contra a Santa Sé. Devido ao seu carácter combativo granjeou inimigos que o
exilaram. Ao morrer, fora de Roma, disse a frase que se tornaria famosa: "Amei a
justiça e odiei a iniquidade, por isso morro no exílio".
Política interna e reformas
Teve sua vida e obra conduzidas pela convicção da Igreja como obra divina e
encarregada de abraçar toda a humanidade, para a qual a
vontade de Deus é a lei única, e que, na faculdade de instituição divina,
a Igreja coloca-se sobre todas as estruturas humanas,
em particular sobre o estado secular. A
superioridade da Igreja era para Gregório VII um fato indiscutível.
Em 1075, Gregório VII publica o Dictatus Papae, que são 27 proposições onde
expressa as suas ideias sobre o papel do Pontífice na sua relação com os poderes
temporais, especialmente com os imperadores do Sacro Império. Estas ideias
poderão resumir-se em três pontos principais: O Papa é
senhor absoluto da Igreja, estando acima dos fiéis, dos clérigos e
dos bispos, e acima das Igrejas locais, regionais e nacionais, e acima dos
concílios; O Papa é senhor único e supremo do mundo,
todos lhe devem submissão em questões religiosas, incluindo os príncipes, reis e
imperadores (entretanto, como diria Harold J. Berman,[7] o Poder Central
Eclesiástico tomou para si, além da "espada eclesiástica", a "espada secular";
ou seja, o papa tornou-se a autoridade suprema no espectro espiritual e
temporal). A Igreja romana não cometeu nunca erros.
Historiadores como Walter Ullmann[8] e Ian Stuart Robinson[9] afirmam que
Gregório centralizava em Roma todas as querelas importantes para intermediação,
coincidindo naturalmente numa diminuição do poder dos bispos locais, o que
motivou algumas lutas contra as esferas mais altas do clero. Recentemente, esta
caracterização do governo gregoriano com marco da centralização política e
administrativa da Igreja medieval foi colocada em xeque.[6]
Esta batalha pelos fundamentos da supremacia papal tem o seu apogeu na
obrigatoriedade do celibato do clero e no ataque à simonia. Gregório VII não
introduziu o celibato mas conduziu a batalha por tal com maior energia do que os
seus antecessores. Em 1074 publicou uma encíclica
dispensando da obediência aos bispos que permitiam o casamento dos sacerdotes.
No ano seguinte, sob fortes protestos e resistência, encoraja medidas contra
estes, privando-os dos rendimentos.
O seu pontificado decorreu até 25 de maio de 1085, dia em que morreu em Salerno,
abandonado pelos romanos e pela maior parte dos seus apoiantes.
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Greg%C3%B3rio_VII>
Como foi mau até com os próprios companheiros, todos queriam distância dele.
Ver mais RELACIONAMENTO RELIGIOSO