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PAPIRO DE DERVENI E A GÊNESE
O Papiro de Derveni, datado do século V a.C., é um
papiro da Grécia Antiga. O documento é um tratado
filosófico em um poema órfico e se refere ao gênese, o
conhecimento de Deus, o misticismo e à cerimônias
religiosas que levam ao monoteísmo. É considerado o
manuscrito mais antigo da Europa.
Descoberta
O pergaminho foi encontrado em um sítio arqueológico em
Derveni, Macedônia, ao norte da Grécia, no túmulo de um
homem nobre, em uma necrópole que fazia parte de um rico
cemitério que pertencia à antiga cidade de Lete. É o
livro mais antigo que sobreviveu na tradição ocidental e
um dos poucos papiros sobreviventes encontrados na
Grécia. O pergaminho havia sido parcialmente carbonizado
na pira do túmulo do nobre. Os 266 pedaços recuperados,
de tamanhos variando entre 2-3 centímetros a alguns
milímetros, permitiram a reconstrução do papiro, com o
texto distribuído em 26 colunas. O papiro é mantido no
Museu Arqueológico da Tessalónica.
Conteúdo
O texto é um comentário de um poema hexâmetro atribuído
a Orfeu. Fragmentos do poema são citados. O poema começa
com as palavras “Feche as portas, tu, iniciante”, uma
famosa admoestação ao segredo recontado por Platão.
A
teogonia descrita no poema tinha a Noite dando à luz o
Céu (Urano), que se tornou o primeiro rei. Cronos (o
tempo) vem em seguida e toma o reinado de Urano, mas é
sucedido por Zeus. Zeus, tendo ouvido oráculos de seu
pai, vai até o santuário da Noite, que conta a ele
“todos os oráculos os quais em seguida ele colocaria em
efeito”. Ao ouvi-los, Zeus engoliu o falo (do rei
Urano), que primeiro tinha ejaculado o brilho do céu.
Leituras recentes
O texto não foi oficialmente publicado por quarenta e
quatro anos depois de sua descoberta (embora três
edições parciais tenham sido publicadas). De acordo com
o editor A. L. Pierris, Kyriakos Tsantanoglou, professor
emérito da Universidade Aristotélica da Tessalónica
atrasou sua publicação. Um time de especialistas se
reuniu no outono de 2005, liderados por A. L. Pierris do
Instituto de Estudos Filosóficos, Dirk Obbink, diretor
do projeto dos Papiros de Oxirrinco na Universidade de
Oxford, com a ajuda de modernas técnicas de imagem
multi-espectral por Roger Macfarlane e Gene Ware da
Universidade Jovem de Brigham para tentar uma
aproximação melhor à edição de um texto difícil.
Enquanto isso, o papiro finalmente foi publicado por
estudiosos da Tessalónica (Tsantsanoglou e col.), em uma
edição a qual falta um aparato crítico para registrar as
contribuições de vários estudiosos mas ao menos provém
um texto completo dos papiros, baseado na autópsia de
fragmentos, com fotografias e traduções, depois de tanto
tempo de espera. Mais trabalho certamente precisa ser
feito.
Bibliografia
Gazzinelli, Gabriela (trad). 2007. Fragmentos órficos.
Belo Horizonte: Editora UFMG.
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Papiro_de_Derveni>
Assim como o que você lê no Gênesis da
Bíblia Cristã, o que o Papiro de Derveni expressa é só mais uma das várias
formas primitivas de imaginar a origem de tudo.
Ver mais POR QUE SE CRÊ
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