PARA QUE MAIS PROVAS?

 

Comparando as afirmações ditas do ser onisciente criador de todas as coisas com a realidade que a Ciência já descobriu atualmente, não é difícil perceber que não precisamos mais prova de que esse criador é produto do pensamento de um povo primitivo. O universo é caótico, a natureza na terra é uma guerra biológica, tudo mostrando que não existe ninguém no controle de nada, a chamada palavra divina é cheia de equívoco, não podendo proceder de um ser onisciente.

TODAS AS ESPÉCIES NUMA EMBARCAÇÃO - Três mil anos atrás, quando qualquer pessoa poderia conhecer apenas as espécies animais que vivesse alguns quilômetros em redor de seu lugar, nenhum indivíduo, por muito inteligente que fosse, tinha provas de que uma grande embarcação não comportaria um casal de cada espécie animal. Hoje, no entanto, é bem diferente. A única coisa que pode afetar o raciocínio e levar uma pessoa inteligente a acreditar no mito da Arca de Noé é a alienação religiosa calcada no argumento "para Deus nada é impossível". Nenhum religioso parece pensar no fato de que não existe tamanduá fora da América nem canguru fora da Austrália. Se, são informados disso, são capazes de imaginar que o todo-poderoso tenha levado um casal de cada um desses animais até a arca e depois os tenha remetido aos seus lugares, além de manter vivo o casal de tamanduá por cinco meses em jejum, já que lá só haveria um casal de formigas e um de cupins, e ainda continuar sem comer até o casal de formigas se multiplicar. E para eles é até possível que um casal de pinguins tenha sido levado e mantido miraculosamente nessa embarcação no calor do Oriente Médio. Todavia, as análises geológicas provam que nunca houve uma inundação sobre toda a Terra. Não há como um ser racional aceitar tal conto como realidade.

SEPARAÇÃO GENÉTICA - Nenhum religioso atenta para o fato de que os animais da América não existem na África nem na Europa, assim como as espécies de lá não existem aqui. Uma onça pintada e um leopardo têm bastante proximidade de aparência, mas uma semelhança genética extremamente menor do que a existente entre o homem e o chimpanzé. Só religiosos são incapazes de aceitar que isso decorre dos seis ou sete milhões de anos de separação entre o chimpanzé e o homem, e o tempo de separação entre a onça e o leopardo, que remonta no mínimo ao tempo em que a formação do Oceano Atlântico começou a separar a África da América do Sul cerca de duzentos milhões de anos atrás. E os fósseis anteriores a essa época mostram que os mesmos animais habitavam os dois continentes, conforme observou Alfred Wegener, o cientista que descobriu a existência da Pangeia.


MUTAÇÕES - Considerando as rápidas mudanças que ocorrem nos microorganismos, não é difícil um ser racional perceber que um organismo pluricelular tenha uma grande mudança no decorrer de milhões de anos, o que é confirmado pelos fósseis. Mas um religioso, na sua ânsia de tentar desvirtuar o conhecimento científico para defender a própria crença, pode chegar a fazer a grotesca afirmação de que nunca viu um macaco virando homem. E uma multidão de alienados ainda é capaz de bater palmas para ele. Quem raciocina sabe que o simples fato de uma vacina contra um vírus perder o efeito ao longo de algum tempo prova que esse vírus sofreu mutação e já não é mais sensível aos anticorpos desenvolvidos na presença dela, ou seja, já não é o mesmo vírus de antes. Um ser inteligente não poderia ter dúvida quanto à existência da evolução biológica.

VIDA E MORTE É A REGRA - O reino animal vive uma constante guerra, em que uns têm que tirar a vida dos outros para continuar vivos, e cada um, por mais apto que seja, no final perde a capacidade de sobreviver e, se não comido por predadores, é devorado por microorganismo. Racionalmente não se pode acreditar que isso tenha sido planejado por um criador perfeito, justo e bom.

FORMAÇÃO ASTRONÔMICA - O relato do Gênesis diz que a terra foi feita no terceiro dia, e o Sol mais a Lua e as estrelas foram feitos no quarto dia. Essa foi a lógica de quem pensava que a Terra fosse o centro do universo. Como sabemos que a Terra gira em torno do Sol, sabemos que ela não pode ter sido criada antes dele. Isso é prova cabal de que a chamada palavra divina é procedente, não de um ser onisciente, mas do pensamento de um povo que nada sabia de astronomia. Como acreditar que exista um criador que não conhece a própria obra?

A IDADE DO UNIVERSO - Somando-se as diferenças, entre a criação do primeiro casal e o nascimento de Sete, com a diferença daí até o nascimento Enos, passando pelos outros descendentes, até chegar a Noé e o dilúvio, depois fazendo as contas dos tempos mencionados nos relatos patriarcais, depois os tempos de reis judeus e dos cativeiros por que eles passaram, soma-se um período aproximado de quatro mil anos até o início da Era Cristã. Como mais esses dois milênios, teríamos apenas seis milênios de existência. Como a visão telescópica mostra corpos astrais a milhões de anos-luz, e o que se vê à distância de um ano-luz é o que estava ocorrendo há um ano, não haveria como ver algo à distância de um milhão de anos-luz se isso não existisse há um milhão de anos. Só isso nos dá a certeza de que a estória bíblica é falsa. Só os religiosos não entendem isso.

A TERRA FLUTUANDO SOBRE O MAR - No relato da criação, afirma-se que no terceiro dia Yavé disse: “Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco. E assim foi. Chamou Deus ao elemento seco terra, e ao ajuntamento das águas mares” (Gênesis, 1: 9, 10). E no Êxodo está registrado que o próprio Yavé escreveu em uma das tábuas do testemunho: “Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” (Êxodo, 20: 4). Essa crença foi mais claramente confirmada quando o salmista disse que Yavé "estendeu a terra sobre as águas" (Salmos, 136: 6). E essa visão permaneceu no Cristianismo, tendo Pedro dito sobre “a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste” (II Pedro, 3: 5).
Nós sabemos que a Terra não está em cima de águas, e sim as águas estão em cima da Terra, enchendo parte de suas depressões formando os oceanos. Um deus que pensa que a Terra está em cima das águas não pode ser um ser onisciente nem ser o criador dessas coisas. Só as pessoas alienadas pela religião não percebem que esse deus não ultrapassava os limites do precário conhecimento humano de três milênios atrás. Se existisse esse deus, ele teria mostrado a realidade, não a visão equivocada do homem.

Se está provado que nunca houve o chamado "dilúvio universal"; se a evolução genética é um fato cientificamente incontestável; se a natureza é insensível ao sofrimento dos seres vivos; se o universo é tão caótico e existe há bilhões de anos, não seis milênios; e, se a palavra divina diz o contrário da realidade cientificamente comprovada, que mais prova se precisaria de que o deus dos judeus, cristãos e muçulmanos não existe, mas é o produto do pensamento primitivo que os hebreus herdaram de outros povos mais antigos?
 

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