PARANORMALIDADE NÃO FUNCIONA
"Cientista usa Twitter para questionar paranormalidade
Plantão | Publicada em 11/06/2009 às 20h17m
BBC R1 R2 R3 R4 R5 Dê seu voto R1 R2 R3 R4 R5 Média: 4,3
Um psicólogo britânico conduziu uma experiência usando o site de relacionamentos
Twitter com objetivo de questionar a existência da paranormalidade.
Durante quatro dias, o professor Richard Wiseman, da Universidade de
Hertfordshire, pediu que um vasto número de voluntários e pessoas que
acreditavam ter poderes paranormais o "seguissem" no Twitter para participar do
teste.
Wiseman se dirigia a um local secreto e enviava uma mensagem de Twitter pedindo
aos participantes que escrevessem de volta, descrevendo suas sensações e
impressões do local em que ele se encontrava.
Em seguida, Wiseman enviava outra mensagem com fotos de cinco locações
diferentes - a que ele se encontrava, além de quatro locações "falsas" - e pedia
aos participantes que votassem na que eles consideravam ser a "verdadeira". A
que recebesse maior número de votos era considerada a escolha do grupo.
O professor acreditava que, se o grupo tivesse habilidades psíquicas, a maioria
votaria na locação correta. Em todas as quatro tentativas, no entanto, o
grupo escolheu uma das locações falsas.
"Na primeira tentativa eu estava olhando para um edifício extremamente moderno,
mas a maior parte do grupo (35%) acreditou que eu estava em uma floresta. Em
outra tentativa, eu estava sentado embaixo de uma cobertura bastante incomum,
mas apenas 15% dos participantes escolheram a locação correta, enquanto
24% (a
maior parte) acreditava que eu estava em um cemitério. Isso ocorreu em todas as
tentativas", afirmou Wiseman.
O objetivo do teste, segundo Wiseman, era testar se o grupo realmente tinha
habilidades paranormais, e se os que acreditavam ter essas habilidades se
sairiam melhor dos que os outros.
A experiência atraiu mais de mil participantes, com 38% deles indicando
acreditar em fenômenos paranormais e 16% afirmando ter alguma habilidade
psíquica.
Não houve diferença de resultado entre os participantes que se diziam "paranormais"
e os céticos.
Quando os participantes ficavam sabendo qual era a locação verdadeira, no
entanto, aqueles que acreditavam ser paranormais tinham maior tendência a tentar
se convencer de que havia alto nível de correspondência entre o que eles tinham
"visto" e a locação real.
A diferença entre os grupos foi bastante notável, afirma a New Scientist, com
31% dos que acreditavam ter "habilidades" indicando uma correspondência
"considerável" entre o que eles "viram" e a locação verdadeira, em comparação
com apenas 12% dos céticos.
"Este tipo de pensamento criativo pode fazer com que as pessoas vejam relações
ilusórias com o mundo real e poderia, por exemplo, ajudá-las a se convencer de
que há semelhanças escondidas entre seus sonhos e eventos reais", afirmou o
professor.
"Mas talvez, o mais interessante seja mostrar que milhares de pessoas toparam
participar de um estudo instantaneamente no Twitter", disse Wiseman."
<http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2009/06/11/cientista-usa-twitter-para-questionar-paranormalidade-756309832.asp>
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