Via de regra, adotamos a cultura dos
nossos pais, vez que são eles que nos ensinam a falar e nos dizem: isso é certo,
isso é errado, isso é bom, isso é ruim, etc. Excepcionalmente, um ou outro
questiona se isso é assim mesmo. Assim, a moral e o direito variam muito
de um lugar para outro. E, como, desde os tempos mais primitivos, os pais
dizem aos filhos que existem seres sobrenaturais, todas as sociedades tendem a
acreditar, e poucos questionam. E, em lugares mais atrasados, quem
questiona a existência desses seres tende a ser mal visto e perseguido.
Até hoje existem países onde quem não acreditar pode ser até condenado à morte.
Todavia, no mundo mais civilizado, a tendência é a liberdade de pensamento.
Esperamos que um dia os os legisladores desses lugares bárbaros
de pensamento primitivo também sejam
capazes de parar para pensar.
“Se um Deus
bondoso e infinitamente poderoso governa este mundo, como podemos justificar os
ciclones, os terremotos, a pestilência e a fome? Como podemos justificar o
câncer, os micróbios, a difteria e milhares de outras doenças que atacam durante
a infância? Como podemos justificar as bestas selvagens que devoram seres
humanos e as serpentes cujas mordidas são letais? Como podemos justificar um
mundo onde a vida alimenta-se da vida? Será que os bicos, garras, dentes e
presas foram inventados e produzidos pela infinita misericórdia? A bondade
infinita deu asas às águias para que suas presas fugazes pudessem ser
arrebatadas? A bondade infinita criou os animais de rapina com a intenção de que
eles devorassem os fracos e os desamparados? A bondade infinita criou as
inumeráveis criaturas inúteis que se reproduzem dentro de outros seres e se
alimentam de sua carne? A sabedoria infinita produziu intencionalmente os seres
microscópicos que se alimentam do nervo óptico? Pense na idéia de cegar um homem
para satisfazer o apetite de um micróbio! Pense na vida alimentando-se da
própria vida! Pense nas vítimas! Pense no Niagara de sangue derramando-se no
precipício da crueldade!" (Robert Green Ingersoll, 11 de agosto de 1833 – 21
de julho de 1899, líder político estadunidense)
É muito primitiva a imaginação de que exista um ser onisciente,
perfeito, justo e bom que tenha submetido todos os seres vivos a tanto
sofrimento que
existe na natureza simplesmente pelo fato de um ser humano ter comido um fruto
proibido. Quando parei para pensar, pensei em parar e parei de acreditar.