PAULO, UM DESCONHECIDO COMO JESUS
Paulo, Saulo, ou seja lá qual for
o seu nome, vê-se logo que é mais um dentre os vários mitos forjados pela igreja
O Improvável "Paulo"
Paulo chama-se a si mesmo de apóstolo, mas NUNCA ninguém soube, conheceu ou viu
Paulo na época em que dizem que ele viveu. Nenhum escritor da época cita Paulo,
mesmo sendo dito que Paulo se misturava com governadores, teve seguidores e um
público de reis e imperadores.
A imagem de Paulo foi trabalhada a partir do livro de Atos e as epístolas que
levam o seu nome, mas o que se pode perceber é que estas duas fontes apresentam
duas pessoas radicalmente diferentes e duas histórias diferentes. As histórias e
pedaços de história de Paulo e recolhidas a partir das epístolas, são
incompatíveis com o conto registrado em Atos e podemos reconhecer claramente
toda uma saga construída, uma obra de ficção piedosa.
Atos
Paulo em Atos parece uma "peteca" sendo jogado, tirado, trazido, enviado,
etc...totalmente subordinado aos apóstolos.
Ele se torna parte dos discípulos (E andava com eles em Jerusalém, entrando e
saindo (9,28) Ele é "administrado" pelos anciãos. Tomando-o de noite os
discípulos o desceram, dentro de um cesto, pelo muro (9, 25) e Barnabé o
"trouxe" para os apóstolos (9,27) e eles o "trouxeram" a Cesaréia e então o
"mandaram" para Tarso. Barnabé "trouxe" Paulo de volta a Antioquia (11.26) e, em
seguida, com ele foi "enviado" para Jerusalém por causa da fome (11.30) – (como
acontece, uma visita a Jerusalém completamente desconhecida para o próprio
Paulo).
Os irmãos "enviaram" Paulo em sua primeira viagem missionária (13,4).
E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os
decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém.
De sorte que as igrejas eram confirmadas na fé, e cada dia cresciam em número. -
Atos 16.4-5.
De Tessalônica, Paulo é "mandado" para Berea pelos irmãos (17,10). Ele também é
"mandado" por mar até Atenas (17.14,15). Em Cencréia, Paulo raspa a cabeça
porque tinha voto judeu! (18,18).
Embora seu nome seja citado em Atos 177 vezes, "Paulo" NUNCA é parte dos
apóstolos e a única vez que ele chega perto disso é em 14:14 onde seu nome segue
Barnabé e o plural é usado. Em todos os outros casos, Paulo é uma entidade
bastante distinta e implicitamente subordinada aos apóstolos. E isto é
surpreendente, uma vez que Atos foi supostamente escrito por Lucas, companheiro
e admirador de Paulo.
O Paulo das Epístolas, em contraste, é um maverick bombástico, não representando
ninguém, mas a si mesmo e sob a direção de ninguém. É Paulo quem está dirigindo
tudo e a todos. Cheio de sua própria importância, em todas as suas cartas Paulo
martela a questão de que ele é um apóstolo, que a sua nomeação vem diretamente
do divino e cita como "prova" disso o seu próprio sucesso como missionário (por
exemplo, 2 Coríntios 2-3) - uma discussão de mérito duvidoso ainda usado por
igrejas hoje "Olhe para o nosso sucesso! Temos que estar certos!"
Paulo não faz referência a uma conversão na "estrada de Damasco", nem a uma
origem em Tarso (Jerônimo informou que Paulo era da Galiléia!). Ele não faz
nenhuma referência a Chipre e a batalha com um mágico rival, nem se refere ao
decreto de Tiago sobre a proibição de alimentos e prostituição. Paulo, ao que
parece, não deve nada a ninguém. É um valentão mal-humorado, que desperdiça
pouca simpatia com aqueles que não aceitam o seu ponto de vista. Assim, quando
ele perde o apoio de Pedro e Barnabé por comer com os gentios, Paulo repreende
Pedro publicamente e escreve que ele o renegou de "medo" e Barnabé foi
ingenuamente "levado" (Gálatas 2.12,13).
É curioso não existir escritos de judeus rabínicos do 1 º ou 2 º século
mencionando um aluno renegado de Gamaliel, que tenha estudado com o mestre da
ortodoxia vigorosamente aplicadas em nome dos sumos sacerdotes, e teve uma visão
em uma afastada missão. Nem uma palavra emerge dos rabinos sobre o pupilo herege
que descartou as proibições do sábado, conclamou seus seguidores a regulamentos
dietéticos cansativos desconsideradas do Judaísmo, e pronuncia-se contra a Lei e
a circuncisão. Certamente tal renegado não escaparia completamente à atenção dos
escribas.
Qual é a probabilidade de que Paulo realmente tenha estudado sob a lei
farisaica?
Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos
pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zelador de
Deus, como todos vós hoje sois (At 22.3)?
Paulo claramente tinha dificuldades com o idioma hebraico: todas as suas
referências bíblicas são tiradas do grego, da tradução de escrituras judaicas, a
Septuaginta.
Qual a probabilidade de que, Paulo, um homem jovem, - supostamente um cidadão
romano e vindo da diáspora helenizada ter trabalhado como policial-chefe da
ultra-ortodoxia de Jerusalém?
E se Paulo realmente conseguiu tal posição, ele certamente teria tido peixes
muito maiores para fritar do que o minúsculo "grupo de Jesus” em Damasco. Lemos
em Atos que os apóstolos continuaram a pregar em Jerusalém, mesmo após a morte
de Estevão ("Todos eles dispersos ... exceto os apóstolos." - Atos 8.1-2).
Então, por que Paulo não foi para os líderes, mais à mão?
"Nada nas cartas de Paulo sugere que este tenha tido qualquer posição oficial no
tratamento dos cristãos ... Assim, em oposição ao que Lucas diz, ele não poderia
ter feito nenhuma prisão, tortura ou encarceramento como forma de forçar os
cristãos a reconhecer que eles tinham sido enganados. " - Murphy O'Connor,
Paulo, sua história, p19.
Dado que o Conselho Superior judaico (o Sinédrio) não tinha nenhuma autoridade
para capacitar um caçador de heréticos para operar na cidade independente de
Damasco, a viagem de Paulo é ainda mais implausível.
Os quatro Evangelhos não mencionam e nem mesmo sugere um apóstolo pioneiro
chamado Paulo.
Saulo, "o flagelo da igreja" não faz nenhum sentido como história -, mas faz uma
grande dose de sentido como teologia." zeloso judeu vê a luz de Jesus,
torna-se cristão." O objetivo teológico é tão óbvio como a vinheta histórica é
falsa.