Foto: José Cruz/Agência Brasil
Da Redação
25 de maio de 2018, 16h27
Quem melhor para opinar sobre os desmandos tucanos na Petrobras do que os
engenheiros da empresa? A Associação de Engenheiros da Petrobras soltou uma nota
esta semana criticando as importações de óleo diesel pela estatal desde que
Pedro Parente, do PSDB, assumiu o comando. Segundo os engenheiros, ao adotar uma
nova política de preços após o golpe, a Petrobras faz a alegria dos produtores
norte-americanos enquanto extorque o consumidor brasileiro.
A nova política de preços também prejudicou a companhia: fez com que a Petrobras
perdesse mercado e a ociosidade de suas refinarias chegasse a um quarto da
capacidade instalada. “A exportação de petróleo cru disparou, enquanto a
importação de derivados bateu recordes. A importação de diesel se multiplicou
por 1,8 desde 2015, dos EUA por 3,6. O diesel importado dos EUA, que em 2015
respondia por 41% do total, em 2017 superou 80% do total importado pelo Brasil”,
critica a nota da associação.
Desde o final do ano passado os engenheiros da Petrobras acusam Pedro Parente de
aderir ao slogan do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ou seja, de
atuar em benefício das companhias petroleiras norte-americanas. “Ganharam os
produtores norte-americanos, os ‘traders’ multinacionais, os importadores e
distribuidores de capital privado no Brasil. Perderam os consumidores
brasileiros, a Petrobras, a União e os estados federados com os impactos
recessivos e na arrecadação. Batizamos essa política de ‘America first!’, ‘Os
Estados Unidos primeiro!’.”
Importações de diesel dos EUA disparam. Fonte: AEPET
A AEPET rebateu a falácia da mídia comercial de que a política de preços adotada
durante os governos petistas e modificada pelo governo Temer, que garantia
gasolina e gás de cozinha a preços muito mais baixos, seja prejudicial à
empresa. “Esclarecemos à sociedade que a mudança na política de preços, com a
redução dos preços no mercado interno, tem o potencial de melhorar o desempenho
corporativo, ou de ser neutra, caso a redução dos preços nas refinarias seja
significativa, na medida em que a Petrobrás pode recuperar o mercado entregue
aos concorrentes por meio da atual política de preços. Além da recuperação do
mercado perdido, o tamanho do mercado tende a se expandir porque a demanda se
aquece com preços mais baixos”, afirma a nota.
Os engenheiros desmentem ainda a alegação de que os reajustes nos preços
recuperaram mercado. “A própria companhia reconhece nos seus balanços
trimestrais o prejuízo na geração de caixa decorrente da política adotada”,
afirmam. “Outra falácia repetida 24 horas por dia diz respeito a suposta ‘quebra
da Petrobras’ em consequência dos subsídios concedidos entre 2011 e 2014. A
verdade é que a geração de caixa da companhia neste período foi pujante, sempre
superior aos 25 bilhões de dólares, e compatível ao desempenho empresarial
histórico.”
O diesel importado dos EUA, que em 2015 respondia por 41% do total, em 2017
superou 80% do total importado pelo Brasil.
E o mais importante, a associação de engenheiros lembra que uma empresa como a
Petrobras também tem uma função social, que é contribuir com o desenvolvimento
do país e abastecer nosso próprio mercado com preços mais baixos, beneficiando
os mais pobres em vez de nações estrangeiras.
“A maioria da população quer que a Petrobrás atue em favor dos seus legítimos
interesses, enquanto especuladores do mercado querem maximizar seus lucros de
curto prazo. Nossa Associação se solidariza aos consumidores brasileiros e
afirma que é perfeitamente compatível ter a Petrobrás forte, a serviço do Brasil
e preços dos combustíveis mais baixos e condizentes com a capacidade de compra
dos brasileiros”, concluem os engenheiros.
<http://www.socialistamorena.com.br/engenheiros-da-petrobras-acusam-parente-de-aderir-slogan-de-trump-america-first/>
acessado em 27/05/2018.
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