Já não resta dúvida, a ideia da existência de um deus ou vários deuses surgiu num momento muito primitivo, em que o homo sapiens ainda era gente do futuro. E, dado esse grau de evolução humana da época, as sucessivas descobertas sempre levaram alguns mais espertos a perceber coisas muito erradas nos conceitos religiosos. Disso sempre foi surgindo dissidências, resultando em divisões, com um grupo criando uma nova religião e outro grupo, sempre majoritário defendendo as crenças antigas. E cada lado diz estar com a verdade.
Como os animais do campo, que veem um raio e ouve um trovão e imaginam um animal perigoso, o homem imaginou um ser que fizesse os fenômenos da natureza e procurou a amizade desse ser. Um dia, alguém disse que o homem se havia desligado do deus ou deuses, precisando, portanto se religar. Surge daí a religião, com seus dogmas e ritos, os mais primitivos, para se religar ao sobrenatural.
A determinada altura da pré-história, alguém concluiu que alguma coisa estava errada, provavelmente deturpada, e precisava ser consertada. Necessário seria mudar algumas regras. Mas os parceiros da religião não aceitaram, surgindo daí uma divisão. Um grupo criava a religião reformada, e outro, a maioria, rejeitava a mudança, continuando a religião principal como era. E isso foi se multiplicando ao longo do tempo.
Um exemplo podemos ver no Judaísmo. Ao viverem sob o domínio persa, a instituição religiosa assimilou algumas crenças persas. Parte dos religiosos recusaram as novas crenças, uma vez que elas não existiam nas imutáveis escrituras sagradas que teriam sido dadas por Yavé a Moisés. A parte mais poderosa, a que assimilou novas crenças, entre elas a ressurreição dos mortos, se tornaram os “fariseus”, de “farsin”, “parsim”, “persas”. Os que recusaram as novas crenças formaram o grupo dos “saduceus”.
O Cristianismo, que não é, como querem os cristãos, uma versão modernizada do Judaísmo, mas uma criação romana, que tomou o poder e procurou eliminar, tanto judeus quanto outros que acreditassem em qualquer outra coisa que não fosse a doutrina cristã, nem com a espada e a fogueira, conseguiu se manter indivisível, surgindo vários grupos protestantes, cada um dizendo-se o verdadeiro Cristianismo.
Mas para complicar mais as coisas, antes que surgissem os protestantes já tinha surgido o Islamismo, o inimigo mais perigoso. E esse novo grupo, que diz adorar o mesmo deus, continuou ao longo da história promovendo a tal guerra santa, que hoje é mantida pelos terroristas onde o eles não têm o governo.
De uma suposição primitiva, chegamos às milhares de religiões existentes hoje. Atualmente, só o Cristianismo está dividido em centenas de religiões, e Islamismo também se multiplicou, e outras religiões mais antigas também têm suas divisões. Cada uma se diz a verdadeira guardiã da palavra divina, sendo as outras todas desviadas do verdadeiro caminho. E assim as divindades continuam assombrando o nosso mundo.
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