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POR QUE DETESTO TANTO O CIGARRO
- 26/08/2001 -
Algumas vezes, pessoas já me perguntaram: Por que você é tão
inimigo do cigarro?
Minha resposta é:
Em primeiro lugar, ainda que o cigarro não causasse nenhum mal à saúde, é uma
coisa tão repugnante, que nem os nojentos mosquitos suportam. O fumante tem um
mau cheiro tão forte que fica no telefone que ele usa, na cadeira em que ele
assenta, no ar do ambiente onde ele trabalha, etc. e, quando ficamos próximo de
fumantes, aquele fedor pega em nossa roupa e até em nosso cabelo. Considero o
tabagismo a coisa mais repulsiva que o homem selvagem inventou e foi assimilada
pelo colonizador do final da Idade Média, que não era também tão dado à higiene,
e infelizmente continua viciando uma parcela da humanidade até os nossos dias,
além de atormentar os que não podem evitar a companhia de fumantes. Por essas
razões, ainda na infância, quando não sabia que o tabaco é uma coisa altamente
destrutiva, em brigava com os meus irmãos que fumavam.
Em segundo lugar, as estatísticas e as análises científicas tem comprovado
fartamente que o cigarro é a maior causa de mortes do planeta, superando nesse
sentido todas as outras drogas associadas, em conjunto com a AIDS, que é a
segunda, os acidentes de trânsito, os incêndios e os suicídios.
Em terceiro lugar, porque o comportamento de muitos dos fumantes dá quase sempre
a impressão de que eles têm prazer em incomodar os outros: ao sair do locar de
trabalho, deixam um cigarro aceso a queimar-se no cinzeiro, que prolonga o
incômodo aos colegas, que, na maioria das vezes, estavam ansiosos pela saída do
viciado para respirarem um ar menos poluído; quando chega um fumante a um ponto
de ônibus, na maioria das vezes ele se posiciona no lado que possibilita a
corrente de ar levar sua fumaça em direção aos outros que ali estão. Quando ele
fuma em uma fila, é até fácil entender que ele está nervoso com a espera e,
egoistamente, não deixaria de infernizar aquele momento dos que têm a
infelicidade de estarem ali também. Todavia, os outros dois comportamentos
anteriores são puramente ofensivos aos outros, sem qualquer proveito para o
fumante.
Em quarto, enquanto o álcool alegra e desinibe, a cocaína traz sensação de
força, algumas substâncias alucinógenas dão ao dependente a momentânea impressão
de estar vivendo em um paraíso, o tabaco é a droga mais droga, mais sem
proveito: o fumante pode até pensar que o cigarro lhe dá prazer, mas na verdade
ele alivia o sofrimento causado por ele mesmo, resultando daí um bem-estar nada
superior ao que normalmente sentiria uma pessoa que nunca tivesse colocado um
cigarro na boca. Isso não é afirmação puramente minha, mas de cientistas e
pessoas que já foram fumantes. O fumante, após se entregar ao vício por
circunstâncias injustas ou motivos enganosos, tem que fumar, e cada vez mais,
não para receber as pequenas compensações oferecidas pelas outras drogas, mas
para mitigar o sofrimento decorrente da falta de seus venenos, pagando caro por
esse alívio. E o pior é que, enquanto os que usam drogas de outro modo só fazem
mal a si mesmos, o fumante prejudica a saúde dos outros. A sorte nossa é que
ultimamente os legisladores estão entendendo isso e impondo restrições ao vício.
Só em quinto lugar, eu coloco o fato de eu ter nascido com problemas de saúde
decorrentes de a minha mãe ter sido fumante.
Certo dia, embora na área de lazer do prédio de minha residência, eu estava me
sentindo um pouco incomodado pela repelente fumaça do cigarro de uns
adolescentes, e eles começaram a falar algumas coisas a respeito do cigarro. Eu
perguntei se algum deles tinha conexão com a Internet, e o mais fumante
respondeu que tinha. Então, eu lhe dei um cartãozinho com o meu endereço
eletrônico e disse-lhe que, acessando a minha página, ele poderia ler algo sobre
o cigarro. O garoto me perguntou: É alguma coisa contra ou a favor do cigarro?
Eu lhe respondi que era informações sobre os efeitos do tabaco, que são maus.
Ele me disse: - Então eu não vou nem entrar na sua pagina não. Eu nem quero
saber sobre o mal que o cigarro faz, porque eu não vou parar de fumar mesmo.
Diante dessa estultície, eu apenas lhe disse: Um dia você vai ficar sabendo,
mesmo que não queira.
Ao me afastar um pouco, ouvi o menino dizer para as mocinhas com quem
conversava: - Se eu for largar tudo que me faz mal eu nem consigo viver. Eu
fiquei pensado: Viver o que? Não quer ele saber que poderá ter uma vida bem
curta e de má qualidade, se prosseguir pensando que viver é poder usar drogas. É
lamentável! Vá ser estúpido assim lá na terra de Malboro!
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