POR QUE O GOVERNO NÃO RECORRE
À CPMF
16/12/2016
Hoje ouvi pelo rádio a alegação de
Temer que não recorrerá à CPMF, pois, além de ser um imposto a mais, haveria
muita oposição no congresso. Eis aqui uma outra razão de que não se fala:
a isonomia da cobrança.
A CPMF não agrada aos grandes, porque
ela é a única cobrança que atinge com igualdade grandes médios e pequeno.
Vejam um cálculo simples:
Na hipótese de a CPMF ser 0,3%, um
pobre trabalhador que ganhar um salário mínimo e tiver seu salário depositado em
uma conta bancária, recebendo R$880,00, teria que pagar R$2,64 (dois reais e
sessenta e quatro centavos). Isso seria quase insignificante. Mas uma
megaempresa ao gastar R$1.000.000.000,00 (um bilhão de reais) que está no banco teria que pagar R$3.000.000,00
(três milhões de reais). Embora R$3.000.000,00 para um trabalhador seja
uma fortuna, para a grande empresa significa tanto quanto os R$2,64 para
aquele trabalhador, mesmo assim os grandes não querem abrir mão nem de quantias
tão pequenas.
Preferindo, em vez de ressuscitar a
CPMF, usar medidas que atingem pesadamente os trabalhadores, o governo tem a
vantagem de não desagradar os grandes empresários, e, até mesmo a maioria dos
trabalhadores atingidos, sem entender o que estão perdendo com as complicadas
medidas econômicas, ficam satisfeitos de não terem que pagar CPMF.
Viram como é fácil governar com os
grandes?
Vejam
como outro imposto é mais
interessante para os políticos.
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