PRECARIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO
Até pelas minhas postagens nas redes sociais, noto que a
população brasileira detesta funcionário público. Todos reclamam da demora
dos órgãos públicos, ficam irritados com os que os atendem, uma vez que parece
não saberem que não são os funcionários, mas os
gestores públicos os responsáveis pela piora constante dos serviços. O número de
servidores em relação ao número de pessoas a ser atendidas vem decrescendo
constantemente, sendo esse o motivo de um atendimento cada vez mais deficiente.
Não tenho uma relação de todos os servidores públicos do país,
mas vou dar um pequeno exemplo relacionando os do Poder Judiciário onde
trabalho:
Os dois gráficos mostram o quanto cresceu o número de processos
na Justiça do Trabalho nos últimos seis anos, enquanto o número de servidores
que trabalham no desenvolvimento desses processos diminuiu. Enquanto
o número de processos entre 2010 e 2016 cresceu de 2,91 milhões para 3,631
milhões, o número de servidores caiu de 121.760 para 111,438.
Tal qual ocorre na Justiça do Trabalho, sucede em todos os setores
públicos. O nossos governantes promovem um sucateamento dos serviços
públicos, enquanto beneficiam os serviços privados. Nos setores de
saúde e educação, onde os mais pobres dependem dos serviços públicos, esse
atendimento vai ficando cada vez mais precário, e quem não tem condições
econômicas para arcar com os carérrimos planos de saúde privados e as altas
mensalidades escolares (essas tiveram um salto assustador no governo de FHC,
tornando-se uma das mais caras mercadorias do país) esses ficam cada vez mais
desamparados.
Enquanto os nossos governantes, que governam para os donos do
capital, provocam o desmantelamento dos serviços que se deveria prestar bem à
sociedade, o povo lança toda sua revolta contra aqueles que trabalham para o
servir, os quais não conseguem dar conta da crescente demanda de serviços
públicos enquanto são cada vez menos para atender cada vez
mais.
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