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A PSICOLOGIA DO CACHORRO
16 de dezembro de 2014
O cachorro, além da conhecida
fidelidade ao dono, aprende muito rápido como agradar as pessoas, além do que
tem mais facilidade do que os humanos para perceber as intenções de quem se
aproxima. Ele não fala, mas tem inteligência suficiente para descobrir
muito rápido o que significa o que as pessoas dizem.
Na infância, quando eu gostava de
passar onde havia cachorros bravos só para atacá-lo e vê-los fugir, lembro que
os cachorros não gostavam muito de mim. Depois de adulto, quando passei a
tratá-los bem, em quase todos os lugares onde passo, os cachorros me veem como
amigo. Noto que eles têm uma habilidade muito grade de perceber se as
pessoas hostis ou amigáveis.
Há alguns anos, observei como uma
cachorra basset dachshund tinha um aprendizado rápido e sabia o que fazer para
conseguir o que queria. Notei que ela reconhecia de quem se
falava ao ouvir nomes e tinha uma habilidade muito grande para distinguir os
sons e saber o que eles significavam. Quando ela ouvia toque de telefone,
não expressava nenhuma reação, mas, quando ouvia toque do interfone, ladrava e
se dirigia em direção à porta, pois entendia que o interfone anunciava a chega
de alguma pessoa. Podia-se bater em qualquer outra coisa, mas, se desse
uma pancada em um coco, ela aparecia correndo, pois distinguia bem aquele som e
vinha para ganhar um pedacinho.
Certo dia, na hora do almoço, ela se
levantou e colocou as patas no meu joelho, eu disse em tom de brincadeira: "Vá
perturbar a sua mãe". Ele desceu e se dirigiu para a minha esposa.
Como ela ouvia minha filha chamar minha esposa de mãe, ela entendeu que, ao
dizer sua mãe, eu estivesse falando da minha esposa.
Eu 2003, sofri uma meningite, que me
causou uma grave falha de memória, eu muitas vezes me esquecia até de comer.
Quando chegava o meu horário de costume de jantar, quase sempre eu estava
deitado, ela corria para cima da cama e pulava em cima de mim e latia para me
lembrar que era hora de jantar.
O mais marcante é que ela aprendeu
mais um comportamento que é muito raro em cachorro, aprendeu a sorrir. O
interessante é que muito cedo descobriu que, quando sorria, as pessoas pareciam
mais condescendentes com ela. Como muitas vezes ela era expulsa ao ser
encontrada em cima da cama, um dia sorriu ao ser encontrada na cama em cima do
travesseiro, e a minha esposa achou tão engraçado, que não a expulsou e me
chamou para ver. Depois disso, todas as vezes que alguém estivesse comendo
alguma coisa que lhe interessasse, ela se aproximava e sorria. Um
dia, ela subiu na mesa e comeu toda a carne que havia em um prato de comida e
ainda foi encontrada em cima da mesa. Ela olhou para a minha esposa e
começou a sorrir.
Hoje, tenho em casa um maltês, que não
aprendeu a sorrir como a basset, mas, à medida que passam os anos, vai ficando
mais experiente e entendendo melhor o significado das coisas. Notei que
eles aprendem como nós, mas em muito menos tempo.
Além da fidelidade, ele agradece e
aprende muito rápido o que fazer para conseguir o que quer. Diz-se que um
ano do cachorro equivale a sete anos do ser humano. A rapidez com que ele
aprende parece justificar isso. Um cachorro de dez anos já é bem idoso, e
sua experiência parece também corresponder à de um humano de setenta anos.
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