Raciocinando bem, observando tudo que
nos cerca, não vemos nenhuma razão para acreditar no deus que nossos pais
herdaram e nos impuseram. Ao contrário, encontramos, entre muitas, essas
quatro razões para não crermos:
a natureza nega o deus perfeito, justo e bom que
eles nos pregaram;
a dita palavra divina diz coisas fora da realidade;
esse deus
teria previsto eventos futuros, mas eles não aconteceram;
a crença em deus fez e
continua fazendo muito mal à humanidade.
A natureza nega o deus perfeito, justo e bom.
“Se um Deus
bondoso e infinitamente poderoso governa este mundo, como podemos justificar os
ciclones, os terremotos, a pestilência e a fome? Como podemos justificar o
câncer, os micróbios, a difteria e milhares de outras doenças que atacam durante
a infância? Como podemos justificar as bestas selvagens que devoram seres
humanos e as serpentes cujas mordidas são letais? Como podemos justificar um
mundo onde a vida alimenta-se da vida? Será que os bicos, garras, dentes e
presas foram inventados e produzidos pela infinita misericórdia? A bondade
infinita deu asas às águias para que suas presas fugazes pudessem ser
arrebatadas? A bondade infinita criou os animais de rapina com a intenção de que
eles devorassem os fracos e os desamparados? A bondade infinita criou as
inumeráveis criaturas inúteis que se reproduzem dentro de outros seres e se
alimentam de sua carne? A sabedoria infinita produziu intencionalmente os seres
microscópicos que se alimentam do nervo óptico? Pense na idéia de cegar um homem
para satisfazer o apetite de um micróbio! Pense na vida alimentando-se da
própria vida! Pense nas vítimas! Pense no Niagara de sangue derramando-se no
precipício da crueldade!" (Robert Green Ingersoll, 11 de agosto de 1833 – 21
de julho de 1899, líder político estadunidense).
Religiosos argumentam absurdamente que tudo isso ocorre porque esse deus
amaldiçoou toda a natureza por causa do pecado do primeiro casal humano.
Condenar bilhões de seres inocentes ao sofrimento e morte por causa de um ato de
um ser com quem eles nada têm a ver é uma monstruosidade tão grande, que só
mesmo quem sofre uma lavagem cerebral é capaz de aceitar que isso proceda de um
ser perfeito, justo e bom como dizem ser esse deus.
Deus teria dito coisas fora da realidade
Se a palavra divina diz que a Terra foi feita antes
do Sol (Gênesis, 1: 9-18), ela não poderia vir de um ser onisciente, mas de homens
primitivos que nada entende do universo. Como um satélite poderia vir a existir antes da estrela
orbitada por ele?
A Terra está sobre águas
(Êxodo, 20: 8; Salmos, 136: 6), e o Sol
caminha pelos céus de uma a outra extremidade (Salmos, 19:5, 6). E as estrelas podem cair do
céu (Mateus, 24:29). Isso não é palavra de um ser onisciente, mas de homens do
passado, que não sabiam como são os astros, imaginando que estivéssemos no
centro do universo e lá em cima houvesse uma cúpula cheia de luzinhas
pequenininhas como as estrelas parecem aos nossos olhos.
Deus anunciou eventos futuros várias
vezes, e as previsões falharam
A monarquia
judaica não teria fim (
Salmos,
89: 20-37). Judeus deveriam estabelecer um reino
eterno com a queda da Assíria (Miquéias,
5: 2-15). Não deu certo, deveriam fazê-lo na queda
de Babilônia (Isaías, 65:17-25). Falhou também, deveriam dominar
após Antíoco Epífanes (Daniel 8-12). Não
conseguiram.
Jesus deveria voltar antes da morte alguns dos seus
coetâneos (Mateus 16:27–28; 24: 34; Marcos 8:38–9:1 e Lucas 9:26–27)
e estabelecer um reino eterno. Tudo
falhou. Isso é a prova mais concludente de que as palavras divinas
não passam de pensamentos e expectativas dos judeus e cristãos primitivos.
Deus fez e continua fazendo muito mal
Em nome de Yavé, os judeus, segundo a Bíblia, teriam destruído várias nações. O
Cristianismo, em nome de Jesus, perseguiu, prendeu, torturou e matou milhões de
pessoas na Idade Média. O Islamismo surgiu fazendo guerra e até hoje vemos o
horror que é um país de governo islâmico, e o terrorismo em nome de Alá continua
horrorizando o mundo inteiro.
Se o curso da natureza
(uma guerra biológica onde uns sobrevivem da morte dos outros) não indica haver nenhum ser bom determinando as coisas; se a palavra divina não
informou nada além do que pensavam os homens primitivos (é cheia de equívocos); se as previsões do
futuro falharam totalmente; se a crença em deuses sempre trouxe tanto mal à
humanidade e continua fazendo mal (genocídios, perseguições, torturas,
assassinatos, terrorismo); não existe razão para acreditarmos na
existência de qualquer deus.