QUATRO RAZÕES POR QUE O BRASIL NÃO VAI PARA FRENTE

 

Há quatro coisas que não deixam o Brasil ir para frente: a forma de combate à inflação, os tributos, o tratamento dado à Previdência Social e as privatizações.

 

A INFLAÇÃO

 

No nosso país não se combate a inflação a não ser com o empobrecimento da população.  Por isso, toda vez que as coisas começam melhorar não demora muito ter que piorar tudo. 

 

A ditadura militar tentou combater a inflação reduzindo os salários. Ganhando pouco, o povo foi obrigado a reduzir muito o consumo, o comércio caiu, isso podia diminuir os aumentos de preços.  Entretanto, o efeito disso foi trágico, porque a arrecadação tributária caiu, e os militares criaram em poucos anos uma dívida estratosférica e muita miséria, e, para piorar, não conseguiram evitar a inflação, que ficou enorme.  

 

Veio a Nova República, Sarney repunha as perdas dos trabalhadores, eles conseguiam continuar consumindo, o comércio teve facilidade para aumentar os preços, a inflação ficou maior ainda. 

 

Chegou Collor, confiscou as economias do povo, as coisas pioraram ainda mais, ele nem conseguiu chegar ao fim do mandato, sendo substituído pelo vice, Itamar Franco.

 

1994, surgiu FHC.  Esse empobreceu o povo, trouxe a maior miséria por toda parte, desfez de patrimônio público a preço vil, aumentou tributos, diminuiu a inflação às custas da miséria da população, provocou o maior número de falências já visto na história do país.  Pegou o país com um PIB per cápita próximo de cinco mil dólares e o entregou com esse PIB equivalendo três mil e oitocentos dólares, ou seja aumentou bastante a pobreza.

 

Chegou Lula, melhorou a vida dos mais pobres, o consumo aumentou, a economia cresceu, o PIB per cápita foi de três mil e oitocentos para mais de treze mil dólares.  Lula nem consertou muitos estragos que criticava no governo de FHC, mas conseguiu que a economia crescesse.

 

Veio Dilma Rousseff, fez um primeiro governo regular, com o menor índice de desemprego, mas entrou no segundo mandato com uma grande oposição dos grupos neoliberais, que conseguiram arruinar a situação, depô-la e colocar Temer no lugar dela para poderem dominar o governo ao seu jeito, e as coisas chegaram ao estado deplorável que a história registra.

 

Culpando o PT de tudo que derivou do golpe, conseguiram colocar Bolsonaro no poder para, como diz a imprensa estrangeira, "levar o país ao desastre" e, por incrível que pareça, reunir o desemprego e a miséria com a inflação.

 

TRIBUTOS

 

Os tributos sempre são odiados por todos, uma vez que sempre a carga aumenta, e os serviços públicos só pioram.  Mas não poderia ser de outra forma.  Pois, na tentativa de conter a inflação, os governos empobrecem o povo, o consumo cai, com a consequente queda da arrecadação, aí criam mais tributos para compensar as perdas. Isso cria um círculo vicioso, onde quase todos perdem continuamente.  A chamada contenção de despesas reduz o contingente de servidores públicos, na contramão da demanda, tornando-se impossível haver bons serviços públicos.  E degradação dos serviços é mesmo uma finalidade para justificar privatizações, o que torna mais alto o custo de vida, já que os serviços prestados por empresas, que visam grandes lucros são sempre bem mais caros.  E cada vez que um determinado serviço é privatizado, além de se tornar mais caro, o pequeno lucro antes obtido pela empresa pública já deixa de existir, reduzindo ainda mais a capacidade do estado.   Assim, vemos nossas receitas sendo cada vez mais engolidas pela tributação.

 

PREVIDÊNCIA

 

Quando foi criada a previdência social, o teto de aposentadoria era de vinte salários mínimos.  Algumas pessoas se aposentavam ganhando bem, mas as contribuições até esse teto tornava o sistema superavitário. Todavia, os desvios das receitas da Previdência vieram arruinando as contas.  Alegando impossibilidade de manter as aposentadorias, os governos foram reduzindo o teto previdenciário.  Ao reduzir o teto para pagar menos aposentadoria, a equivalente redução das contribuições anulou todo o efeito pretendido ainda com agravante, porque a diminuição da arrecadação chega primeiro.  Com esse expediente, a tendência é acabar com a previdência pública, deixando os trabalhadores à mercê da previdência privada, que já deixou muita gente na miséria.  

 

Se o teto de vinte salários mínimos fosse mantido, e não houvesse nenhum desvio de receita da Previdência para outras áreas, tudo iria bem; pois os aposentados poderiam ganhar mais, mas os que estão na ativa estariam contribuindo mais na mesma proporção.  Reduzindo o teto, reduz-se a contribuição, prejudica o aposentado, e só ganham os agentes financeiros com previdência privada.  E é isso que querem os governos neoliberais.

 

 AS PRIVATIZAÇÕES

 

Empresas públicas foram criadas, não visando a um grande lucro, mas para prestar um serviço indispensável à população de forma menos dispendiosa, ou para proteger áreas estratégicas do pais.  Todavia, a política neoliberal tem destruído essas empresas e as substituído por empresas privadas, com o aumento de custo dos serviços, deixando a população mais pobre.

 

Quando se privatizam serviços públicos, além do aumento de custo das tarifas dos serviços, os governos privateiros criam agências reguladoras, que, essas sim, consomem dinheiro público sem qualquer retorno e, muitas vezes, em vez de proteger os direitos dos cidadãos, atuam em benefícios das empresas por elas reguladas.

 

Se a política econômica do país é empobrecer o povo para conter a inflação, aumentar tributos para compensar a queda de arrecadação, acabar com a previdência social deixando os idosos desamparados para abrir mais um mercado para os agentes financeiros, entregar tudo que é público nas mãos de empresas que visam grandes lucros e jogar mais esse aumento de custo para a população, como poderia este país crescer?

 

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