OS QUE CRÊEM EM UM DESTINO DESMENTEM A SI PRÓPRIOS

- 07/10/2005 -

 

 

 

“Não confie na sorte; o triunfo nasce da luta”. "Fazemos nossos caminhos e lhes chamamos destino" (Benjamin Disraeli). Conheci a primeira das duas frases ao iniciar o curso supletivo do primeiro grau; a segunda, muitos anos depois. São duas frases de importante conteúdo. Mesmo as pessoas que dizem crer em um destino traçado, na prática, comportam de acordo com essa verdade.

Certa vez, quando eu trabalhava no Tribunal de Contas de Minas Gerais, um grupo discutia sobre a existência ou não de um destino traçado para cada pessoa. Uma colega afirmou: “Eu creio que não podemos fugir do destino; tudo está traçado e não podemos mudar.” Eu lhe perguntei: - Quando você fez o concurso para o cargo atual, você estudou português e treinou datilografia?” Ela respondeu: - “Muito”. Então eu lhe fiz seguinte afirmação: - “Inconscientemente, você não crê no que afirmou agora há pouco”. - “Por quê?”, interrogou ela. Então, eu lhe expliquei que, se ela cresse piamente que seu destino estivesse imutavelmente traçado, ela não iria achar necessário estudar gramática nem aperfeiçoar a datilografia para fazer prova. O que estava marcado para acontecer com ela seria inevitável. Ela sorriu um pouco pensativa.

Que enfadonha e sem estímulo seria a vida, se tivéssemos mesmo um destino imutável, sem opção de alterá-lo! A sorte dos que crêem em tal destino é serem eles totalmente sem fé. Se tivessem uma fé do tamanho de um grão de mostarda, estariam atraindo uma montanha de fracassos para si mesmos. Que destino teria uma pessoa que não fizesse qualquer esforço para vencer na vida, mas ficasse esperando tudo acontecer?

Concordo plenamente se você disser que teve uma grande sorte ou um grande azar por ter passado em determinado local em determinado momento. Todavia, nada me faz crer que houvesse uma predeterminação de que tal fato fosse ocorrer. Se você passar todos os dias à noite em uma rua escura, você poderá ter mais chances de ser assaltado, mas você talvez possa evitar tal local. E, ainda que você creia ter um destino traçado, ao se ver ameaçado de algum mal, fará alguma coisa para se livrar, demonstrando que, na realidade, sem perceber, não acredita bem no que aceita como destino.
  Se você acreditasse sem dúvida no destino marcado, você nem iria fugir do que considera perigoso; pois, segundo sua crença, de nada adiantaria.

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