PODERÍAMOS REEDUCAR?

- 25/07/2002 -

PODERÍAMOS REEDUCAR?

Em 25 de julho de 2002, recebi a mensagem abaixo, cuja resposta a segue.

----- Original Message -----
From: Projeto Reeducar
To: [email protected]
Sent: Thursday, July 25, 2002 8:20 AM
Subject: Descubra porque não é só a Globo que avilta a memória nacional

Caro(a) Amigo(a),
No final do ano passado enviei a milhares de pais e mães de família e também a milhares de professores uma carta explicando as graves razões do lançamento do Projeto Reeducar.
Nessa carta eu trato de um assunto muito importante para a educação de nossas crianças e de nossa juventude.
(Clique aqui para ver o conteúdo da carta). Veja em:
http://www.projetoreeducar.org.br/protesto.html.
Se tivéssemos que suportar apenas a Rede Globo aviltando a memória nacional com a exibição do infame seriado “O quinto dos infernos”, só isso já seria um grande problema.
Mas, os inimigos da educação de nossa juventude são muito mais numerosos e deturpam a História de nossa Pátria principalmente por meio de livros escolares.
E as falsas acusações contra os grandes personagens de nossa história são gravíssimas.
É por isso que desde a escola muitos jovens já começam a sentir vergonha de serem brasileiros.
Participe ativamente do Projeto Reeducar.



MINHA RESPOSTA

Na realidade, não podemos acreditar em tudo que vemos escrito. Todavia, os fatos e comportamentos atuais parecem reforçar a aceitação dessas literaturas aviltantes em detrimento das informações consideradas mais sérias.

Os altíssimos níveis de corrupção nos governos atuais só levam os jovens a pensar que assim sempre foi.

Não só os brasileiros, mas em toda parte do mundo os que têm o controle do poder estão procurando arrancar mais e mais dos mais pobres. O lado econômico sempre fala mais alto do que o lado moral e a consideração com a vida humana. A mentira tem sido a arma mais utilizada por todos os lados.

Quando se trata do lado religioso, é incrível o quanto se vê de aproveitamento da fé do povo. E, no passado, o que as análises científicas mostram é que o meio religioso sempre foi o campo mais rico em fraudes, afirmações absurdas e atrocidades contra quem duvidasse daquilo considerado divino. As religiões sempre foram a maior causa de guerras, e a crueldade dos poderes político-religiosos suplantam as de qualquer outro. Pessoas queimadas vivas por não aceitar opiniões retrógradas, os maiores entraves ao desenvolvimento científico, etc. só nos leva a ver, sem sombra de dúvida, o quanto as religiões têm sido nefastas para o desenvolvimento do mundo. Eu não seria capaz do heroísmo de Giordano Bruno, que aceitou a morte no fogo pela estupidez dos santos dominadores do mundo; eu voltaria atrás como Galileu, porque viver mal ainda é melhor do que morrer. Mas hoje, que, apesar de toda a imundície que vemos, temos o precioso direito de expressar nossas convicções, gosto de aproveitar essa liberdade. Se não a aproveitarmos, estaremos correndo maior risco de perdê-la.

Quando mais a arqueologia escava o passado, mais dúvidas vão se transformando em certezas depondo contra as obras santas do passado e do presente. A própria origem do cristianismo mostra, com meridiana clareza, de forma inegável, aplicações distorcidas de textos do velho testamento:

 http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=4715&cat=Artigos;

e o Velho Testamento também mostra nada mais que o pensamento primitivo vigente à época, que as divulgações científicas de hoje provam o quanto era equivocado: O sol caminhava "de uma a outra extremidade dos céus" (Salmos, 19:4-6); as estrelas do céu iriam cair (Mateus, 24: 29) sobre a terra, como a figueira quando abalada pelo vento forte lança seus figos verdes (Apocalipse, 5: 13), próximo à volta de Cristo; o mundo teria sido criado há mais ou menos seis mil anos, tudo conforme sua espécie (Gênesis, 1); havia homens gigantes sobre a terra (Gênesis, 6:4), o que nunca foi provado pela arqueologia; ao contrário, as pessoas eram menores do que as de hoje; Caim teria sozinho fundado e povoado uma cidade em duas gerações (Gênesis, 4:17); o mundo inteiro teria se afogado sobre um dilúvio universal (Gênesis, 6: 5), o que a arqueologia mostra ter ocorrido em uma pequena área, considerando-se o tamanho da Terra; Jeová, o deus justo, onipotente, onisciente, perfeito e bom, que paradoxalmente destruíra toda a vida terrena por causa da maldade humana, vingava a maldade dos pais nos filhos (Deuteronônio, 5: 9) - nossa Constituição é bem mais justa (CF/1988, art. 5º, XLV); e muitas outras coisas inaceitávis.

Seria preciso uma fé muito grande para continuar aceitando as "verdades" do cristianismo e das histórias contadas.

Basta olhar para o período da ditadura militar. A imprensa só noticiava coisas boas, milagre econômico, governos sérios, etc.

Mas, por trás do que se noticiava, injustiças, corrupções, barbaridades, coisas hediondas, estavam ocorrendo e a história registrada era outra. Terminado o tenebroso período, ainda sobreviveram muitas pessoas para registrar os fatos reais ocultados.

Agora, imaginemos uma época em que havia um soberano com poder sobre tudo e sobre todos, com direito vitalício passando de pai para filho. Quem iria registrar algo de ruim ou imoral dos dominadores? Em uma época de rígido moralismo, somente pelas entrelinhas da história os analistas de hoje podem detectar um pouquinho da sujidade oculta sob os tapetes.

Retornando aos primórdios da nossa história, como jovens inteligentes vão acreditar na integridade de pessoas capazes de aprisionar outros seres humanos para trabalhar e tratá-los como cavalos e burros?

Atenciosamente,
Freitas


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