A REGRA DA EXCEÇÃO
26/11/2009
Quase toda regra tem exceção. E a exceção tem a
sua razão de ser. A exceção está onde a regra não funciona bem.
Eu estava descendo a Av. Francisco Salles, e um indivíduo que estava na minha
frente fez um retorno. Sem entender a exceção da regra de trânsito, ele
entrou pelo lado direito do vão do canteiro da avenida, indo de encontro aos outros
veículos que estavam retornando no sentido contrário, e provocou alguns minutos
de paralisação do trânsito.
A regra de trânsito determina que trafeguemos pela direita. Todavia, a retornar
no vão do canteiro de uma avenida, por uma razão lógica, o certo é
entrarmos pelo lado esquerdo, para deixar livre o outro lado para a passagem dos
que estão retornando no outro sentido. Se não fosse criada essa
exceção, uns ficariam atrapalhando os outros.
O campo onde encontramos exceções de difícil justificação é a gramática.
Isso, porque muitas das exceções são produtos de erros consagrados. Por exemplo, nunca
encontrei explicação que justifique escrever "estender", enquanto todos
os outros vocábulos correlatos se escrevem com x, não com s:
extensão, extenso, extensivo, etc. Mas do grande número de exceções
que encontramos, quase tudo tem uma lógica. Mas mesmo em matéria de
língua, a maioria das exceções têm boas razões.
Semelhantemente
ao que ocorre nas normas de trânsito, as exceções, na maioria dos casos, ocorrem
onde a regra não funciona bem. A isso podemos chamar de regra da exceção.
Só se deve criar exceção onde a regra falha.