RELIGIÃO E CIÊNCIA, O GRANDE
CONFLITO
O homem primitivo
povoou os céus e a terra de numerosas entidades sobrenaturais, e o deus adotado
pelos judeus e depois pelos cristãos e pelos muçulmanos foi imposto em todos os
continentes por meio da ameaça, da prisão, da tortura e do assassinato.
Mas, quando o homem fez ciência e começou a ver mais longe e descobrir o
passado, viu também que a onisciência do deus judaico-cristão não supera o
limitado conhecimento dos povos de três mil anos atrás. Aí se estabeleceu
o grande conflito, que atualmente religiosos tentam encobrir, mas se torna cada
vez mais evidente.
Como o primeiro dos dois contos
bíblicos da criação diz que Yavé fez todos os outros seres vivos, vindo depois
a fazer o homem "à sua imagem", levando-se em consideração o tanto de animais
que tinha representações esculturais como objeto de culto, é possível deduzir-se
que os povos primitivos politeístas imaginaram que cada animal existente
fosse a representação de um deus.
Análises arqueológicas informa que o
homem começou a migrar da África para outras regiões há mais de cem mil anos, e há vinte mil anos já estava na América. E, tais quais os povos do
Oriente Médio e de outras regiões, os povos americanos tinha a mesma crença
que sacrificar vidas humanas satisfaria os deuses. Isso nos indica que
essa ideia partiu dos primórdios da humanidade.
Embora o Cristianismo tenha adotado o
mesmo deus do Judaísmo, trouxe uma importante mudança, deixando de sacrificar
animais, tendo como suporte o mito de que um judeus gerado por Yavé e uma mulher
judia virgem se ofereceu em sacrifício pelos pecados da humanidade. E,
como o Cristianismo medieval dominou os países europeus, os quais colonizaram o
mundo quase inteiro, pouco restou das religiões que usam animais como pagamento
dos próprios erros; mas uma porção delas, embora um pouco menos significantes,
sobrevivem.
Enquanto a ciência era
bem incipiente, não havia problema entre ela e a religião. Tudo que o
livro sagrado dos judeus e cristãos diz era a verdade divina, ninguém
questionava. Mas um grande conflito teve início quando Nicolau Copérnico
descobriu que a Terra não é o centro do universo.
Seu livros foram proibidos, pois contrariavam a verdade
divina. Posteriormente,
Galileu Galilei foi duramente perseguido e, para não morrer queimado, teve que
se retratar de suas afirmações de que a Terra é que gira em torno Sol.
Giordano
Bruno, que não quis se retratar virou churrasco para o deus que se compraz com o
cheiro de carne queimada.
Esses homens que
sofreram a ação da igreja não eram ateus. Ele acreditavam no deus da
Igreja, mas descobriram realidades incompatíveis com a palavra desse deus, e até
tentaram harmonizar suas descobertas com o livro sagrado. Mas a igreja,
vendo aí um perigo para fé, não se convenceu com o que eles diziam.
Enquanto estava só no
campo da Astronomia, a coisa não parecia tão grave. O conflito mais sério
veio no âmbito da Biologia. Quando Charles Darwin percebeu que os seres
vivos são todos proveniente de uma única célula que surgiu há bilhões de anos,
aí é que a casa caiu mesmo. Ser parente de macaco? Essa não!
Se a palavra divina diz que todos os seres vivos foram criados cerca de seis mil
anos atrás, e o homem foi feito à imagem de Deus, como aceitar uma afirmação
dessa?
Charles Darwin, por sua
vez, não teve que enfrentar a fera que perseguira antes os astrônomos. Em
seu tempo, a Igreja já não tinha mais aquele poder de morte sobre seus
adversários; o papa já tinha perdido aquele poder absoluto que teve na Idade
Média. O avanço da Biologia, aliado ao desenvolvimento de métodos de
datação por carbono e outros elementos radiativos, sepultaram, pelo menos no
meio científico, aquela idéia de que tudo fora feito seis mil anos atrás.
Restou agora às religiões tentarem conciliar os relatos divinos com a idade do
universo. Surgiram interpretações de que cada dia da criação não teria
sido um dia, mas uma era geológica. Universidade religiosas tem formado
cientistas com a finalidade de lançar dúvida sobre a evolução biológica,
tentando provar que é impossível os seres vivos terem-se evoluído de bactérias.
E hoje, aquela igreja que tanto matou em defesa da palavra
sagrada já admite a evolução,
tentando, contudo, manter a crença de que esse deus tenha sido o autor de tudo. Todavia, algumas religiões mais conservadores continuam debatendo
contra as evidências, insistindo que não descendemos de uma mesma família
ancestral de todos os outros animais.
Ante o avanço do
conhecimento e a existência cada vez maior de grupos que não veem nenhuma lógica
para aceitar a existência de um ser sobrenatural criador de todas as coisas em
que creem as igrejas, muitas delas ainda tenta impor a fé mediante leis, ameaças
e até terrorismo. Na Índia, onde o catolicismo tem um pouco mais de poder
político, um cientista precisou fugir recentemente para não ser preso e
condenado por blasfêmia quando mostrou que o que os religiosos chamavam de
milagre era uma simples infiltração, que colocava em risco a saúda das pessoas
que tomavam da água que pingava de uma imagem. Nos Estados Unidos,
religiões tentam impor seus ensinos e até proibir a Ciência de mostrar a
evolução biológica nas escolas. No Brasil, parlamentares evangélicos lutam
para legislar contra quem não acredita em suas crenças, tentam impor
comportamentos e proibir aquilo que acham ser contra a vontade divina, surgindo
até projeto de lei para multar quem fizer piada sobre religião. Mas o
pior, que tem assustado o mundo atualmente e tem ganhado poder, é o terrorismo
praticado por religiosos que levam mais a sério suas verdades divinas: “Deus
cobrará dos fiéis o sacrifício de seus bens e pessoas, em troca do Paraíso.
Combaterão pela causa de Deus, matarão e serão mortos” (Alcorão,
Surata 9:111). Essa é a maior ameaça que persiste em nosso século: grupos
cada vez mais poderosos que praticam tortura e morte para impor suas loucuras ao
mundo, acreditando que estão fazendo a vontade de um deus.
A onisciência divina
não passa de ideias de homens primitivos que não podem ter lugar no mundo atual,
onde não resta dúvida de que a Terra não é o centro do universo nem é algo plano
a flutuar sobre as águas oceânicas, e temos prova de que o universo não tem seis
mil anos, mas bilhões, e a biologia provou que somos parentes bem próximos dos
chimpanzés e temos parentesco até com as bactérias. Não obstante ainda
defendido por milhões de pessoas, o deus dos judeus se enganou tanto quanto os
homens que o criaram.
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ENGANOS DIVINOS