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RELIGIÃO E DEPRESSÃO
Um estudo diz que religiosos tendem a ter menos depressão;
outro diz o contrário. Qual será a verdade?
Estudo afirma que o cérebro das
pessoas religiosas é menos suscetível a desenvolver doenças como a depressão
Por Dan Martins em 5 de janeiro de 2014
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Columbia, nos EUA, revelou
que a anatomia cerebral das pessoas religiosas as torna menos propensas a
desenvolver a depressão. Segundo o estudo, pessoas que nutrem sentimentos
religiosos tendem a ter um córtex cerebral mais espesso o que, segundo os
cientistas, proporciona um risco menor de desenvolver depressão do que as não
religiosas.
- Nossas crenças e nossos humores são refletidos no cérebro, e com novas
técnicas de imagem já é possível observá-los – comentou Health Myrna Weissman,
professora de psiquiatria e epidemiologia da Universidade de Columbia.
- O cérebro é um órgão fantástico. Não só nos controla, mas é controlado por
nossos humores – completou a professora, segundo a Reuters.
Dados revelados por estudos anteriores já haviam mostrado a relação entre
depressão e religiosidade, mostrando que entre pessoas com predisposição
genética à depressão, as religiosas podem ter um risco até 90% menor de
desenvolver o transtorno do que as demais.
Esses dados levaram os pesquisadores ao estudo atual, que estudou 103 pessoas
de
18 a 54 anos, parte delas com predisposição genética para a depressão – ou seja,
com histórico da doença na família.
Os voluntários do estudo foram acompanhados por cinco anos, durante os quais os
cientistas acompanharam a importância da religião em suas vidas e a frequência
com que foram a igrejas e outros templos religiosos. Além do estudo de seus
aspectos religiosos, os voluntários foram também submetidos a exames de
ressonância magnética, de forma a estudar sua anatomia cerebral.
Os resultados do estudo, publicado no periódico JAMA Psychiatry, mostrou então
que, entre os voluntários estudados, aqueles que davam mais importância às
questões religiosas e espirituais possuíam um córtex mais espesso em algumas
áreas do cérebro. Essa tendência se mostrou ainda mais forte entre aqueles que
tinham histórico de depressão na família.
Os cientistas observaram ainda que tal relação não foi influenciada pela
frequência com que as pessoas estudadas iam a igrejas ou templos, mas sim com a
importância que elas davam para o assunto em suas vidas.
Apesar da clara relação entre a religiosidade e a espessura do córtex cerebral,
o trabalho dos cientistas ainda não conseguiu determinar se a importância dada à
espiritualidade aumenta a espessura do córtex cerebral, ou se se a maior
espessura da membrana predispõe uma pessoa a dar maior importância à religião.
<http://noticias.gospelmais.com.br/estudo-cerebro-pessoas-religiosas-menos-suscetivel-depressao-63902.html>
Por outro lado, outro estudo mostrou o contrário:
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Religiosos têm mais depressão que ateus, conclui estudo
A religião não garante o bem-estar psicológico, constaram pesquisadores
Ao longo de 12 meses, 10,3% de um grupo de religiosos e 10,5% do total de
pessoas que declararam ter "compreensão espiritual de vida” tiveram depressão.
Em relação aos ateus, a incidência desse transtorno foi menor, de 7%.
Esse é o resultado do estudo “Crenças espirituais e religiosas como fatores para
o aparecimento da depressão” publicado na edição de outubro deste ano da revista
Psychological Medicine.
A pesquisa definiu como religiosas as pessoas que frequentam locais específicos,
como templos, mesquitas, igrejas e sinagogas. As espirituais foram consideradas
como pessoas sem uma religião definida.
O professor Michael King, Unidade Mental Health Sciences, da University College
London, e outros nove pesquisadores analisaram no período o comportamento de
8.318 pessoas da área urbana e rural do Reino Unido, Espanha, Estónia, Portugal,
Chile e Holanda.
Na comparação entre um país e outro, houve grande variação nos resultados, mas
em todos os casos os ateus aparecem com o menor percentual de incidência de
depressão. No Reino Unido, por exemplo, as pessoas “espirituais” se mostraram
três vezes mais deprimidas do que os ateus.
Os pesquisadores, de acordo com a revista, admitiram que o número de países
pesquisados é pequeno. Mesmo assim, segundo eles, “os resultados não suportam a
ideia de que as crenças garantem bem-estar psicológico”.
“Não houve nenhuma evidência de que a religião previne a depressão depois de um
acontecimento grave na vida da pessoa.”
Outra pesquisa divulgada recentemente pela Universidade de Duke (EUA) já tinha
constatado que os pastores sofrem mais depressão, na proporção de até 11,1%,
contra a média de 5,5% da população.
<http://www.paulopes.com.br/2013/09/religiosos-tem-mais-depressao-que-ateus.html>
Como um estudo diz algo e outro diz o oposto, comecei pensar na realidade que
presencio. Lembrando os casos de pessoas que conheço que relatam ter
depressão, verifiquei que todas elas acreditam em Deus; porém não me lembro de
um ateu depressivo.
Teoricamente, o religioso deveria ter menos depressão, porque está sempre
acreditando em uma vida eterna depois da morte. Entretanto, parece que
essa satisfação é descompensada pela preocupação com os próprios pecados, que
nunca conseguem evitar. Lembra-me o caso de uma pessoa que
prostituía e pensava em no futuro deixar a prostituição, porque, conforme a
Bíblia, prostitutas não vão entrar no reino dos céus. Isso, para uma
pessoa que não tem como conseguir um emprego com ganhos que ainda de longe se
aproxime do que obtém como profissional do sexo, é algo muito deprimente.
Por outro lado, uma amiga ateia que tinha sido bastante religiosa me disse que,
depois que deixou de acreditar em divindade, passou a ter uma vida muito mais tranquila. Ademais, vale levar em consideração que o estudo que diz que
religiosos têm menos depressão analisou 103 pessoas, e o que mostrou o
contrário analisou 8.318 pessoas.
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MALEFÍCIOS DA RELIGIÃO
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