RELIGIÃO NÃO TORNA BONS OS MAUS
- 31/12/2001 - 18:04 -
(ANTICRISTO)
Antigamente, eu pensava que religião
tornasse as pessoas melhores. Mas, a experiência vivida
em quatro décadas me provou que isso é engano. Os maus
continuam maus, quer sejam religiosos ou não, e muito
raramente ocorre um fenômeno psicológico capaz de
melhorar os sentimentos de uma pessoa. É certo que
alguns cairiam em desespero se fossem convencidos da
inexistência do deus em que acreditam. Mas nem por isso
se tornam bons. Podem até se esforçar para ser honestos,
por receio do castigo divino, mas continuam
insatisfeitos com a felicidade dos outros.
Já conheci pessoas de comportamento reprovável, às vezes
criminoso, que se tornaram religiosas e deram uma
aparência de bondade e justiça; todavia, ao analisar
mais profundamente, verificava que a maldade continuavam
em seus espíritos. O mais incrível é que verifiquei
existirem vários religiosos capazes de furtar, não
obstante conhecerem o mandamento “não furtarás”. Dizem
que o Diabo é o “pai da mentira”. Nem por isso muitos
religiosos deixam de mentir. É bastante conhecido, uma
vez que divulgado no Fantástico, o caso daquele grande
líder religioso cuja pregação girava prioritariamente em
torno do pecado da prostituição e do adultério, mas foi
pego em prostituição. Se alguém for interrogar cada
pessoa sobre em que crêem, verificará que a maioria dos
bandidos mais insensíveis à vida e à integridade humana
crêem na existência de Deus. Por outro lado, se
analisado o comportamento de todos os ateus, ver-se-á
que não são mais maus do que os teístas e têm seus
princípios morais.
Muitos abstêm-se de praticar algumas
coisas consideradas pecados por receio da censura
divina. Mas, não houvesse as conseqüência normais
decorrentes das leis e da moral popular, teriam
procedimentos bem reprováveis. Nem precisamos repetir
que as piores atrocidades cometidas contra a humanidade,
na maioria das vezes, o foram em nome de uma fé. Todo
poder político-religioso, sem exceção, é opressor. Isso
se dá simplesmente pelo fato de que os religiosos
interpretam liberdade como libertinagem e acham que
aquilo que consideram “a verdade” deve ser imposto a
todos. Qualquer religião que obtém poder impõe seus
dogmas, e seus agentes parece perderem qualquer
sentimento de bondade e perdão quando se colocam diante
dos transgressores de seus preceitos. Dizem que “Deus é
amor”, contudo não hesitam em pregar que um pecador
esteja fadado a um suplício sem fim por seus poucos anos
de desobediência às ordens divinas. Nem pensam em justa
medida penal.
O sentimento religioso, originado das tentativas de
explicação do que era inexplicável, arraigou-se na mente
do homem primitivo de tal modo, que o homem moderno, não
obstante o conhecimento atual, parece incapaz de se
desprender desse pensamento. As catástrofes da natureza
não escolhem entre maus e bons para os atingir. Apesar
disso, muitos as atribuem a castigos divinos. Os
benefícios da natureza também aproveitam a bons e maus
indistintamente.
O
s
exemplos que vemos nos mostram que os maus não se tornam bons ao
se tornarem religiosos. Continuam maus e, muitas vezes,
fazendo o mal ocultando-se da justiça humana, esquecendo-se do castigo divino
que pregam. Ademais, os crentes são extremamente cruéis quando podem punir
os que não compartilham de suas crenças.
(Os
destaques são meus, bem como a adição da imagem)
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