Secularismo avança, e grupo de pessoas
“sem-religião” já é maior que o cristianismo
Publicado por Tiago Chagas em 27 de abril de 2016
Cristianismo, islamismo e judaísmo são
as religiões monoteístas que mais atraem seguidores em todo o mundo. Outras
crenças, como hinduísmo e budismo, também atraem centenas de milhões. Mas, o
grupo que mais cresce em todo o mundo é o dos “sem-religião”.
Pesquisas apontam que as pessoas não afiliadas a nenhum grupo religioso hoje
formam o segundo maior bloco social na América do Norte e em grande parte da
Europa. Nos Estados Unidos, são quase 25% da população, e superaram,
individualmente, grupos como protestantes, católicos ou seguidores de religiões
não cristãs.
Obviamente que os “sem-religião” formam um grupo extremamente heterogêneo,
formado por ateus, agnósticos e até mesmo crentes sem filiação a denominações.
Segundo informações do HypeScience, as previsões sobre o fim das religiões são
antigas, mas a velocidade com que o grupo dos “sem-religião” vem crescendo
chamou a atenção dos pesquisadores.
Na França, onde o islamismo cresce consideravelmente, espera-se que a população
seja majoritariamente secular nos próximos anos. E a previsão é a mesma para
Holanda e Nova Zelândia. Em um estágio inferior, o Reino Unido e a Austrália
poderão deixar de ter maioria cristã.
“Alguns demógrafos atribuem esse fato a segurança financeira, o que explicaria
por que os países europeus com programas de segurança social mais fortes são
mais seculares do que os Estados Unidos, onde a pobreza é mais comum e uma
emergência médica pode levar à falência”, pontua a matéria do HypeScience,
baseada em uma extensa reportagem da revista National Geographic.
Outros fatores que atuam em conjunto com a questão financeira no afastamento das
pessoas das religiões são educação de nível superior e informação sobre as
crenças e suas origens.
Em contraponto, em outras partes do mundo a religião como um todo vem crescendo.
Na África subsaariana, por exemplo, o crescimento é tão intenso que é previsto
que nos próximos 25 anos, o número de pessoas “sem-religião” diminua de forma
significativa.