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RELIGIÃO CONTRA A CIÊNCIA NA ESCOLA
O Gênesis X o Big Bang
Segundo o Papa Bento XVI: “Deus é responsável pelo Big
Bang”.
Dentre os vários obstáculos com que o educador se depara ao longo de sua
carreira (salário, desvalorização da profissão, necessidade de liderança em sala
de aula, etc.), os profissionais das disciplinas História e Biologia enfrentam
um percalço a mais: ensinar a origem do mundo, segundo fontes científicas.
Segundo a História, houve uma grande explosão no espaço, o Big Bang, em que um
átomo primordial se expandiu. Como resultado da explosão, uma esfera
incandescente se resfriou, originando o universo. Em virtude dessa explosão,
reações químicas foram se desencadeando, formando micro-organismos que evoluíram
até chegar ao que conhecemos como “Homem”.
Segundo a Bíblia, Deus criou o Céu e a Terra. Durante seis dias foi criando o
ar, a água, as árvores, animais e, por último, criou Adão, o “Homem”. No sétimo
dia, descansou.
Um dos assuntos mais polêmicos da História, sem sombra de dúvidas, é a origem do
mundo (e para dificultar um pouco mais, é o primeiro conteúdo abordado em sala
de aula, no início dos estudos de História). Esse embate não vem de hoje. Desde
o início da civilização o homem busca respostas para tal questionamento. Mais
tarde, durante a Idade Média, a cada nova descoberta
sobre a evolução um cientista era condenado à fogueira, pela
Inquisição, acusado de heresia. A Igreja proibia qualquer
difusão sobre nossas origens, que não fosse a versão bíblica. E
proibia o indivíduo de buscar conhecimento para tal
indagação, aprisionando os livros e pesquisas referentes ao tema.
A situação se agrava mais ainda quando a escola tem como
mantenedora alguma entidade religiosa. O professor, mesmo religioso, não
pode se abster dos fatos, e mascarar a ciência. Para se ter acesso aos estudos
que temos hoje, referentes ao tema, muitos estudiosos deram suas vidas.
Da mesma forma, nossa sociedade foi construída em cima de moldes religiosos.
Pode ser muito grave para a ordem confrontar a fé de um indivíduo.
Então, qual caminho o educador deverá seguir? Esse debate permeia as discussões
acadêmicas há séculos, sem que se chegue a uma conclusão. Cada lado, munido de
suas verdades, e cada verdade munida de interrogações. O papel do educador é de
investigar os fatos, embasado teoricamente, a fim de propor um debate
científico. Mas quando o assunto fere princípios religiosos, o debate cessa.
<https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/o-genesis-x-big-bang.htm>
Se no passado a igreja, pelo poder
militar, dominou o campo do conhecimento, impondo desinformação, hoje, embora as
coisas tenham mudado muito, essa intervenção religiosa ainda é forte e grave,
especialmente no nosso país, onde os políticos, até mesmo os que não acreditam,
se apresentam como cristãos e favorecem as igrejas visando os votos. E,
muito mais grave se torna a situação a eleição de parlamentares religiosos, os
quais se esforçam por conduzir a legislação para os moldes religiosos e
perseguição a quem não crê. E a coisa poderá ficar pior se conseguirem encher de
ministros religiosos a cúpula do judiciário. Corremos o risco de uma
teocracia cristã nos moldes islâmicos. Nesse ponto, poderemos perder ainda
mais e ficar mais atrasado em relação aos países onde religião já deixou de
mandar.
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