REPÚBLICA VELHA
República Velha
Por Valquiria Velasco
Graduada em História (UVA-RJ, 2014)
A República Velha também é conhecida como Primeira República e se estende de
1889 até 1930, quando Getúlio Vargas, através de um Golpe de Estado inicia um
novo período político.
A política de sucessão presidencial dará ainda outra denominação ao momento
inicial da República Brasileira, conhecida como política do café com leite.
Nesse acordo, centros econômicos do país ditavam a ocupação da presidência.
Enquanto São Paulo e sua agricultura cafeeira ocupava a presidência em um
pleito, no próximo seria a vez de Minas Gerais representada pela economia do
gado leiteiro. Minas Gerais e São Paulo por serem nesse momento os dois polos
econômicos do Brasil forjavam as lideranças nacionais, mantendo, porém, acordos
com outros Estados para que essa dinâmica política e econômica não fosse
quebrada.
Esse grande acordo mantinha o controle político do Brasil nas mãos daqueles que
controlavam também a economia. Assim, os interesses das classes dominantes
estavam sempre em voga frente às classes menos abastadas. Essa dinâmica
política será rompida com a Revolução de 1930. Assumindo a presidência do Brasil
no lugar de Júlio Prestes, eleito com o apoio do então presidente Washington
Luís, Getúlio Vargas dá inicio ao período conhecido como Era Vargas.
O Governo Provisório de Marechal Deodoro da Fonseca faz a transição legal,
necessária para o ajuste Nacional aos moldes republicanos. Em 1890, antes mesmo
do lançamento da Constituição é criado o Código Penal, antes do Direito a Ordem,
não se afastando do ideal de República constituída no Positivismo.
Na Constituição de 1891 a República rompe de vez com a dinâmica de Estado
Imperial. Ao definir o Estado como laico, deu fim ao Padroado e à união de
Estado e Igreja Católica. A República garante em sua Carta Magna as diretrizes
sociais que adota, no entanto, apesar de prever a Liberdade de Religião,
o Código Penal condena crenças como o Espiritismo e as
religiões afrodescendentes.
A Carta Magna da República inicia também a separação tripartidária do Poder,
excluindo a mediação Imperial, que era exercida por meio do Poder Moderador.
Agora a política nacional seria dividida entre os Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário. A Dinâmica de pleito presidencial a cada 4 anos também fica
decidido nesse momento. Todo homem maior de 21 anos, que saiba ler e escrever
torna-se obrigado a votar.
Se a passagem do Império para a República foi quase um passeio, os anos que se
seguiram ao início da República foram de grande agitação social. Movimentos
insurgentes como a Revolução Federalista do Rio Grande do Sul e Guerra de
Canudos no Sertão da Bahia marcam o inicio da República por sua violência no
combate aos seus opositores.
O Presidente Marechal Deodoro da Fonseca renuncia em 1891 após a política
econômica de encilhamento dar errado. A proposta empreendida por Rui Barbosa,
Ministro da Fazenda do governo provisório permitia o aumento na emissão de papel
moeda gerando uma grave crise econômica.
Entre os 11 presidentes eleitos no período da Primeira República, um não chegou
à posse por ocasião de morte, Francisco de Paula Rodrigues Alves morreu de gripe
espanhola antes de sentar à cadeira de presidente e foi substituído por seu vice
Delfim Moreira da Costa Ribeiro. Já Afonso Augusto Moreira Pena morreu durante
mandato e foi substituído por Nilo Procópio Peçanha.
Os presidentes da República Velha foram:
1889-1891: Marechal Manuel Deodoro da Fonseca;
1891-1894: Floriano Vieira Peixoto;
1894-1898: Prudente José de Morais e Barros;
1898-1902: Manuel Ferraz de Campos Sales;
1902-1906: Francisco de Paula Rodrigues Alves;
1906-1909: Afonso Augusto Moreira Pena (morreu durante o mandato)
1909-1910: Nilo Procópio Peçanha (vice de Afonso Pena, assumiu em seu lugar);
1910-1914: Marechal Hermes da Fonseca;
1914-1918: Venceslau Brás Pereira Gomes;
1918-1919: Francisco de Paula Rodrigues Alves (eleito, morreu de gripe
espanhola, sem ter assumido o cargo);
1919: Delfim Moreira da Costa Ribeiro (vice de Rodrigues Alves, assumiu em seu
lugar);
1919-1922: Epitácio da Silva Pessoa;
1922-1926: Artur da Silva Bernardes;
1926-1930: Washington Luís Pereira de Sousa (deposto pela Revolução de 1930);
1930: Júlio Prestes de Albuquerque (eleito presidente em 1930, não tomou posse,
impedido pela Revolução de 1930);
1930: Junta Militar Provisória: General Augusto Tasso Fragoso, General João de
Deus Mena Barreto, Almirante Isaías de Noronha.
Bibliografia:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo. 1995.
LINHARES, Maria Yedda (ORG.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier,
2000.
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Será que no resto da
história mudou muita cosa? Muito pouco. Embora tenha havido alguns avanços
posteriores, os retrocessos seguinte tornaram a jogar o povo para escanteio.
Os interesses da classe dominante está hoje mais fortes do que nunca.
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