OS ROYALTIES DO PRÉ-SAL

 

Os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo estão fazendo uma guerra pelo pré-sal, mas não parece terem o direito de se arvorar donos do petróleo do fundo do mar. 

 

"Durante a guerra travada na sessão de ontem, o plenário ainda aprovou um recurso contra a decisão do presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), de não admitir a emenda dos colegas última manobra da base aliada. Agora, os prejudicado apostam em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para manterem no Orçamento os atuais recursos provenientes do petróleo, estimados em R$ 8,1 bilhões anuais para esses estados e seus municípios. Com a nova regra, a projeção é que recebam, somados os recursos, R$ 2,19 bilhões por ano somente o Rio perderá cerca de R$ 4,8 bilhões.

Antevendo a derrota na Câmara, deputados da bancada fluminense tentaram negociar uma contraproposta à emenda Ibsen-Souto. A ideia era encontrar um meio termo que alterasse a divisão atual dos royalties, mas não causasse tanto impacto nas finanças dos estados produtores. O sistema atual é injusto porque não beneficia a todos. Se a própria Constituição não distingue os entes federativos, por que uma lei o faria?, questiona Ibsen Pinheiro.

 

Inconformados com a perda de recursos, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), deputados e prefeitos de cidades fluminenses foram ao Supremo pedir agilidade no julgamento de um mandado de segurança que questiona a divisão proposta pela emenda Ibsen-Souto. Mas a ação, protocolada pelo deputado federal Geraldo Pudim (PR-RJ), ainda não tem data para ser apreciada. As lideranças do Rio reclamam que a emenda é inconstitucional por alterar uma norma que já é de direito dos municípios produtores." (http://www.jusbrasil.com.br/politica/4626222/estados-produtores-perdem-na-partilha-do-pre-sal, 10 de março/2010).

 

O que parece não ser levado em conta é que os ditos estados produtores não são tão produtores assim.   A região do pré-sal não fica dentro de nenhum estado.  A situação é diferente da de outras riquezas do subsolo, como comenta Waldir Salvador:

 

"Radicalmente diferente do minério de ferro e outras commodities minerais que são exploradas em áreas urbanas e próximas dos municípios e das populações das cidades mineradoras, o pré-sal será explorado em média a 300 km da costa brasileira e a alguns quilômetros de profundidade, ou seja, não há impacto ambiental para os Estados que se intitulam produtores desse petróleo (Waldir Salvador, Superintendente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Notícias das Gerais, junho/2010, pág. 3).

 

O argumento muito ouvido nos meios de comunicação de inviabilização do Estado de Rio de Janeiro não tem fundamento.  Antes de se descobrir o petróleo do pré-sal, o Rio de Janeiro existia e subsistia sem ele.  Agora, que se descobriu essa riqueza, só por que a área produtiva está próxima de dois estados, eles querem ser os donos do produto.   O que se produz dentro de um estado, está certo que proporcione riqueza exclusiva para esse estado.  Mas o que está lá dentro do Oceano é justo que sirva para o país inteiro, não só a estados que estejam próximos.

 

É a melhor decisão distribuir essa riqueza igualitariamente com o país inteiro, diminuindo um pouco a desigualdade existente entre os milhares de municípios do país. Que o pré-sal seja para todos, não para dois.

 

Ver mais POLÍTICA E ECONOMIA

 

..

.