AH SE EU TIVESSE UM DEUS! A DECEPÇÃO DE UM ATEU
25/10/2003 -
(ANTICRISTO)
Ah se eu tivesse um deus! Não um deus
que muitos pensam que têm; mas um real, onipotente, perfeito, justo, bom, cheio
de amor, como muito pensam e dizem.
Seria maravilhoso ter um deus, que exigisse de nós comportamento íntegro,
protegesse os justos e castigasse os maus na medida das suas maldades.
Assim deveria ser o deus:
“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso
descansará.
Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem
confio. Porque ele te livra do laço do passarinho, e da peste perniciosa. Ele te
cobre com as suas penas, e debaixo das suas asas encontras refúgio; a sua
verdade é escudo e broquel. Não temerás os terrores da noite, nem a seta que
voe de dia, nem peste que anda na escuridão, nem mortandade que assole ao
meio-dia. Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não
serás atingido. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos
ímpios. Porquanto fizeste do Senhor o teu refúgio, e do Altíssimo a tua
habitação, nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque
aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus
caminhos...” (Salmos, 91).
Os israelitas, como os cristãos, criam ter esse deus. Sua promessa era
prosperidade e poder, seu povo escolhido seria uma grande nação, que viveria
tranqüila como os leões deitados no campo. Mas sempre viviam como as gazelas
espreitadas pelos leopardos.
Nos dias do domínio assírio, há aproximadamente dois mil e setecentos anos, os
profetas de Yavé prometiam suscitar no meio desse povo, mais precisamente de
Belém, um rei que destronaria o rei da Assíria e o seu povo
seria posto “por cabeça e não por cauda”; estaria “como um leão entre os animais
do bosque” (Miquéias, 5: 2-15).
O Rei da Assíria caiu. Mas outro dominador mais poderoso, Nabucodonozor, os
manteve sob suas ordens por boas décadas. E o povo não perdeu sua fé. Continuou
aguardando o “messias”, que deveria destronar Babilônia.
O povo foi livre da Babilônia, mas não por um messias belemita, e sim por um
persa, que foi generoso com eles e os fez retornar à sua terra, e sua cidade
santa foi reconstruída sob ordem de um sucessor do libertador.
Os bons dias não foram muitos. O grande Alexandre acabou com o poder medo-persa
e o povo de Yavé continuou esperando a independência que seria proclamada pelo
messias.
Como os anteriores, o império grego se desintegrou, e apareceram os romanos. O
mais poderoso dominador, império das abominações, a "mãe as prostitutas", passou a
ditar as regras para aquele povo de grande fé, que continuava aguardando o
messias.
Nos dias romanos, alguns messias surgiram e foram assassinados, entre eles
possivelmente Jesus
de Nazaré. Mas Jesus, segundo escreveu seus seguidores, substituiu as vazias
promessas de Yavé por uma ressurreição e recompensa eterna em um reino divino
sem fim. E isso pegou. No final das contas, até o imperador romano abraçou a fé
de Jesus. Porém o verdadeiro povo de Yavé, os consangüíneos de Jesus, não creram
nele, senão um pequeno grupo. E os hebreus foram uns dispersos pelo mundo como
cativos, outros mortos ao fio da espada, e parecia que nunca mais haveria aquele
povo. Porém sua fé era tão grande, que, espalhados pelo mundo, ainda se
mantiveram unidos por dezenove séculos até um dia retornar à terra de que
acreditam serem donos por promessa divina.
Os cristãos dizem que Israel foi abandonado por Deus. Sorte deles. Nunca viveram
dias tão prósperos como hoje quando eram o povo escolhido de Yavé. Mas entendam:
foram abandonados, no conceito dos cristãos; porque continuam com sua grande fé
no deus que lhes teria prometido o domínio do mundo, e aguardam o prometido
“messias”, que os cristãos crêem ser Jesus.
Os livros que apareceram nos primórdios do cristianismo prometeram a destruição
do poder romano e o estabelecimento do reino de Jesus, que, ressuscitado dentre
os mortos, retornariam após a queda de Roma, “com poder e muita glória” (Mateus,
24: 27-31). Passou Roma imperial; passou Roma papal; passou Império Britânico;
os norte-americanos estão comandando o mundo hoje; e até há pensadores dizendo
que a China será a próxima potência. Não faltou quem dissesse que um dia o
Brasil seria a potência. Parece estar muito longe; mas muitas coisas mudam, e,
quem sabe um dia, mesmo na minha velhice, eu conheça meu país como uma potência?
Mas, se a China dominar, acho que não conhecerei os dias do Brasil.
Continuo pensando. Ah se eu tivesse um deus! Mas gostaria de ter um deus real:
um deus que nos castigasse quando fôssemos maus e nos protegesse e nos fizesse
felizes quando fôssemos bons, tal qual acreditavam os hebreus (Salmo, 91), mas
só o tinham na cabeça.
Algumas pessoas dizem: “Você deve dar graças a Deus por estar vivo e com saúde”.
Sim, estou vivo e bem mais sadio do que aqueles que se destróem com drogas. Mas
seria esse deus o gestor da minha saúde? Por que tantos cristãos, cuja maioria
vive na miséria, adoecem e são vítimas das doenças e catástrofes tais quais os
ateus, assim como os assassinos e os ladrões? Deus não teria prometido
protegê-los de todos os males? Mas hebreus, cristãos, muçulmanos e outros jamais
percebem que seus deuses são teóricos, não reais, são inúteis.
Há se tivéssemos mesmo um deus que fizesse justiça! Seríamos bem felizes, mesmo
quando fôssemos castigados pelos males cometidos!" (Anticristo)
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